República das Bananas...

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby Aldo » 19 Apr 2006, 19:44

Eu já si dicidi, vou votar no Lula, por que ele rouba, mas faz! E digo mais, faz mais do que si fez na história deste País. I tenho dito.
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Postby mends » 19 Apr 2006, 19:51

eu só voto no Lula se ele prometer socializar o Okamotto.

A sério, eu voto em quem prometer prender o Stédile. Já é um começo :cool:
"I used to be on an endless run.
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Postby mends » 24 Apr 2006, 13:57

ELIO GASPARI

Lula é o astronauta do blablablá
"N osso guia" confessou que "teria coragem de ir numa nave espacial". Não disse para onde, mas uns bons milhões de brasileiros fariam fila para custear a viagem. Na noite anterior, Lula entrara em órbita, em Porto Alegre, ao revelar que "o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde". Com as mordomias que usufrui, tem médico no serviço e hospitais prontos para atendê-lo. Consertou a parte interna do nariz e tem direito a botox-delivery.
A megalomania presidencial é um delírio de ignorância embebida em leviandade. Pode-se confrontar Lula com inúmeros cenários vividos pela turma que precisa dos serviços de medicina pública. O sucateamento do hospital federal Gaffrée e Guinle, no Rio, está provocando a morte de pacientes soropositivos. A greve de dois meses da Agencia de Vigilância Sanitária compromete a entrega de medicamentos e hemoderivados importados.
Mesmo assim, talvez seja melhor lembrar o que "nosso guia" disse a respeito do "tratamento de saúde" à jornalista Denise Paraná, autora do memorável livro "Lula, Filho do Brasil". Ele contou a morte de sua primeira mulher, em 1971:
"A Lurdes tinha ficado grávida e, no sétimo mês de gravidez, ela pegou hepatite. Ninguém me tira da cabeça que ela morreu por negligência da rede hospitalar do Brasil, por problema de relaxamento médico. (...) Hoje eu tenho consciência do que um desgraçado de um pobre passa nos hospitais, passa para ser atendido, para ter uma consulta. (...) Tudo isso depende da classe: quem tem dinheiro pode tudo, quem não tem dinheiro não pode nada, não tem direitos estabelecidos. Como morreu a Lurdes, morrem milhões de pessoas por aí neste país sem ter o menor atendimento médico".
Lula disse isso em 1993, e o livro foi publicado em 2002. Ou não sabe do que fala hoje, ou serviu-se de um drama pessoal para fazer demagogia. A primeira hipótese parece ser a mais provável, mesmo sendo a mais triste para um país de 170 milhões de habitantes governados por um astronauta do blablablá.
"Nosso guia" alterna grandiosidades pessoais com lamúrias contra o caráter do Brasil, país habitado por um povo que bem ou mal o tratou bem. Dois exemplos, ambos da semana passada:
"É sempre assim que funcionam as coisas no Brasil. Estamos sempre nivelando por baixo, estamos sempre apostando na desgraça, estamos sempre apostando na miséria". "No Brasil é assim, o cara não te dá o direito de ser feliz."
Se "nosso guia" não se sente bem no Brasil, o próximo avião para o Cazaquistão decola de Paris às 12h do próximo dia 4. A passagem (só de ida) custa US$ 580.
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Postby mends » 24 Apr 2006, 20:12

mais Banânicas, mas desta vez banânicas bandeirantes, deste estado que é o zorguio da Nassã.

Sexta eu tive a idéia de jerico de levar o Fernando no Zoológico. Tava até a tampa de coisa pra fazer, cases da GV, meu TCC que só de artigo pra ler tem mais de 600 páginas, estudar etanol e créditos de carbono pro banco, ler os jornais, a Veja, assistir uns filmes, ajudar na faxina etc etc. Aí a culpa pesou e resolvi que sexta feira iria ser folga, o Fernando iria se divertir. Ele adora animais, aqueles de quatro patas. Chama o Beethoven, um dos pastores alemães do sítio de BE-TO-BEN!, com entonação super-empolgada, depois de passar mais de mês chamando de BITÚ-BITÚ. Adora os GUS, os gansos, galinhas e demais aves lá do sítio, adora correr atrás dos gansos, puxar o rabo do Tonico, que é o gato, ficar pegando formiga do chão...enfim, deixa eu limpar a baba.

Como acordamos perto das 11, fomos tentar um brunch no Richard's, não deu certo, zarpamos pra Cia dos Pães, meio em decadência mas com preço lá em cima, e fomos pro Zôo.

