República das Bananas...

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby Danilo » 26 Jan 2007, 11:54

É uma tolice acreditar que o ódio confunde o pensamento. (...) Dá para ser perfeitamente racional no ódio, assim como dá para ser perfeitamente irracional na placidez dos sentimentos.


Mesmo que seja possível ser racional no ódio, diria que tolice é não acreditar que o ódio confunde o pensamento racional.

Não. Eu quero que eles vivam. Sei o que ele – o articulador do crime – pensou: ‘Se não der certo, iremos para a cadeia por um tempo’. Porque lá eles comem, estudam, sem nem precisar trabalhar. Isso traz medo para os criminosos? Não. Olha: as pessoas precisam ter medo da lei.


Vingança ou punição? Porque não, meio ao estilo Hamurabi meio ao estilo Inquisição, queimar os dois numa fogueira? O tinner e o fósforo saem bem baratos. Não parece que uma punição que se assemelha a vingança seja útil como contra-incentivo para os criminosos. O fdp do bandido que tem capacidade de incendiar alguém vivo pode muito bem pensar "Tem que dar certo, não pode sobrar provas pois não posso viver na cadeia pra sempre. Tenho que queimar tudo!".

Magali Faria da Silva quer recolher um milhão de assinaturas para levar ao Congresso Nacional a discussão sobre a prisão perpétua. Ela pode contar com a minha assinatura. "


Discordo. Já gastamos muito com os presos. Embarcando com o espírito calculista do Freakonomics, o risco de ocorrer um assassinato bárbaro desse dever ser muito menor do que os de crimes "menores". E também, o que é mais grave: um assassinato cruel de 4 pessoas por parte de dois fdp desses, ou a morte lenta de várias pessoas causada por erros/crimes de ordem política?
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Postby mends » 26 Jan 2007, 12:09

Discordo. Já gastamos muito com os presos. Embarcando com o espírito calculista do Freakonomics, o risco de ocorrer um assassinato bárbaro desse dever ser muito menor do que os de crimes "menores". E também, o que é mais grave: um assassinato cruel de 4 pessoas por parte de dois fdp desses, ou a morte lenta de várias pessoas causada por erros/crimes de ordem política?


O argumento não é válido: barato ou caro sempre se dá em relação a algo. Gastamos muito e ainda assim temos violência desenfreada? Caro. Porque, eplo seu raciocínio, não prendemos ninguém, damos uma bronquinha e boa.

"A morte lenta (...) causada pela política(...)"? Que pessoas, que política? Isso é papinho de esquerdista-oba-oba.
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Postby Danilo » 26 Jan 2007, 13:08

não prendemos ninguém, damos uma bronquinha e boa


Até prendemos, mas o que adianta se os caras usam celular dentro das cadeias e lideram ataques como o do PCC, ou os desse ano no Rio? Sistema prisional risível.


"A morte lenta (...) causada pela política(...)"? Que pessoas, que política? Isso é papinho de esquerdista-oba-oba.


Respondendo a partir do que você mesmo já escreveu:

mends wrote:eu particularmente acho o número absurdo: se 30% vai pros corruptos, e 40% nos é roubado oficialmente pelo governo, nos resta 30% de tudo o que produzimos? na verdade acredito que o número seja mais baixo, digamos a metade...


Se tem tanto dinheiro roubado ou mau utilizado, pra alguém deve fazer falta.

Exemplo-pop-simples:
Político safado desvia recursos. Professor da escola pública não recebe um salário decente. Ou mesmo o salário não atrai nenhum professor que preste. Logo a aula é ruim. A criança aprende mal e porcamente. Com o que aprendeu não consegue emprego que ganhe mais que ficar no farol pedindo. Percebe que em vez de pedir, roubar dá mais resultado. Um dia ela mata ou morre.

Exemplo-não-tão-pop-porém-drástico:
Você está viajando numa rodovia fora do estado de SP, sem pedágio, ou seja, que depende do governo. Eis que um buraco do qual não dá pra desviar 'cruza' seu caminho. Buraco que foi tapado semana passada, mas como o trabalho foi porco demais pois o dinheiro pra fazer direito foi pro bolso dum safado o recapeamento daquela parte não durou nada. Eis que seu carro perde controle, e você sofre um acidente e morre.

