À parte já ter lido que a cena foi montada, que o banco dá sim um rifle de brinde, mas checa antecedentes, demora quase um mês etc etc, o filme começa com a tese que a violência nos EUA se deve à quantidade de armamentos na sociedade, e à facilidade com que se compra um M16 no Wal Mart, com balas de fragmentação a 17 centavos de dólar na prateleira. E vai defendendo essa tese, apresentando os comerciais de armas com mulheres de peitão e biquíni segurando um fuzil – Freud explica – crianças de seis anos aprendendo a atirar, até que ele vai no Canadá.
O Canadá tem MAIS armas que os EUA, em números relativos. Também lá se comporá M16 no Wal Mart, ou uma “quadrada”, uma glock 9mm. Não há limite pra comprar munição, nem idade mínima. Como nos EUA, comprar bebida sem ter 21 anos é muuuito mais difícil que comprar arma. Eu, com vinte, não consegui comprar uma cerveja no 7-Eleven...
E aí?
Aí que a tese fura. O problema dos EUA é o estado de TERROR que a população vive, com medo de tudo e de todos, segundo o filme. Mais terror que nós?
E tem mais: com o tanto de arma que tem lá, o que se estranha é que não se tenha carnificina todo dia. Mas é tão raro que fazem até filme!
Cada vez mais estou convencido a votar contra o desarmamento. Ponto alto do filme: as declarações racistas de Moisés, o Charlton Heston, presidente da NRA, a National Rifle Association, da qual Michael Moore faz parte (!), que é a entidade de defesa da Segunda Emenda, aquela que diz que todos têm direito a andar armados. Nojentas.
Tem outras teses esquisitas de esquerda, do tipo “não deveriam obrigar mães solteiras e pobres a trabalhar, mas o Estado devia pagá-las pra ficar em casa com os filhos...”; por mais que eu ache que era melhor que TODAS as mães pudessem ficar em casa pra educar os filhos (a educação moral que a mãe passa é importante pra cacete), além de ser uma posição machista – a mulher deve poder escolher sempre se quer ficar em casa, caso possa, ou se quer trabalhar – o exemplo do chefe da casa trabalhando é coisa muito forte na formação do caráter, na minha opinião. Nada de graça, por favor.
Assista o filme, que vale a pena