Decepção. Além dos animais estarem todos "dormindo", nenhum com cara boa, paradões, magros, a parada não tem estrutura nenhuma (a última vez que fui no Zoo o Jimmy tinha três anos, ele tem treze), umas lanchonetinhas furrecas, sujas, banheiros imundos, chão imundo, jaulas e espaços deteriorados, enfim, uma tristeza só.

Nem sei se o conceito de zoo está ultrapassado, uma coisa meio século XIX, e não interessa. Interessa é que, primeiro, não deveria ser público. Não é bem público! Quem se beneficia do zoo é quem vai, e ele pode pagar por isso! Os custos e os benefícios podem ser univocamente alocados por indivíduo, com efitos colaterais mínimos para a sociedade!! PRIVATIZAÇÃO JÁ!

Ilustrando: a única jaula bem cuidada, com animais felizes, era ima jaula de macacos com patrocínio da Microsoft.

E o Fernando? Adorou o Leão (o "Aisss" - Alex - do Madagascar), os GUS do zoo (araras, papagaios, cisnes) e o Urso filhotinho.
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Postby Aldo » 24 Apr 2006, 20:40

mends wrote: Ilustrando: a única jaula bem cuidada, com animais felizes, era ima jaula de macacos com patrocínio da Microsoft.


The ZooSao and the Microsoft are working together in a home safari system that is really cool. You should have one!
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Postby mends » 04 May 2006, 11:25

O Estado na mão de um bando de amadores
Por Rui Nogueira
Diante da reação negativa generalizada à postura do governo Lula em relação ao decreto do presidente boliviano, Evo Moares, que estatizou os campos de gás e de petróleo e expropriou os bens da Petrobras, o presidente Lula, seus ministros e o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, exibiram nesta quarta-feira o tamanho do amadorismo com que administram o Estado brasileiro. Entre recuos, estultices de todo o tamanho e blagues de um cinismo sem limites, suas excelências acabaram por revelar o que deixaram de fazer na terça-feira, optando por uma nota esdrúxula, confissão escrachada de que não souberam defender o Estado com um mínimo de profissionalismo. Profissionalismo político-público.
Juntos, tal qual uma claque ideológica doidivanas, eles passaram a terça-feira inteira dizendo à boca pequena que só podiam fazer o que fizeram, não podiam invadir a Bolívia com tropas para obrigá-la a não editar o decreto que editou, não podiam atentar contra a soberania do país vizinho. É nisto que o governo Lula é mestre, em dizer que não pode fazer o que ninguém lhe pede que faça, um discurso manjado que o presidente vem repetindo faz tempo. “Nós não vamos jogar a economia em nenhuma aventura”, costuma dizer Lula, como se alguém lhe pedisse ou o forçasse a semelhante opção.
O que fazer
Do homem eleito para defender o Estado brasileiro, em vez de uma nota de apoio ideológico às maluquices populistas de Morales, era de esperar, na terça, estes passos objetivos:
1) A convocação do embaixador brasileiro em La Paz para uma coleta oficial de informações, uma vez que o governo brasileiro não recebeu nenhuma comunicação do ato de força cometido pelo governo boliviano – o que, nem de longe, pode ser encarado como atitude inamistosa. Isso é, tão-somente, uma medida típica de profilaxia diplomática;
2) uma declaração oficial dando conta de que o governo brasileiro não se mete nas decisões soberanas dos outros Estados – é diferente de dar apoio ideológico à medida de Morales;