Exemplo-não-tão-pop-mais-dramático:
Pior, como já aconteceu parecido com a minha família: é um ônibus que perde o controle e morrem duas pessoas, enquanto umas 10 se ferem. O motorista até tenta desviar, mas está cansado de tanto desviar de buraco, e não tem motorista pra dividir a viagem com ele. Não tem motorista pois a empresa paga tanto imposto que não tem como contratar mais. Entre as 10 que se ferem, 5 tem a má-sorte de parar num hospital público. Pra desgraça deles, o hospital está sem recursos, e um deles morre "à toa", esperando no corredor.

Mesmo que esses exemplos sejam muito viajantes, me parecem mais comuns do que pessoas sendo queimadas vivas.
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Postby mends » 26 Jan 2007, 14:34

vc tem razão em parte. mesmo que não houvesse desvio, estradas estatais seriam tão ruins quanto o são. o problema é serem estatais, não o nível de corrupção.

o exemplo da escola é ruim. conheço um monte de pobre que "num teve oportunidadi" que é honesto.
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Postby Danilo » 26 Jan 2007, 16:25

Claro que a educação precária não resulta obrigatoriamente em desonestidade. Assim como, obviamente, a desonestidade não resulta necessariamente da educação precária.

Mas vou tentar trabalhar mais o exemplo-pop-simples...

O carinha vai na escola dele. A escola está caindo aos pedaços, mas é o que pode frequentar pois não tem dinheiro pra escola particular. Convive com outros com história de vida bem semelhante a dele, ou seja, não há integração social pela qual ele pudesse observar experiências diferentes da sua. Impedido de trabalhar por conta da legislação trabalhista (afinal, os políticos gastaram um tempo enorme com CPIs e não discutiram projetos que auxiliariam diretamente o protagonista do exemplo), desconhece as técnicas comerciais e habilidades competitivas para ofícios "mudernos". Não tem bons professores e não recebe bons conselhos. Pelo contrário, vê na TV que meninas que dançam semi-nuas sobre garrafas e rapazes que jogam bola ou tocam pagode é que vencem na vida. Daí ele se pergunta: o que adianta estudar? TV que conseguiu sua concessão de operação de modo não lá muito claro. Mais dinheiro indo pro lugar errado...

Ok, o carinha vira um jogador de futebol. Começa a ganhar algum dinheiro. Resolve (olhe só que boa alma) ajudar a comunidade onde mora. Esbarra no poder paralelo do tráfico de drogas. Pois um dia é convidado a participar de um evento beneficente. Uma partida de futebol contra um time com estreitas ligações com o crime organizado. A coisa vai indo mais ou menos bem, até que o carinha acaba sendo citado numa investigação policial que vai atrás de celebridades contruibuindo para a venda de intorpecentes. Alguns colegas da banda dele foram protegidos pelos próprios criminosos. Ele, honesto, não tinha proteção dos bandidos e vai preso. Um mal entendido, e a tal "gente perigosa" acha que o cara pode dedurá-los. E não é que metralham a delegacia onde ele está preso? Matam nosso protagonista e mais dois policiais que nada tinham a ver com a história. Ou melhor, um deles tinha. Não estava desperto o suficiente pra trabalhar naquela noite. Pois estava morto de sono por fazer bicos pois o salário de policial não cobria as despesas com os filhos pequenos. Filhos esses que estudam na escola do protagonista do exemplo. E que terão provavelmente um futuro parecido. Com o do pai ou do cantor.

Lógico que quem matou nesse longo exemplo foram traficantes. Mas o que colocou o cara na situação foi, além de boa dose de azar? Os tais erros/crimes políticos, crimes de colarinho branco que ajudam a empobrecer o país. E indiretamente matar muita mais gente do que dois malucos incendiários.
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Postby mends » 26 Jan 2007, 18:39

não há integração social pela qual ele pudesse observar experiências diferentes da sua


E daí? Numa escola de elite há? Em Eton, na Inglaterra, há?

