SIN CITY é um gibi ducacete escrito pelo Frank Miller, o mesmo que fez BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS, BATMAN ANO UM, A QUEDA DE MURDOCK (Demolidor), DARK KNIGHT RETURNS, RONIN (influência máxima de Tarantino), HARD BOILED, entre outras coisas. O cara é phoda.
SIN CITY também é um filme de Robert Rodriguez - EL MARIACHI - e não é baseado, dizem que É O GIBI filmado quadro a quadro. Pra esquentar os motores:
A cidade do pecado
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Na cidade sem nome e sem cor, onde a chuva nunca pára, todas as mulheres andam armadas e são prostitutas -com uma exceção, uma lésbica que vigia condenados em liberdade condicional.
Explosões de ultraviolência são tão freqüentes quanto injustificadas. A vida é uma distopia urbana de angústia e desesperança.
O assunto aqui é "Sin City", filme genial do diretor Robert Rodriguez, com base em histórias em quadrinhos do lendário Frank Miller. Para o bem e para o mal, "Sin City" será, no século 21, o que a ficção científica de "Blade Runner" representou para os anos 80: uma influência inescapável, um definidor de parâmetros a partir dos quais filmes futuros serão julgados. Quando estrear no Brasil, não perca por nada.
Em "Sin City", cidade do pecado, temos três histórias paralelas (que, no fim, acabam se entrecruzando, de modo nem sempre claro).
Bruce Willis interpreta um policial cardíaco que salva uma criança de um maníaco sexual. Em vez de ser condecorado, ele vai preso e passa oito anos em uma solitária.
Mickey Rourke, transfigurado, faz o papel de um justiceiro que vaga pela madrugada tentando vingar a morte de uma prostituta* por quem se apaixonou.
Clive Owen faz um detetive obcecado por livrar a cidade de Jackie Boy (Benicio del Toro), facínora ultraviolento, uma das figuras mais asquerosas do cinema contemporâneo. "Sin City" é em preto-e-branco. Custou US$ 40 milhões, pouco para os padrões de Hollywood. É fruto do domínio total que o diretor Rodriguez tem das novas tecnologias digitais. "Nunca daria para eu fazer esse filme em película", disse ele à revista "Wired".
Rodriguez dividiu os créditos de direção com Frank Miller (e, por causa disso, foi obrigado a se desligar do Directors Guild, o sindicato dos diretores dos EUA).
Na maioria das cenas, os atores foram filmados sozinhos, sem cenários. O resto foi incluído depois, por computação gráfica -dos prédios à chuva, dos carros aos becos imundos.
Desde "Blade Runner", eu não via um filme de ficção futurista tão impactante. Sair da sessão num cinema parisiense, quase às 3h da manhã, foi como acordar de um pesadelo. Chovia um pouco, quase ninguém andava nas ruas. Mesmo assim, Paris nunca pareceu tão linda.
* Jessica Alba.