3) a expressão oficial da óbvia preocupação com a medida do governo boliviano, uma vez que ela contém pontos nebulosos;
4) a notificação pública do fato jurídico óbvio, de que o Estado brasileiro assinou contrato com o Estado da Bolívia que não autoriza aumentos unilaterais de preços no gás;
5) a notificação, igualmente óbvia, de que a expropriação de bens de empresas brasileiras, públicas ou privadas, à luz de acordos internacionais de proteção de investimentos, exige o ressarcimento pelo preço justo devido.
Só nesta quarta-feira, depois da saraivada de críticas, é que o presidente da Petrobras e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apontaram na direção correta, tentando passar ao largo da ignomínia estabelecida pela nota oficial de terça-feira – a ponto de fazer, preponderantemente, o elogio ideológico à medida de Morales, como se o presidente da Bolívia precisasse do consentimento do companheiro Lula para pôr em prática suas decisões. Diante do nocaute diplomático, o presidente brasileiro tentou se exibir como uma vítima de assalto que compreende as motivações que levaram o assaltante a cometer a violência. Apoiando as razões do assaltante, Lula quis passar a idéia de alguém que controla a situação.
Ainda assim, embalado pelas estéreis conversas preliminares de segunda e terça-feira, aquelas que produziram a ridícula nota oficial do Estado brasileiro, Lula amanheceu nesta quarta-feira fazendo blague. Como sempre, desprovido de superego, o presidente mergulhou no proselitismo antiimperialista e, para uma platéia friendly, em um seminário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), saiu-se com a história de que não iria inventar fatos para justificar alguma medida de força contra a Bolívia – tal qual Bush fez para justificar a invasão do Iraque. E quem pediu? Lula fala do nada para não ter de prestar contas sobre o óbvio.
Nada, porém, supera em estupidez e oportunismo a declaração de Lula, de que foi um erro o país ficar dependente de uma fonte única fonte de fornecimento de gás. Se foi um erro, e o diligente Lula percebeu isso desde sempre, por que é que seu governo criou um programa especial de incentivo energético para as indústrias. Para quê? Para que as indústrias – siderúrgica, vidro, cerâmica e outras – usassem cada vez mais gás. É um presidente patético!
Agarradas à senha ditada pelo chefe maior, algumas lideranças petistas passaram o dia a dizer, no Congresso, que o governo brasileiro fez o possível diante do fato consumado criado por Evo Morales. Gabrielli chegou a se perguntar: o que a Petrobras ia fazer, chamar mercenários? Justificando-se sobre uma idéia que ninguém ventilou, o senador Sibá Machado (PT-AC), por exemplo, perguntou ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) se ele queria que Lula enviasse tropas para ocupar a Bolívia. Antero respondeu: “Ninguém pediu isso. Só queria que Lula e o PT defendessem o Brasil, em vez de defender a Bolívia”.
Lula não executou nem o óbvio porque ele não reconhece o que foi feito por governos anteriores, só pensa no que “nunca antes foi feito na história”. Não existe legado a reconhecer no Itamaraty porque a diplomacia pra valer, assim como os programas sociais, os programas de energia alternativa, tudo começou a existir em 1º de janeiro de 2003.
Alíquotas de importação
As indagações vazias de Lula, Gabrielli e Sibá foram apenas algumas das muitas maluquices postas a circular. Eis mais alguns exemplos edificantes:

Diz a nota oficial do Planalto: “A decisão do governo boliviano de nacionalizar as riquezas de seu subsolo e controlar sua industrialização, transporte e comercialização, é reconhecida pelo Brasil como ato inerente à sua soberania. O Brasil, como manda a sua Constituição, exerce pleno controle sobre as riquezas de seu subsolo.”
Trata-se de um truque rasteiro aplicado pelo governo Lula e que envergonha o Estado brasileiro. Sorrateiramente, são postas em pé de igualdade duas coisas completamente diferentes. Estatizar e expropriar bens de investidores são atos que não guardam nenhuma relação com a nacionalização de recursos minerais.
A nota do Planalto passa ao cidadão a idéia de que o Brasil reconhece o “ato soberano” da Bolívia porque, aqui dentro, nós também “exercemos pleno controle sobre as riquezas do [nosso] subsolo”. Para manter “pleno controle sobre as riquezas” os países não precisam estatizar e expropriar bens de quem quer que seja. Todas as nações minimamente civilizadas mantêm os recursos naturais como propriedade do Estado. Esses recursos podem ser explorados por empresas privadas mediante concessão legal. Era assim, também, na Bolívia. É sob concessão do Estado boliviano, representado contratualmente pelo governo de La Paz, que a Petrobras investe e produz na Bolívia. Se o governo boliviano, ao fazer a concessão, fez um bom ou mau negócio com os bens nacionalizados, isso são outros quinhentos!
*
A nota oficial do Planalto, divulgada na noite de terça-feira, diz que na relação Brasil-Bolívia estão valendo os “dispositivos contratuais amparados no direito internacional”. No telefonema entre Lula e Evo Morales, o presidente brasileiro teria reforçado a existência desses “dispositivos contratuais”.
A ginástica verbal do governo Lula é reveladora. Para começo de conversa, nenhum contrato é inegociável. Em segundo lugar, o discurso governamental tenta igualar atos que não se igualam. O governo Lula tem “coragem política” para dizer que Morales praticou um ato soberano, mas sobra-lhe covardia para dizer que fará valer seus direitos contratuais, mesmo reconhecendo que ninguém está proibido de negociar termos e cláusulas considerados ultrapassados, aspectos que, enfim, se tenham tornado problemáticos ou, por algum motivo circunstancial, flagrantemente prejudiciais. Isso é legal, isso é legítimo.
O novo governo da Bolívia pode achar hoje – e ter como provar – que o preço negociado em governos anteriores é excessivamente camarada com o Brasil. Que proponha a negociação, ora! O que isso tem a ver com expropriar os bens da Petrobrás? E o que os “direitos contratuais” têm a ver com o apoio brasileiro à expropriação decretada por Evo Morales? Nada! Fazer valer os direitos brasileiros, sem fechar a porta a negociações, era o caminho óbvio desde o início.
*
Depois de uma conversa telefônica entre Lula e Morales, o governo brasileiro anunciou estar convencido de que o fornecimento de gás está assegurado “pela vontade política de ambos os países”.
Duas nações soberanas garantem uma relação comercial e econômica na base da “vontade política”? Só no Brasil de Luiz Inácio Lula da Silva isso é possível. Foi o máximo de garantia que o presidente da República Federativa do Brasil arrancou do companheiro e irmão Evo Morales. Como as vontades políticas de Morales estão mais sintonizadas com as de Hugo Chávez e Fidel Castro, por aí dá para ver o tamanho da garantia conseguida pelo Brasil.
*
O ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andrés Solíz foi claro: todos os contratos existentes “estão total e definitivamente anulados”.
Das duas uma: ou Solíz é um extraterrestre, fala por falar, e logo será desautorizado por Evo Morales, ou o ministro dos Hidrocarbonetos tem poder e está sintonizado com o presidente boliviano. Tudo indica que Solíz sabe o que diz e o que faz com absoluto respaldo político. Tanto isso é verdade que, um mês atrás, quando Lula, ministros e assessores vendiam um bom relacionamento e negociações camaradas com os “hermanos” bolivianos, Solíz promoveu um destampatório bombástico durante uma entrevista em La Paz.
Na entrevista, concedida na capital boliviana e jamais desautorizada ou minimamente criticada por Morales, o ministro Solíz chutou a Petrobras, acusou o Brasil de se comportar como país imperialista e deixou claro que era ministro dos Hidrocarbonetos para fazer o que foi anunciado pelo presidente boliviano na segunda-feira, dia 1º de maio.
*
Segundo o assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia, a estatização e expropriação implementadas por Morales são um “acidente de percurso” nas relações Brasil-Bolívia. Mais que isso, sempre segundo Garcia: “[São] um fato normal no relacionamento entre os países, sobretudo quando começam a exercer sua soberania sobre si próprios”.
É mais fácil levar a sério o sargento Garcia, aquele que até hoje não conseguiu prender o Zorro. Se se trata de um “acidente de percurso” e de um “fato normal no relacionamento entre países”, o que é que os presidentes Lula, Morales, Néstor Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela) vão fazer em Puerto Iguazú, nesta quinta? Contaminado pela doença infantil do lulismo, o nosso Garcia, que está mais para cabo da guarda palaciana, também acha que, na Bolívia, “nunca antes na história” aconteceu o que está acontecendo. Quer dizer que só agora, com Morales, é que a Bolívia começou a exercer a sua soberania. Ah!, esses historiadores de antanho! A “revolução” populista de Morales é a terceira de uma série em que as medidas originais de ontem se repetem no dia seguinte como farsa.
*
Na prática, resumiu o assessor Marco Aurélio Garcia, a estatização-expropriação é “um ato soberano e unilateral, a mesma coisa que nós aumentarmos aqui alíquotas de importação".
A que ponto chegamos! Ou melhor, a que ponto chegou essa gente do governo Lula. Aumentar, unilateralmente, alíquotas de importação é o mesmo que expropriar, unilateralmente, bens dos investidores”! Não admira que essa gente chame o mensalão de caixa dois. E considere o assalto ao Estado, perpetrado pelo delubioduto, recurso normal para financiar o Partido Príncipe. É o Estado na mão de um bando de amadores e algo mais, é claro.
Amém!
[ruinogueira@primeiraleitura.com.br]
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Postby Aldo » 04 May 2006, 19:07

