Universidades

Ciência, Saúde, Economia, Política

Postby mends » 15 May 2007, 20:25

Acabou o prazo.E eu quero a lista do Crusp
17h23. Acabou o prazo dado pela direção da USP. A Reitoria continua tomada pelos bolcheviques do sucrilho com Toddynho. E agora? Resta à universidade recorrer à Justiça. Com um mandado de reintegração de posse, a polícia é obrigada a agir. E, aí, haja fralda — o estoque foi reposto no Dia das Mães. Eu não acho má idéia que os militantes do PSTU e do PT sejam protagonistas exemplares do triunfo da lei e da ordem em São Paulo. Daqui a pouco, começa o espetáculo dos democratas do Sintusp, aquele sindicato cujos membros costumam sair no braço se sua vontade democrática não é acatada. Feliz é Lula. Os operários do ProUni não dão trabalho. Difícil é manter universidade pública e gratuita para a Dona Zelite de esquerda.

Feliz é Lula. Os pobres do ProUni não dão trabalho. Aceitam as Universidades Tabajara sem dar um pio. Difícil é manter universidade pública e gratuita para a Dona Zelite de esquerda. Os invasores, que têm uma pauta com 13 (13???) itens, querem agora que a reitoria construa mais de 700 novas vagas no Crusp, o centro de moradia da USP. A direção da universidade se compromete com pouco de 300 (!!!). Eu adoraria ter acesso à lista dos estudantes que moram nesses apartamentos. Aliás, vou procurar a direção da universidade para ver se ela me fornece esse documento. Estou interessado em saber qual é o tempo de permanência desses estudantes no “hotel público” e qual seu desempenho escolar. Quero saber se o meu dinheiro está sendo bem aplicado; quero saber se eles, ao menos, devolvem o que é investido em sua formação na forma de dedicação, estudo e disciplina.

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Postby Danilo » 16 May 2007, 01:51

Xiii...

---
From: GFAU <gfau@gfau.org.br>
Date: May 15, 2007 7:43 PM
Subject: [gfau] ASSEMBLÉIA AMANHÃ

Tendo em vista o contexto de movimentação política dentro da universidade e o indicativo de greve, que será pauta da assembléia geral dos estudantes amanhã às 18h, realizaremos uma assembléia dos estudantes da FAU amanhã, 16.05, às 12h, no piso do
museu.

O motivo da greve é a queda dos decretos do Serra.

A pauta da assembléia é: qual será a posição dos estudantes da FAU em relação à provável greve dos estudantes?

---

E fuçando atrás das razões da greve e da ocupação, achei o blog: http://ocupacaousp.blog.terra.com.br/

E nele as reivindicações:

1. Nos posicionamos contra os seguidos vetos do Governo de São Paulo (gestão Alckmin/Lembo e mantida pelo governo Serra) referentes ao aumento de verbas para a Educação Pública, os quais foram aprovados pela Assembléia Legislativa. Que a LDO de 2007 reponha os aumentos vetados pelo Executivo.

2. Lutamos pela revogação de todos os decretos impostos neste ano pelo Governador José Serra acerca da Educação no Estado (como os de n.º 51.460, 51.461, 51.471, 51.636, 51.660), os quais representam um forte retrocesso para a universidade pública, na medida em que atacam explicitamente sua autonomia, não só de gestão financeira, mas naquilo que é sua função máxima: o ensino e a pesquisa autônomos, livres de interesses mercadológicos e meramente instrumentais. Tais decretos institucionalizam a separação do tripé ensino, pesquisa e extensão, e dividem ainda mais a articulação no interior da educação pública, priorizando cursos e pesquisas de cunho operacional, ou seja, orientadas explicitamente por uma lógica mercantil. Separam a Fapesp e o Centro Paula Souza (Fatecs e Etes) das Universidades - antes submetidas à Secretaria de Ciência e Tecnologia, agora seccionadas em Secretaria do Ensino Superior e Secretaria do Desenvolvimento. E suspendem a contratação de funcionários e professores, abrindo espaço para o acirramento do processo de terceirização e precarização do trabalho.

3. Exigimos também a democratização da Universidade: o Conselho Universitário aberto à participação de estudantes, funcionários e professores, com direito à voz e voto. Além da discussão de eleições diretas para reitor.

4. Uma audiência pública com a reitoria onde sejam discutidos os decretos acima citados e seja expressa publicamente sua posição frente a eles. Tal posição deve ser expressa em jornais e mídias de grande alcance, posto que dizem respeito diretamente à sociedade brasileira.