Impedido de trabalhar por conta da legislação trabalhista (afinal, os políticos gastaram um tempo enorme com CPIs e não discutiram projetos que auxiliariam diretamente o protagonista do exemplo), desconhece as técnicas comerciais e habilidades competitivas para ofícios "mudernos".


O impedimento existe e é uma bosta. Entretanto, quem quer ainda consegue trabalhar.

Pelo contrário, vê na TV que meninas que dançam semi-nuas sobre garrafas e rapazes que jogam bola ou tocam pagode é que vencem na vida. Daí ele se pergunta: o que adianta estudar?


Aí eu concordo...

TV que conseguiu sua concessão de operação de modo não lá muito claro. Mais dinheiro indo pro lugar errado...


...pra discordar de novo. Tv não é serviço público, TV é negócio. Nós, que temos acesso a inovações tecnológicas, não somos mais "escravos" do broadcast, e estamos até fora dele. TV não é pra nós. Mas, voltando ao seu exemplo, a TV, pela lógica do broadcast, tem que passar o que nego assiste. E nego gosta disso, fazer o quê? Na Cultura - que é uma escolha - tem peças de teatro e conceertos de Mozart. Dá uma olhada no IBOPE da Cultura...o empresário não é malvado, it is not about control. It is about money!!!

Resolve (olhe só que boa alma) ajudar a comunidade onde mora. Esbarra no poder paralelo do tráfico de drogas


ele não "esbarra" em ninguém. Ele veio de lá, sabe quem são, cresceu com os caras. Sabe o Belo? Aquele pagodeiro? Jogava bola com ele, era um trombadinha da minha rua que a gente chamava de "Tapete". Jogava pra carai, mas era uma marra só, e era, como dizíamos na época, "função". E aposto que a maioria dos jogadres era "função".

Os tais erros/crimes políticos, crimes de colarinho branco que ajudam a empobrecer o país.


Nos EUA e na Inglaterra tb têm corrupção. A TV também é um lixo. Porque, ainda assim, lá é melhor que aqui?
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Postby mends » 26 Jan 2007, 18:46

eu mesmo respondo: nós somos um povinho bunda, que culpa a todos menos a nós mesmos pelo que acontece. Assaltou? Não teve oportunidade na vida. É pobre? É porque outro é rico. Queremos sempre o mais fácil, o mais tranquilo. " O Caminho para o Inferno é uma estrada reta, sem nenhum buraco". Quantas horas um brasileiro trabalha por dia? Qual a sua produtividade? Esses são os fatores geradores de riqueza, e nós os CONTROLAMOS, e ainda assim somos um país pobre. E pras resolver nossa ´pobreza, ao invés de gerar riqueza, nós queremos distribuir o que já é pouco!

O menino de rua não é culpa minha. Eu cuido dos meus filhos, e quando trabalho pouco fiquei dez horas no escritório. Por que é tão fácil largar um filho? Por que é tão fácil matar? Por que é tão fácil roubar? PORQUE HÁ INCERTEZA DA PUNIÇÃO. A CERTEZA E A INCLEMÊNCIA DO CASTIGO DA QUEIMADURA AFASTAM SUA MÃO DO FOGO, OU NÃO?
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Postby Danilo » 26 Jan 2007, 21:21

PORQUE HÁ INCERTEZA DA PUNIÇÃO. A CERTEZA E A INCLEMÊNCIA DO CASTIGO DA QUEIMADURA AFASTAM SUA MÃO DO FOGO, OU NÃO?


Ok. Mas a volta toda dada é pra dizer que a corrupção impune, direta ou indiretamente, mata mais que os homicidas-piromaniacos. No estado de São Paulo, no triênio 2002-2004, morreram 445 em 100 mil pessoas entre 10 e 39 anos por homicídio. 27 por pneumonia e tuberculose, 6 por fome.