Pô, depois da Greve de fome nós já podemos definitivamente tirar o subtópico Política do tópico Papo Sério, não? (Aliás já deveria estar fora ha muito)

Completamente sem noção o moleque fazendo birra...tá merecendo umas boas palmadas, isso sim!

Quanto a Ebo Morales:
Se sêsse no tempo dos militá: Santa Cruz de la Sierra se chamaria Santa Cruz d'Oeste, Cochabama se chamaria Bundamole e La Paz se chamaria Cabô o Sossego....

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Postby mends » 05 May 2006, 10:36

Integrantes do Pânico são agredidos por militantes de Garotinho
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da Folha Online

Os integrantes do programa "Pânico na TV", exibido pela Rede TV!, foram agredidos na tarde desta quinta-feira por supostos militantes do ex-governador Anthony Garotinho. O episódio ocorreu em frente ao diretório fluminense do PMDB, onde Garotinho realiza desde domingo uma greve de fome em protesto à suposta perseguição promovida pela mídia e adversários políticos.

O diretor do "Pânico na TV", Ricardo de Barros, disse que a equipe do programa foi "recebida com hostilidade" assim que desceu para gravar em frente ao diretório do PMDB-RJ. "Eles [supostos partidários de Garotinho] disseram que o programa não era sério e que não tinha nada lá para ser gravado."

Segundo ele, esse grupo --de cerca de 100 pessoas-- agrediu o repórter Vesgo (Rodrigo Scarpa), o Ceará (Wellington Muniz), além do câmera, produtor e assistente do programa. A van da equipe também foi destruída. "Eles agiram com muita truculência", disse Barros.

O diretor contou que depois de desferir socos e pontapés na turma do "Pânico", o grupo começou a depredar a van da equipe.

Barros afirmou que o "Pânico" queria gravar duas pautas em frente ao diretório do PMDB-RJ: uma de brincadeira e outra "séria" com Garotinho.

A primeira, que seria gravada na rua, faria uma alusão à greve de fome de Garotinho: os integrantes do "Pânico" fariam de conta que iriam entregar pizza e chocolate para o ex-governador. A pauta séria envolvia a decisão de Garotinho. "Tínhamos feito uma série de perguntas para fazer a ele", disse Barros.

Segundo ele, as imagens do incidente devem ser exibidas no programa de domingo, que vai ao ar a partir das 20h.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a assessoria de Garotinho informou que não tinha conhecimento da agressão.

Eles disseram ainda que não ficaram sabendo da intenção do programa "Pânico na TV" de gravar uma pauta com Garotinho.
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Postby junior » 06 May 2006, 14:36

06/05/2006 - 02h30
Chico diz que vota em Lula de novo; leia entrevista


Folha - Em dezembro de 2004, em entrevista à Folha, você falou pela primeira vez desde a eleição do Lula a respeito do que pensava do governo e do país naquele momento. Fez críticas pontuais à gestão petista e ponderou que algumas oportunidades históricas de reforma social pareciam estar sendo desperdiçadas. Não obstante, o foco central da sua crítica se dirigia à escalada do pensamento reacionário no Brasil, do qual o ódio com que parcelas da classe média e parte da mídia se referiam ao presidente iletrado seria um dos exemplos mais gritantes. Entre o seu diagnóstico de então e a situação de hoje existiu o escândalo do mensalão, com todas as suas conseqüências. Você está decepcionado? O que mudou na sua avaliação do governo e da situação do país?

Chico Buarque - É claro que esse escândalo abalou o governo, abalou quem votou no Lula, abalou sobretudo o PT. Para o partido o escândalo é desastroso. O outro lado da moeda é que disso tudo pode surgir um partido mais correto, menos arrogante. No fundo, sempre existiu no PT a idéia de que você ou é petista ou é um calhorda. Um pouco como o PSDB acha que você ou é tucano ou é burro (risos).

Agora, a crítica que se faz ao PT erra a mão. Não só ao PT, mas principalmente ao Lula. Quando a oposição vem dizer que se trata do governo mais corrupto da história do Brasil é preciso dizer "espera aí". Quando aquele senador tucano canastrão vai para a tribuna do Senado dizer que vai bater no Lula, dar porrada, quando chamam o Lula de vagabundo, de ignorante --aí estão errando muito a mão. Governo mais corrupto da história? Onde está o corruptômetro? É preciso investigar as coisas, sim. Tem que punir, sim. Mas vamos entender melhor as coisas.