5. Contratação imediata de professores e funcionários, de acordo com as demandas a serem levantadas pela própria comunidade USP, através de comissões mistas locais (de professores, funcionários e estudantes), de acordo com cada situação específica. E efetivação imediata daqueles contratados em regimes de trabalho precários e/ou terceirizados.

6. Liberação automática das vagas dos professores que se aposentam ou se desligam da Universidade.

7. Arquivamento do processo de modificação das regras de cancelamento de matrícula dos estudantes da USP, encaminhado pelo Conselho de Graduação para o Conselho Universitário.

8. Contratação de professores para atender às novas demandas advindas do processo de implementação de disciplinas de licenciatura, regulamentadas pelo MEC em 2001, nos cursos da Universidade, em especial na Faculdade de Letras.

9. Reconstrução e manutenção dos prédios da FFLCH, IME, FOFITO e demais faculdades que apresentem tais necessidades.

10. Formulação, em conjunto com os estudantes, de um projeto de longo prazo para a moradia estudantil em todos os campi da USP, os quais devem definir desde a estrutura física das moradias até a autonomia dos moradores sobre os espaços que utilizam. Nos casos de Ribeirão Preto e São Carlos: solução imediata referente à falta de vagas, através da construção de novas moradias, e não apenas em formas paliativas, como o Auxílio Moradia. Especificamente para o campus Butantã exigimos: a construção imediata de três novos blocos de moradia, totalizando 594 vagas, bem como a reforma dos blocos já existentes. Além disso, que seja garantida moradia decente para todos os estudantes alojados no CEPEUSP e no CRUSP, transporte e alimentação aos finais de semana, a não retirada dos atuais estudantes da moradia e a criação da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil.

11. Que os estudantes e funcionários tenham acesso assegurado aos Planos de Meta de todos os cursos e departamentos da USP.

12. Que nenhuma punição – sindicâncias ou demais processos administrativos e repressivos – seja tomada contra os alunos com relação à ocupação da Reitoria. E que todas as sindicâncias e demais processos administrativos levantados contra estudantes sejam retirados.

13. Nós estudantes nos posicionamos pela luta contra as medidas repressivas no interior das universidades, em particular a USP: portanto, exigimos a autonomia total dos espaços ocupados e geridos pelos estudantes, a total liberdade de manifestação política (panfletagem, colagem de cartazes, etc.) e cultural (festas, festivais, etc.), e pela retirada da polícia do interior do campus.

14. Posicionamento público da reitoria contra a condenação dos dois estudantes da FAU-USP, condenados a três meses de prisão por realizarem uma pichação no asfalto do campus Butantã em agosto de 2005, cujo recurso será julgado na instância federal ainda em maio de 2007.
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Postby mends » 16 May 2007, 08:22

ridículo
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Postby Danilo » 16 May 2007, 13:21

Tem dois pontos mais razoáveis que são pedidos em tudo quanto é greve: "Contratação de professores para atender às novas demandas ..." e "Reconstrução e manutenção dos prédios da FFLCH, IME, FOFITO...". Mas porque diabos nunca vi faltar professor na Poli? No Biênio até tinha uns estranhos que não falavam português nas disciplinas do IME. Mas só. E a Civil que eu nunca vi desabar apesar dos problemas?
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Postby mends » 16 May 2007, 17:03

Estado independente
- E por que Serra não usa a polícia para desocupar a reitoria?
Porque não pode. O pedido tem de partir da Reitoria. É um dos privilégios da autonomia.

- E por que ele não demite a direção da USP?
Porque não pode. Governador nomeia reitor com base numa lista de nomes que recebe, mas não pode demiti-lo. É por causa da autonomia.

- E por que não põe polícia nos campi para garantir ao menos o cumprimento do artigo 5º da Constituição?
Porque não pode. A menos que a Reitoria peça. É que a autonomia não deixa.

- Quer dizer que a população do estado elege um governador para cuidar do Estado, menos da universidade?
Sim, é o que garante a autonomia.

- Quer dizer que, se a reitoria não pedir e não recorrer contra os invasores, eles podem ficar lá indefinidamente, e Serra nada pode fazer contra os Reitores?
Sim, quer dizer isso mesmo.

- Quer dizer que os reitores das universidades paulistas são os homens mais poderosos do Brasil, estando, na prática, acima da Constituição?
Isso. Um reitor, em muitos aspectos, tem mais poder do que Lula, que já é quase um imperador.

