Um livro colossal.
Um livro estupendo.
Um livro que deve constar em qualquer lista de livros a serem lidos na sua vida. Aliás, leia GOD DELLUSION, do Dawkins, e depois leia ORTODOXIA, de G.K.Chesterton. E imagina o MASSACRE que seria um debate entre o coitado do Dawkins, o arrogante do Dawkins, contra o tranquilo, bonachão, gozador e intelectual assombrosamente preparado que foi Chesterton.
Chesterton mostra que "passou a vida tentando descobrir a sua ilha deserta". Quando a encontrou, passou a organizá-la, e, no fim, descobriu que sua ilha deserta, totalmente moldada no que acreditava, era a Inglaterra. Essa metáfora mostra o caminho intelectual de GK até ficar em paz com sua herança cristã. Ele leu tudo o que havia para ser lido. E quando montou "seu" sistema de crenças, viu que era o cristianismo.
E viu que o cristianismo tem, no mínimo, uma grande contribuição à humanidade: ao rediscutir o méson aristotélico, não mais como uma diluição de vício e virtude, levando ao "caminho do meio", o cristianismo propõe outro méson, nao diluído, que nasce do conflito dos extremos. O Amor e o Ódio, a Coragem e a Covardia. Leva à convivência dos Leões com os Cordeiros.
Os ataques que ele faz a Nietzche são uma diversão à parte.
E o ataque simples mas arrasador ao que se convencionou chamar a "religião do self", é melhor ainda: "Se Smith acredita em seu deus interior, ama seu deus interior, no limite Smith só ama Smith".
Dawkins, coitado, não daria nem pra saída...