quer dizer que não há exageros. Se existissem, o filme seria uma poça lacrimosa, forçada, pra emocionar muito fácil.
ele faz com que você assista a primeira hora e pouco pensando sobre a vontade de superação e a capacidade de todo ser humano de trabalhar e melhorar de vida, mesmo que isso requeira extremos de comportamento - e aí é uma apologia do american way of life - "tough ain't enough".
depois, insere nesse contexto a crítica à desintegração da família. e aí vem o golpe final, e o anti-catolicismo que era só umas pitadas de sarcasmo do Eastwood e os pecados da sua vida pregressa (que também não são "explicados", não são forçados, o cara sofre por algo que aconteceu no passado e acabou), e vem com a chance de redenção, mas, paradoxalmente, a redenção é pelo "pecado", por mais ajustado que esse "pecado" esteja com os maiores ensinamentos cristãos, a compaixão e o amor ao próximo.
é um belo filme, repito:
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."
Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")