da CARTA CAPITAL
CULTURA
O POETA, O MINISTRO E O CANTOR
Um bafafá vazio e sem prumo agita intelectuais e artistas em torno do MinC
Um bafafá vazio e sem prumo tem movimentado o setor cultural do País nas duas últimas semanas. O primeiro tiro apressado foi disparado por Ferreira Gullar. Numa sabatina feita pelo jornal Folha de S.Paulo, o poeta disse que, apesar de não acompanhar a atuação do ministro Gilberto Gil, ouvia dizer que “os projetos não andam” e acusou o ministério de “centralização”.
O secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Sérgio Sá Leitão, respondeu pontuando que as críticas partiam de alguém assumidamente desinformado. No entanto, ao responder especificamente à acusação de “centralização”, rematou: “A centralização não era a marca registrada dos finados regimes stalinistas dos quais Gullar foi e segue sendo um defensor?” A tréplica de Gullar foi curta: “(a nota) parece escrita pelo antigo SNI”.
Apesar de infrutífera, a troca de acusações foi angariando aliados – para um e para outro lado. Na quinta-feira 5, Caetano Veloso, fraterno amigo de décadas de Gil, numa carta aberta, apelou: “Governos totalitários são viciados em expurgar poetas”. Gilberto Gil, numa entrevista a vários jornalistas, preferiu baixar o tom: “As críticas são muito boas e estimulantes (...) Mas governar é escolher e, de certa forma, é também discriminar”, disse, num clara referência a artistas e cineastas consagrados que já não vêem pingar tanto dinheiro para suas produções quanto em outros tempos.
Feita mais de palavrório do que pontos que possam de fato ser discutidos, a briga é desalentadora. <span style='color:red'><span style='font-size:14pt;line-height:100%'>É de esperar, de intelectuais e artistas, debate menos desorientado.</span></span>
De artistas, em geral, espero apenas bobagens. De intelectuais, principalmente intelecutais "poetas", de esquerda, mais bobagens ainda. Agora, do Caetano e do Gil, só dá pra esperar lixo.