Err... mas tá difícil achar a estatística específica pra piromaniacos... mas você entendeu, né?
:o)
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Postby mends » 27 Jan 2007, 10:44

não, não entendi. morte por fogo é homcídio, primeiro.

segundo: vc está assumindo que todas as mortes por tuberculose, por exemplo, ou pneumonia, são descaso do poder público. mas A POPULAÇÃO TAMBÉM TEM CULPA, POIS INVADE ÁREAS IMPRÓPRIAS PARA MORADIA, SEM CONDIÇÃO DE HIGIENE E SANEAMENTO, TERRENOS COM DONO ÀS VEZES, E DEPOIS COLOCAM A PREFEITURA PRA CORRER ATRÁS E DIZEM QUE "NINGUÉM OLHA POR NÓS". ELES INVADEM PROPRIEDADE!!!!

E 6 mortes de fome por 100,000 habitantes é ridículo. Pra vc ver que ninguém passa fome por aqui. Pode estar desnutrido, pode não comer carne, mas fome ninguém passa.
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Postby Danilo » 27 Jan 2007, 12:41

Hum.... também não entendi como vou provar qualquer coisa. Mesmo porque as informações de morte por fome e causas de homicídios são desencontradas. Mas estou quase certo que 10% das mortes na cidade de São Paulo decorrem de infecções que os caras sem rim adquirem. É, aqueles que acordam numa banheira de gelo sem o rim, após beber alguma coisa oferecida por uma loira fantástica. E o governo está escondendo tudo!
:) :smurf: :)

Mas ainda discordo da pena perpétua. Pelo menos antes de dar uma boa arrumada no sistema prisional.
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Postby mends » 29 Jan 2007, 09:31

Blair quer mesmo o Brasil no Conselho de Segurança? Não. Ainda bem!
Tony Blair, primeiro-ministro britânico, discursou no Fórum de Davos e defendeu um Conselho de Segurança da ONU com Alemanha, Japão, Brasil, Índia, uma nação africana, outra muçulmana... Ufa! Para os nativos da Austrália, nada? É claro que se trataria de uma estupidez se fosse a sério. Pela ordem: a China não aceita o Japão; a França não aceita a Alemanha; não existe um país que represente “os" muçulmanos... Mas depois ficou claro o que Blair queria fazer: tirar esse bando de chatos da frente. A idéia é a seguinte: todos entram como membros permanentes, mas sem direito de veto. Ah, bom, se for assim, tudo bem. Imaginem a funcionalidade de um conselho com cara de casa-da-mãe-joana. Mas Celso Amorim já pode dizer que o Brasil está chegando lá. Já escrevi isto e não abro mão de lembrar de novo: o Brasil não teve a hombridade de condenar uma milícia homicida para puxar o saco da ditadura sudanesa. Pertencer ao conselho pra quê? Para torná-lo mais injusto do que é hoje? O Brasil tem a liderança natural da América do Sul e é o principal apoiador da ditadura venezuelana. Mais do que isso: Lula chama aquela estrovenga de democracia. Falou isso de novo em Davos. O Brasil serve para isto: endossar ditaduras.

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Postby mends » 30 Jan 2007, 17:49

