MOUSE OCULAR

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Postby mends » 01 Oct 2004, 09:19

Força do olhar
Cientista brasileiro cria o primeiro mouse ocular do mercado. CCE vai produzir

Por Eduardo Pincigher

Parece ficção científica. Mas é real. Uma tecnologia revolucionária está prestes a ganhar o mercado, lançada pela CCE: o Mouse Ocular. Trata-se de um aparelho que possibilita aos deficientes físicos com tetraplegia o acesso irrestrito ao uso de computadores. Funciona assim: rastreadores eletrônicos fixados ao rosto do usuário capturam e codificam digitalmente os movimentos do globo ocular, convertendo-os em sinais elétricos que são enviados ao PC por um software para executar cada função. Uma piscada mais forte, por exemplo, é “entendida” pelo sistema como o acionamento do botão esquerdo do mouse tradicional. Onde essa fantástica invenção foi elaborada? Acredite: no Brasil. Que empresa? Em qual cidade? Eis a surpresa: Fundação Paulo Feitoza, sediada em Manaus (AM). O investimento? Somente R$ 2,5 milhões. Criada como um centro de qualificação profissional para os amazonenses, a FPF obtém recursos de empresas da região – como Nokia, Siemens, Elgin, Samsung e Philips – para, além do treinamento, desenvolver soluções tecnológicas nas áreas de Informática, Biodiversidade e Biotecnologia. Recebe cerca de R$ 20 milhões de investimentos por ano. Entidade sem fins lucrativos, a FPF retribui cada tostão com tecnologia de novíssima geração. “Eles não são experts apenas em produtos finais. Todo o fluxo de documentação interna da Philips é fruto de um software criado pela Fundação”, explica Amauri Mendes Pedro, gerente industrial da companhia.

Beneficiada pela Lei da Informática, que isenta a cobrança de IPI na Zona Franca para companhias que investirem, no mínimo, 2,7% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento junto a órgãos externos, a Fundação Paulo Feitoza tornou-se uma ilha de excelência tecnológica no Pólo Industrial, abraçando novos projetos e desafios. Fluente em diversos conceitos hi-tech de Tecnologia da Informação, a FPF associa plataformas, ferramentas e linguagens e as converte em soluções especiais para seus clientes. É uma espécie de prestadora de serviços, que opera como se fosse uma engenharia terceirizada. “O custo/benefício compensa”, admite o executivo da Philips, uma das patrocinadoras do Mouse Ocular. Para a Siemens, por exemplo, a geração de soluções ocorreu no software dos celulares. “Arrisco dizer que não há um único telefone móvel da marca no mundo que não tenha um pedacinho de software desenvolvido pela FPF”, adverte o conselheiro Manuel Cardoso.

A idéia de dar ao tetraplégico a opção de usar o computador nasceu dois anos antes da Fundação, em 1996. Cardoso, professor da Ufam, Universidade Federal do Amazonas, sensibilizou-se ao conhecer um rapaz paralisado do pescoço para baixo. “Sem acessar um computador, ele não tinha como interagir com a sociedade”, relembra. Inicialmente, a própria Ufam assumiu o projeto, mas a falta de verbas provocou seu arquivamento. A partir de 1999, o Mouse Ocular tornou a ser estudado, mas pela Fundação Paulo Feitoza, que angariou recursos através de cotas de patrocínio encampadas pelas empresas Sweda, Olivetti, Thomsom e Philips. Quando ficou pronto, entretanto, a empresa que se interessou em produzi-lo foi a CCE. “A tecnologia poderá se espalhar, ligando a TV ou acendendo a luz de casa”, diz Synésio Batista, vice-presidente.

“Por ser uma Fundação sem fins lucrativos, a missão primordial da equipe de cientistas é adotar a tecnologia como meio, jamais como fim”, acentua Cardoso. Com cerca de 230 profissionais em pesquisas, a Fundação exerce, seguindo a mesma trilha do Mouse Ocular, outros três projetos de inclusão social de portadores de deficiência (leia abaixo). A equipe ressalta que uma de suas maiores conquistas não aparece em descobertas ou patentes. “Encaminhamos à CCE, através do Mouse Ocular, uma funcionária tetraplégica. Isso sim é uma vitória”, explica Cardoso.



OUTRAS INVENÇÕES QUE PROMETEM MELHORAR A VIDA DOS DEFICIENTES


LANTERNA PARA CEGO
Um sonar varre obstáculos à frente. O usuário recebe o alerta sonoro: “objeto a um metro”. Em breve, uma câmera irá reconhecer o objeto: “mesa a um metro”.





VOZ DO MUDO
Uma luva sensorizada capta a linguagem gestual. Com um software, o o alfabeto é transformado em voz. O alto-falante transmite a mensagem a qualquer pessoa





LEITOR PARA CEGO
Um canhão de luz escaneia textos comuns, editados em livros e revistas, e os transforma em voz via software. O deficiente visual pode ler “ouvindo”.
"I used to be on an endless run.
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I have been blessed with the power to survive.
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