- E quem pode agir contra eles em caso de prevaricação?
O Ministério Público pode.

- E por que não age?
Não sei.


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Postby mends » 16 May 2007, 18:05

"Contratação de professores para atender às novas demandas ..." e "Reconstrução e manutenção dos prédios da FFLCH, IME, FOFITO...".


então não tem lógica, correto?

porque, o que governo quer saber é como o dinheiro é gasto, uma vez que a USP temà sua disposição um percentual fixo do ICMS, cuja arrecadação só faz aumentar, e nunca sobra "pra essas coisas", ou pra consertar banheiros...

e não é sintomático que o melhor banheiro lá da elétrica era o da rockwell, "patrocinado", através de fundações???
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Postby Rafael » 16 May 2007, 18:14

tem outra reivindicação que acho razoável...

11. Que os estudantes e funcionários tenham acesso assegurado aos Planos de Meta de todos os cursos e departamentos da USP.


Na verdade acho que não só os estudantes, mas toda a SOCIEDADE, afinal de contas pagamos essas contas... De certa forma somos acionistas...
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Postby mends » 16 May 2007, 18:15

São Carlos, 11 de maio de 2007.

Prezado Diretor do IFSC, Presidente do CTA e Membros do CTA,

Comunico-lhes nesta oportunidade, com pesar e mesmo amargura, um fato extremamente importante ocorrido no dia 10/05/2007, que se segue. Se existe algo que cultivei e preservei, como professor nos meus quase 30 anos de carreira universitária, é minha dignidade como educador e pesquisador. Em toda a minha vida de cidadão brasileiro e como professor universitário, nunca tive tal qualidade questionada, muito menos roubada e vilipendiada, como aconteceu na referida data.

Ao tentar adentrar, por volta de 6:40 h da data mencionada acima, no campus da USP/São Carlos (entrada pelos fundos do ICMC), como sempre o faço, recebi ordens verbais de um pequeno grupo de funcionários e alunos para não fazê-lo, pois esta era a recomendação tirada em assembléia de suas categorias. Tentei conversar e disse a eles que os respeitava e respeitava também o direito de eles fazerem suas manifestações, porém queria que me respeitassem como cidadão, o meu direito de ir e vir em um local público. Ao tentar entrar fui agarrado e impulsionado em direção contrária, por duas vezes, com palavras de ordem para eu ir embora para casa.

Como só havia manifestantes grevistas no local, senti que se insistisse um pouco mais, as conseqüências físicas, além das morais recebidas, seriam desastrosas. Pedi que os funcionários me dessem seus nomes reiteradamente e também os alunos, para que pudesse ao menos buscar valer, a posteriori, os meus direitos. Não obtive respostas, exceto por um dos funcionários que se denominou como “Zé”. Minha indignação foi grande, maior do que se tivesse sofrido um seqüestro, pois, nesse caso, estaria lidando com bandidos e teria a esperança de que fossem punidos pela lei.

Mas, não no presente caso. Estava eu na frente de indivíduos “encapuzados” pela identidade anônima, funcionários da Universidade que tanto prezo e assistidos por alunos que são aqueles a que tenho me dedicado por toda a vida. Uma luta desigual, onde, em nenhum momento, foi respeitada a minha dignidade como professor e ser humano.

Transtornado, fui obrigado a sair do local. Consegui, pelo portão central da USP, também cercado por outros manifestantes com atitudes truculentas, que entrasse no campus, dizendo a eles que nossas conversas estavam sendo gravadas. Ao chegar em minha sala, por volta das 7:30 h, que é defronte à portaria da Física, pude ver cenas típicas da revolução cultural chinesa, patrocinada pelo não saudoso Mão Tse Tung. Vi colegas meus, como o professor. E. E. Castellano, a professora. Ivone Mascarenhas, o professor Milton F. de Souza, passarem por atitudes vexatórias de coerção moral e até física, com funcionários colocando-se na frente da entrada dos professores.

Vi uma cena triste onde o líder dos manifestantes gritava com o professor Silvestre Raguza, gesticulando e dizendo para ele ir embora e, depois, numa atitude humilhante, erguer até meia altura os cordões para que o Professor se curvasse e adentrasse ao campus. Não sei se por humilhação ou por dificuldade física devido à idade, o professor, que tanto contribuiu com diversas gerações de pesquisadores, se retirou humildemente, ficando a poucos metros, pensativo, e, com certeza, desapontado e perplexo antes de retornar para sua casa a passos lentos.