Pode não sobrar talento, mas falta vergonha
Quase deixo passar uma reportagem muito interessante, de Jotabê Medeiros, que está no Caderno 2 do Estadão de hoje. É a cara do Brasil. Lembram-se outro dia que pedi aqui o fim das leis de incentivo à cultura? Foi quando eu me disse contrário a qualquer tipo de incentivo, seja para produzir feijão, TV digital, teatro ou música. Pois bem... Sabem quem é que conseguiu autorização do governo federal para captar incentivos? Ninguém menos que Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ana Carolina, Beth Carvalho, Daniela Mercury... Isso mesmo, leitor amigo. Se você tiver a “mala” sorte de ir ao show de um desses bacanas, estará pagando por ele duas vezes. Se você, como eu, fica longe desse cálice, paga apenas uma. O que é a Lei Rouanet? É renúncia fiscal. A empresa dá dinheiro a estes pobrezinhos, para que façam suas turnês, e depois descontam o valor correspondente do Imposto de Renda. Em suma: nós pagamos.
Como diria a ministra Dilma Rousseff, trata-se de “dinheiro público na veia”. E os ingressos são mais baratos? Os socialistas morenos conseguem assistir aos shows que patrocinam sem saber? Não. Os ingressos variam de R$ 40 a R$ 140.
Vejam estes números: “Para fazer sua turnê por Rio e São Paulo, Ana Carolina requisitou R$ 843 mil à Lei Rouanet, e conseguiu captar R$ 700 mil. Os ingressos para o seu show custavam em média R$ 120. Ana Carolina não é um caso solitário na MPB. Daniela Mercury levantou R$ 814 mil da Lei Rouanet para fazer 12 apresentações. O show Brasileirinho 2, de Maria Bethânia, pediu R$ 1 milhão, e já conseguiu captar R$ 300 mil. A turnê percorre 27 cidades. Beth Carvalho festejou seus 60 anos com uma festa no Teatro Castro Alves, de Salvador, com diversos artistas convidados e na qual gravou um DVD e um CD comemorativos. Para tanto, pediu R$ 1,6 milhão e conseguiu captar R$ 1,3 milhão pelo sistema de renúncia fiscal.” Fiquei sabendo que Beth Carvalho ainda canta. E encanta doadores de verba... pública!
A cada vez que Ana Carolina manda ver no palco versos como “Eu vou de escada/ para elevar a dor” (não sei se perceberam a picardia vocabular), nós estamos pagando por isso. Sabem aqueles vibratos sensuais de Caetano Veloso, que provam sua sensibilidade além-do-homem? Então, custa-nos algum dinheiro. Se Beth Carvalho ameaça o público com os versinhos de destruição em massa de Andança (“Na mão direita a rooooooooooosa”), nós é que estamos pagando pela lambança sonora.
A reportagem informa: “Todo ano, decai um pouco mais o mercado de música no Brasil. Segundo relatório da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), no primeiro semestre de 2006 as vendas de CDs caíram 6,74% em valores totais (e 52% dos discos vendidos são piratas). Em 2005, 3 milhões de brasileiros baixaram música da internet sem pagar por ela.”
Que coisa, não? Aos destituídos de nosso pobre capitalismo, Bolsa Família. Aos artistas, vítimas da pirataria, Bolsa-Apartamento com vista pro mar. E todos eles, é claro, amam o povo e são contra as injustiças sociais.

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Postby tgarcia » 01 Feb 2007, 14:12

será q o lula aceita "formalizar"????? hahahahahahahahahahahahahah

Do site do Estadão:
BRASÍLIA - O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, que tomou posse nesta quinta-feira como senador do PRTB por Alagoas, anunciou que apresentará uma proposta para implantar o parlamentarismo no País. Collor foi aplaudido por admiradores no auditório Petrônio Portela, no Senado.

O ex-presidente definiu a reforma política como "a mãe de todas as reformas" e disse que, até o final de março, terá concluído uma proposta de modificação do regime político do País. De acordo com ele, o parlamentarismo "é o melhor que há".
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Postby mends » 02 Feb 2007, 09:22

Suplicy, o contínuo de si mesmo
Aviso ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP): o número que ele executava tão bem, do paspalho simpático e não-doloso, já cansou. Tanto cansou, que só não perdeu a vaga para no Senado para Guilherme Afif (PFL-SP) porque este nunca acreditou que pudesse ganhar. E praticamente não fez campanha. Por que escrevo isso? Suplicy conseguiu “errar” ao votar para presidente do Senado. Havia dois candidatos: ou o homem votava em Renan Calheiros (PMDB-AL) ou em José Agripino (PFL-AL). Teve de pedir uma nova cédula. Se ele não consegue se desembaraçar de uma operação binária, tem de se cuidar, não de ocupar uma das vagas de São Paulo no Senado. Uma criança de dois já sabe distinguir um gato de um prato de mingau. Suplicy é um amostrado. São Paulo tem um senador a menos. A vaga é ocupada por um contínuo de si mesmo.

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Postby junior » 02 Feb 2007, 12:37

ou o homem votava em Renan Calheiros (PMDB-AL) ou em José Agripino (PFL-AL). Teve de pedir uma nova cédula.


deprimente ;( ;( ;( ;(
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