Mas então (é lógico) eu não fui claro! A questão não é DESCONSTRUIR, reinventar a roda a toda hora e não "aceitar" nada que já não tenha sido pensado. O(s) problema(s) são:
1 - Ter acesso à base epistemológica de desenvolvimento: isso quer dizer, aprender matemática ANTES de Eletromag...e não tentar aprender Eletromag SEM aprender matemática; Na GV, vc aprende Taylor, por exemplo, antes de ver todo o desenvolvimento sociológico que leva a Taylor....não é a NEGAÇÃO pura e simples que leva à liberdade, é a SUBMISSÃO pura e simples que não a possibilita!!! São coisas COMPLETAMENTE DIFERENTES!!!!
2 - Vou tentar uma abordagem mais tecnocrática, pq teu vïés tá sendo tecnicista, na minha opinião: o que diferencia o homem de uma máquina? a consciência, correto? De onde surge a consciência? Eu acredito que seja de nossa capacidade semântica, de atribuir diferentes significados a diferentes coisas e situações. Uma máquina, sempre, sempre, vai ser um ente desprovido de semântica. Uma máquina trabalha com SINTAXES, linhas de programa. As possbilidades sintáticas são finitas por definição. As possibilidades semânticas não. Uma máquina nunca iria olhar pro fogo e ver Deus. Então esqueça as ciências naturais. Elas são sintáticas: há "leis", mesmo que essas leis sejam ampliadas ou aparentamente "mudadas". Então tá fora de questão questionar ou não Maxwell, mas mesmo que nao estivesse, o meu ponto é que teoricamente tenho as ferramentas pro desafio, a matemática e a física que teoricamente me permitem aprender mais matemática e mais física e tentar confrontar os mestres.
3 - Mas, e enm relação à vida? O que quero dizer é que nossa vida está se tornando SINTÁTICA: depois de comprar um celular que cantas, tenho que ter um que bate palmas e manda se fuder...e o ser humano não é um ser sintático, é um animal semântico; aí vc vive a angústia do significado: viver pra q? quem sou eu, pra onde vou? pq faço Poli? Ah, pra ficar rico e consumir: consumo e consumo, coisas sem significado, minha angústia aumenta, mas tuuudo bem, tenho pornografia à vontade, tenho sexo à vontade, bebida, drogas - não ilegais, tenho Valium, Viagra, que me possibilita ter mais sexo...isso é a PORRA DA PROGRAMAÇÃO PRÉ-DETERMINADA!!!! E vc não pensa em quanto vc se insere nisso, ou pensa? Dificilmente. Eu me incluo nisso, porra! Então vc (vc genérico, não vc Telles) faz Poli pra trabalhar numa puuuuta empresa, ter um puuuuta carro, só que vc NÃO TOMA CONSCIÊNCIA DA SUA LIBERDADE, UMA VEZ QUE VC SE SUBMETE PRA TER TUDO ISSO, PQ VC TEM Q CONSUMIR, CONSUMIR, CONSUMIR....é a coisa da Caverna: se vc tá nesse ciclo de se matar de trabalhar, consumir, e se submeter, vc não tem consciência de que há outras possibilidades onde quem escolhe o q vc compra, o carro q vc dirige, as escolas dos seus filhos, é vc, não a "tendência", a moda, a propaganda. Pq, a cada nível de inserção nesse ciclo, mais "escape" vc tem q ter: experimentos com ratos foram feitos, em que dava-se aos ratos duas opções: pressionava-se uma alavanca para obter comida, e outra para obter estímulos elétricos no cérebro que emulavam prazer sexual. Os ratos morreram de fome. No que isso é diferente de quem gasta o salário em bingos, rouba para se drogar, pq "a vida é uma merda, a pressão é foda? ". Lazer é necessário, mas veja que, quanto mais as "pseudo-necessidades"consumistas aumentam, mais viciados e alienados existem na sociedade. Não acho q seja coincidência.
Eu quero ficar rico, mas pra ser livre. Como diz o Danilo, pra mandar grandão se fuder. Isso eu aprendi com o meu chefe: foda-se a McKinsey!! E daí que eu sou sócio da McKinsey? Eu quero mandar na minha vida! Se eu tenho como me manter, posso mandar neguinho se fuder quando eu quiser. Pra isso tenho q trabalhar pra caralho? Tenho, mas tenho q ter consciência d q controlo minha vida, tenho q negar certos desejos, tenho q aprender cada vez mais, pq não posso depender dum Lair Ribeiro me dizer como devo viver. Se eu não sei o básico, do básico, se eu não sei lidar com a complexidade, eu surto em dois segundos. Quem diz isso não sou eu, é o Freud. `Não posso identificar minha vida com uma empresa, e se for mandado embora, meu mundo desabar. Nossas escolas não ensinam isso. A Poli ensina, mas como a Poli ensina tecnologia, sem dimensão humana nenhuma, não há perigo! O viés técnico permite que se passe por "sem ideologia", que não existe. To escrevendo um ensaio com calma, espero q mais claro q esses posts....
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."
Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")