Vi um professor jovem (Daniel Vanzelli) que tinha a passagem interditada pelos manifestantes e só conseguiu entrar após a intervenção minha e do professor Glaucius Oliva, que viemos ao seu socorro após o chamado. Mais tarde, em passeata, passaram os manifestantes em frente à minha sala, pararam e ouvi meu nome, juntamente com o do professor Glaucius, sendo manchado com palavras do mais baixo calão. Mais ainda, dito em público que fui um agressor ao tentar, no período da manhã, adentrar à Universidade. Tudo isto ocorrendo com um conjunto de estudantes, aqueles que tanto prezo, gritando e manchando meu nome.

Senti morrer em mim todo o orgulho e satisfação em dar e preparar os meus cursos nesta Universidade. Senti-me indignado em ministrar cursos a estes alunos que possuem tal opinião a meu respeito. Perdi minha dignidade. Amargurado e revoltado, resolvi ir ao sistema de segurança do Campus verificar se havia gravação dos fatos ocorridos. Qual minha surpresa quando me informaram que, desde o dia 26 de abril de 2007, não havia gravação por motivo de expansão do número de câmeras. O motivo não me convenceu, mas, se o mesmo é verdade, por que não foram comunicados os dirigentes e membros da Universidade? Talvez outras providências pudessem ser tomadas se as gravações tivessem sido feitas.

O que mais me sensibiliza é saber que tais atitudes ocorreram e ocorrerão porque os dirigentes (reitor anterior e a atual), diferentemente das suas responsabilidades de resguardar a nossa dignidade como professores, em todo acordo de greve, a primeira providência é a não punição dos grevistas. Esqueceram-se tais dirigentes que o patrimônio maior da Universidade é a qualidade e a dignidade de seu corpo docente. Quero minha dignidade de volta!

Prof. Dr. Francisco Castilho Alcaraz

Ilmo. Sr.
Prof. Dr. GLAUCIUS OLIVA
Diretor
Instituto de Física de São Carlos
Universidade de São Paulo
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Postby mends » 16 May 2007, 20:24

Magnífica Reitora
Profa. Dra. Suely Vilela
Universidade de São Paulo

Prezada Professora,

Vimos nesta exigir desta Universidade o cumprimento de seus deveres assim como pedir providências no sentido de viabilizar o pleno exercício do Ensino, da Pesquisa, assim como da Extensão destes à sociedade. Passamos a relatar ponto a ponto as questões que norteiam nossa manifestação.

1. Exigimos que se mantenham íntegras as instâncias universitárias, a reitoria, os institutos, as salas de aulas e os laboratórios de pesquisa. Não se pode abrir diálogo com os novos SA, que usam da força para chegar a seus objetivos. Somos professores e pesquisadores na defesa de um ideal, e grupos de desclassificados devem ser tratados com o rigor da lei ainda vigente neste país.

2. Há bons e maus policiais, como há bons e maus acadêmicos, bons e maus médicos, bons e maus cidadãos. Vimos exigir que policiais sejam selecionados para dar proteção a bons professores, bons funcionários e bons estudantes que estão na Universidade cumprindo seu dever e usufruindo seu direito como cidadãos. A Polícia Militar é uma instituição com muitos homens e mulheres íntegros cujo serviço é para o bem estar da população civil na qual nos incluímos. Sentimo-nos protegidos pelas instituições e ameaçados por um grupo de desclassificados que vagueiam pela Universidade.

3. A representação discente deve ser uma representação oficial e não uma representação de um diretório. Os estudantes honestos reclamam que só podem ser candidatos aqueles que participarem dos órgãos estudantis ligados ao chamado DCE. Isto forma algo parecido com as famigeradas Rote Armée Faction que impõem seu querer através da força. A Universidade deve gerir o processo de escolha dos representantes como fazia no passado.

4. A Universidade não é uma democracia. Isto deve ser muito claro para nós, para os estudantes e para todos os interessados em uma Universidade decente. Qualquer estudante pode ter mais razão que qualquer professor, e isto deve ser sempre levado em conta. No entanto, não se processam decisões pelo voto na Universidade, e sim pelo convencimento direto daqueles que se propuseram ao pensamento íntegro como forma de agir.

5. Qualquer forma de intimidação deve ser respondida com total força, dentro da legitimidade. O diálogo de Chamberlain com o Nazismo levou às primeiras grandes agressões deste câncer que mudou a face da história no século XX. Nossa atitude deve se pautar pela mais forte defesa de ideais não importante a que nível, com força total, dentro da lei.

