Do site do Milton Neves, tô postando aqui pq ela foi feita por um amigo meu palmeirense...
Defessa que nadie passa
Linea atacante de racia
Hinchada que canta y vibra
AF
:: O dia em que Di Stéfano e a Seleção Argentina jogaram pelo Palmeiras
05/01/2006 16:31
Por Raphael Cavaco
Em janeiro de 1948, Boca Juniors e River Plate vieram a São Paulo disputar amistosos contra as equipes da capital. O River despertou atenção especial do público e da imprensa, pois se tratava de "La Máquina", apelido dado ao melhor time da história do futebol argentino. Foi um esquadrão de craques que dominou o futebol portenho na década de 1940, e que infelizmente [para eles] não pôde registrar seu nome na história das Copas, já que as de 42 e 46 foram suspensas, e em 1950 a Argentina boicotou o Mundial realizado no Brasil.
Na ocasião, vieram ao Brasil jogar nos times argentinos, estrelas como: Alfredo Di Stéfano, eleito pela respeitada Revista France Football como o melhor jogador da Europa de todos os tempos; José Manuel Moreno, considerado por muitos especialistas da época como o maior boleiro argentino; e Angel Labruna, craque-referência do River Plate e até hoje lenda do futebol sul-americano.
Mas o maior astro daquela constelação dos “hermanos” era mesmo o centroavante Di Stéfano. Prestes a virar octagenário em julho deste ano, ele brilhou no River nos títulos nacionais de 45 e 47. Depois, viveu seu período de maiores glórias no Real Madrid, onde se sagrou quatro vezes campeão espanhol e pentacampeão da Copa dos Campeões, além de um Mundial Interclubes. Pelas valiosas conquistas, tornou-se presidente de honra do time madrileno. Ele recentemente se submeteu a uma cirurgia de cateterismo após infarto e passa bem.
Para aproveitar a ilustre estada dos argentinos em São Paulo, em 1948, foi marcada uma espécie de tira-teima: Boca e River contra o "Trio de Ferro", ou seja, uma verdadeira Seleção Argentina versus a Seleção Paulista, esta formada por jogadores de Corinthians, São Paulo e Palmeiras.
Os paulistas chegaram ao Pacaembu preparados para jogar com uniforme todo branco, neutro, enquanto que do outro lado surgiu um impasse. Os jogadores do River se negavam a vestir a camisa do Boca, e vice-versa. A rivalidade impedia tal heresia. Na última hora, o craque palmeirense e argentino de nascimento, Bóvio, sugeriu aos portenhos que usassem o uniforme do Verdão. A idéia foi acatada.
Assim, na noite de 21 de janeiro de 1948, uma verdadeira Seleção Argentina, uma das melhores de sua história, adentrou o gramado do estádio Paulo Machado de Carvalho envergando o manto do Palmeiras, num momento histórico do futebol mundial.
O fato é que, num certo período da partida, o ataque com a camisa alviverde foi aquele que é considerado uma “poesia” aos apreciadores da velha guarda futebolística: Di Stéfano, Boye, Moreno, Labruna e Lostau, mais Nestor Rossi na "meia-cancha", Yacono na defesa e o célebre Carrizo no gol. Os seis primeiros, segundo a imprensa do país vizinho, formavam uma linha de frente arrasadora, comparável ao inesquecível quinteto santista, composto por Dorval, Mengálvio, Pelé, Pepe e Coutinho.
Di Stéfano, então o melhor jogador do planeta, comandou o ataque dos visitantes e ainda fez um gol no jogo com a roupagem palestrina. O resultado final do referido duelo foi 1 a 1. E os jornais do dia seguinte, como a extinta Gazeta Esportiva, comentaram o extraordinário espetáculo técnico promovido no Pacaembu.
Ficha Técnica: Seleção Paulista 1 x 1 Seleção Boca-River
Data: 21 de janeiro de 1948
Local: Estádio do Pacaembu (SP)
Seleção Paulista: Oberdan; Caieira (Renganeschi), Noronha (Turcão), Rui, Zezé Procópio; Valdemar Fiúme, Cláudio Cristóvão, Pinho, Ieso Amalfi; Servílio (Canhotinho) e Teixeirinha (Remo).
Seleção Argentina: Diano (Carizzo); Maranti, Dezorzi, Yacono, Nestor Rossi (Castelar); Ramos, Boye, Moreno (Corquera), Di Stéfano (Sarlanga); Labruna (Lostau) e Pin.
Gols: Servílio e Di Stéfano
Árbitro: Artur Janeiro
Arrecadação: cr$ 461.130,00
Fonte: ACADEMIA DA HISTÓRIA PALESTRA PALMEIRAS (
academiapalestrapalmeiras@yahoo.com.br)