Atenciosamente,

Elcio Abdalla
Raul Abramo
Sylvio Ferraz Mello
Renata Zukanovich Funchal
Mahir Saleh Hussein
Antonio F. R. de Toledo Piza
Antonio Martins Figueiredo Neto
Mário José de Oliveira
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Postby Danilo » 18 May 2007, 15:17

Já passou da conta... pode acontecer da a Reitoria fechará os portões da USP a partir da noite de hoje, sexta-feira. O que é certeza é que uma festa da FAU com alvará de funcionamento foi cancelada, pois a Universidade suspendeu atividades culturais no dia de hoje e durante os próximos dois dias. Por outro lado, deu no estadão que a PM realizará só na próxima segunda-feira uma reunião preparatória para a reintegração de posse das instalações da reitoria.

Enquanto isso, diretamente do Orkut, eis uma resposta dum Unespiano a carta dos professores:

"2... que estão na Universidade cumprindo seu dever e usufruindo seu direito como cidadãos"
que deveria ser de todos e não é, mas como está confortável enquanto é pra eles, então que se foda...

"2... A Polícia Militar é uma instituição com muitos homens e mulheres íntegros cujo serviço é para o bem estar da população civil na qual nos incluímos."
Mas sua principal função sempre foi e sempre será conter movimento sociais e revoltas populares que ameacem as movimentações do governo. As mobilizações estudantis ocorrem, como um todo, porque percebemos nas mãos de quem estão clocando a educação pública do país. Conhecimento não é mercadoria, não se pode vender. Mais que isso, estão comercializando pessoas, a universidade está se tornando aos poucos uma fabriquinha de funcionários para o setor privado...

"5... Nossa atitude deve se pautar pela mais forte defesa de ideais não importante a que nível, com força total, dentro da lei."
Podemos aplicar aos dois lados? E se o problema for justamente a LEI, como fica? Viramos, então, escravos de um papel, e no lugar de temos a lei a serviço de uma sociedade, temos uma sociedade a serviço dos que fazem a lei?
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Postby mends » 18 May 2007, 16:50

nossa...ignorância é pouco pra descrever o estado desse imbecil
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Postby mends » 18 May 2007, 18:06

Sabem como eles estão chamando a reitoria, informa o Destak? “Boteco da Tia Suely”, o que me parece pertinente. Os meus correspondentes lá na Reitoria me contam que há outra pichação: “Seja realista; exija o impossível”. É um dos lemas da revolta estudantil francesa de Maio de 1968, de que já falei aqui. Parece poesia. É só uma burrice. Não custa lembrar que, na seqüência da tentativa de destruição da universidade na França, sobreveio um período de recuperação saudavelmente conservador. Mas sobrou o lixo do libertarismo, que tentou destruir toda a hierarquia de valores, ditada pela competência, pelo mérito, pelo conhecimento.

Sartre, que já estava gagá de tanto misturar álcool com psicotrópicos — não sei se o professor Henrique Carneiro escreveu a respeito... — estava em decadência intelectual. Tentou recuperar-se distribuindo panfletos maoístas nas ruas de Paris e dando “aula” na universidade insurrecta. Raymond Aron não caiu, claro, na conversa e apontou o desastre que representava aquele movimento para o pensamento francês.

Quatro décadas depois — como a gente é moderno, meus Deus! —, fico sabendo (li também no Destak) que um certo Jorge Grespan, professor de Teoria da História, transferiu anteontem para a reitoria ocupada a sua aula. Tema: A Ideologia Alemã, de Karl Marx. Parece piada. Se contassem a Marx que um senhor se dá ao desfrute de ministrar aula sobre um livro que é um verdadeiro repto contra o idealismo na reitoria ocupada de uma universidade, talvez o barbudo mal-humorado levasse a mão, em sinal de desconforto, a um dos muitos furúnculos do seu traseiro e, furioso, desse uns tabefes nesse casamento do esquerdismo infantilóide com a mediocridade.

Falta agora chamar um professor moderno para dar uma aula sobre “as barricadas do desejo” (ui, ui, ui) e a sociedade machista, falocrata e falocêntrica, que não compreende esse momento de pura emergência de uma poesia não-instrumental — entende, gente? —, que nega a reificação da vida proporcionada pelo capitalismo e pela mercantilização do saber, que toma todas as relações pelo único denominar aceito pelo capital: o valor de troca. E o que é socialismo? É a cooperação, é a igualdade.

Ou seja: é preciso substituir o valor de troca pelo valor do troca-troca. Isso quer dizer que ocupar a reitoria "dentro de você" é o mesmo que ocupar a reitoria do outro, entende? Mas não se esqueça de pedir: "Pô, libera a sua reitoria..."

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Postby mends » 18 May 2007, 19:25

Os três reitores têm de renunciar. E já!
Os culpados primeiros pela invasão, na ordem das responsabilidades, são, claro, os invasores. Em ordem cronológica, são os reitores das universidades estaduais. Foram estes autocratas que INVENTARAM a existência de decretos que supostamente agrediriam a autonomia universitária. Mentira. Cascata. Corporativismo. Agora, já escreveram mais de um documento dizendo que a autonomia está preservada. Ocorre que, em parte, o estrago está feito. Como escrevi aqui, abriam a caixa de Pandora e libertaram os monstrengos. Como no mito original, só a esperança ficou no fundo da dita-cuja. Esquerdopatia e esperança não se misturam. Os radicalóides da USP querem provar o que chamam “caráter autoritário” do governo Serra. E estão dispostos ao confronto. As Malfaldinhas e Remelentos querem tomar da polícia os chineladas que levaram de seus respectivos pais.

E agora? Agora, só resta à reitora Suely Vilela renunciar, já que não pode ser demitida pelo governador José Serra. Ela foi, para dizer pouco, leniente com os baderneiros:
- negociou sob pressão;
- aceitou ceder a reivindicações sem exigir nada em troca;
- prometeu comissões paritárias para acompanhar a execução da agenda imposta pelo grupo de militantes que desrespeitavam a lei;
- demorou 12 dias para entrar com um pedido de reintegração de posse da Reitoria;
- estimulou o “revolta” nos outros campi e nas outras universidades.

Tudo isso porque é tolerante? Quem viola a lei democraticamente definida não é tolerante, mas criminoso. E quem tolera que se o faça, com o dever funcional de evitá-lo, faz-se cúmplice. Prevarica. O que houve nestes dias todos — na verdade, desde o começo do novo governo — foi cálculo. Os reitores quiseram “acordar” a comunidade universitária para o que seria a “agressão à autonomia”. Agressão que nunca houve. O que eles não queriam era lançar diariamente no Siafem os gastos das instituições, o que só começaram a fazer em abril. Deu nisso aí.

Agora, eles próprios, que iniciaram o movimento, dizem, na prática, para os radicais: “Estávamos errados; a autonomia está intocada; o governador só quer que cumpramos nossos dever”. E não adianta. Brincaram com fogo; decidiram se aliar a satanás para defender as Santas Escrituras. Isso nunca dá certo. O Bem não nasce do Mal; o Mal jamais será instrumento útil para se chegar ao Bem. Manipulação, incompetência, prevaricação, desídia.

A reitora Suely Vilela deve ter o bom senso de renunciar ao cargo. Aliás, os três reitores deveriam fazê-lo. Eles estão na origem dessa cretinice, dessa manifestação de atraso. Trataram a universidade como assunto privado — não deles próprios, mas da sua corporação. Daqui a pouco, claro, vem a greve dos professores. Não de todos. Mas sobretudo a dos “humanistas” e “comunicólogos”, gente que, não raro, não tendo exatamente uma “ciência” a ensinar os alunos, ministra-lhes aulas de proselitismo.

Renunciem, senhores reitores! Foi-lhes concedido o privilégio de administrar três das mais importantes universidades do país, num regime único de autonomia financeira. E vocês conseguiram o quê? Devolver para a sociedade o que ela tão generosamente lhes concede? Não!

Vocês devolveram bagunça, desordem, desrespeito à lei.


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Postby mends » 19 May 2007, 12:46

nenhum problema de copy paste de coisa inteligente:

:cool:

Os fefeléchis e os nossos ancestrais
Uma coisinha: os fefeléchis (não todos, sei disso), pelo visto, não gostam da FEA e da Poli porque consideram a moçada de lá muito, qual é o termo?, mercantil... Tenho uma proposta: essas faculdades também não deveriam querer mais a Fefeléchi. Pronto! Casamento acabado. Isto mesmo. O fim do campus da USP pode ser uma boa idéia. Ou, então, ele ficaria inteiro para os fefeléchis. E poderia ser assim: ninguém sai; só entra, hehe... Comida, a gente joga por helicóptero. E eles vão se reproduzindo lá entre eles. Vai-se formar uma nova civilização. Tenho a impressão de que, em cinco gerações, estaremos encarando de frente os nossos ancestrais.


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After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
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