Folha - Como assim?

Chico - Pergunte a qualquer pequeno empresário como faz para levar adiante seu negócio. Ele é tentado o tempo todo a molhar a mão do fiscal para não se estrepar. O mesmo vale para o guarda de trânsito. E assim sucessivamente. A gente sabe que a corrupção no Brasil está em toda a parte. E vem agora esse pessoal do PFL, justamente eles, fazer cara de ofendido, de indignado. Não vão me comover. Eles fazem o papel da oposição, está certo. O PT também fez no passado o "Fora FHC", que era uma besteira.

Mas o preconceito de classe contra o Lula continua existindo --e em graus até mais elevados. A maneira como ele é insultado eu nunca vi igual. Acaba inclusive sendo contraproducente para quem agride, porque o sujeito mais humilde ouve e pensa: "Que história é essa de burro!? De ignorante!? De imbecil!?". Não me lembro de ninguém falar coisas assim antes, nem com o Collor. Vagabundo! Ladrão! Assassino! --até assassino eu já ouvi. Fizeram o diabo para impedir que o Lula fosse presidente. Inventaram plebiscito, mudaram a duração do mandato, criaram a reeleição. Finalmente, como se fosse uma concessão, deixaram o Lula assumir. "Agora sai já daí, vagabundo!". É como se estivessem despachando um empregado a quem se permitiu esse luxo de ocupar a Casa Grande. "Agora volta pra senzala!". Eu não gostaria que fosse assim.

Folha - Você acredita que o Lula seja de fato visto como uma ameaça pelos mais ricos?

Chico - A economia, na verdade, não vai mudar se o presidente for um tucano. A coisa está tão atada que honestamente não vejo muita diferença entre um próximo governo Lula e um governo da oposição. Mas o país deu um passo importante elegendo o Lula. Considero deseducativo o discurso em voga: 'Tão cedo esse caras não voltam, eles não sabem fazer, não são preparados, não são poliglotas". Acho tudo isso muito grave.

Folha - Você vai votar no Lula? Tem a intenção de participar da campanha de alguma maneira?

Chico - Hoje eu voto no Lula. Vou votar no Alckmin? Não vou. Acredito que, apesar de a economia estar atada como está, ainda há uma margem para investir no social que o Lula tem mais condições de atender. Vai ficar devendo, claro. Já está devendo. Precisa ser cobrado. Ele dizia isso: "Quero ser cobrado, vocês precisam me cobrar, não quero ficar lá cercado de puxa sacos". Ouvi isso dele na última vez que o vi, antes de ele tomar posse, num encontro aqui no Rio.

Folha - Vários artistas, de Daniela Mercury a Cristiane Torloni, de Lima Duarte a Caetano Veloso, fizeram recentemente, em diferentes graus e circunstâncias, críticas ao PT, ao governo e ao próprio Lula. O meio artístico, ao que parece, não vai mais embarcar, como fez em 2002, no "Lula lá".

Chico - Pelo que eu ando lendo, a grande maioria dos artistas está contra o Lula. Tenho a missão de contrabalançar um pouco isso (risos). Há também entre os artistas um pouco daquela competição: quem vai falar mais mal do presidente? Mas concordo em parte com o que diz o Caetano. Em parte.

Quando ele fala que as pessoas do atual governo se cercam da aura de esquerda para justificar seus atos e reivindicar para si uma posição superior à dos demais, tudo isso também vale para o governo anterior. Os tucanos costumam carregar essa aura de esquerda com muito zelo. Volta e meia os vemos dizendo que foram contra a ditadura, que são intelectuais de esquerda. Fernando Henrique foi eleito como candidato de centro-esquerda. Na época a vice entregue ao PFL parecia algo estranho. Depois se provou que não era. As pessoas se servem do passado de esquerda como se fosse um título, um adorno. Na prática política efetiva essa identidade não funciona mais. Mas não funciona não apenas porque as pessoas viraram casaca. A história levou para isso. Levou o PSDB a se tornar o que é e obrigou o PT a abdicar de qualquer veleidade socialista ou revolucionária.

Folha - Por falar nisso, o que você acha do PSOL e dessa turma que deixou o PT fazendo críticas pela esquerda?

Chico - Percebo nesses grupos um rancor que é próprio dos ex: ex-petista, ex-comunista, ex-tudo. Não gosto disso, dessa gente que está muito próxima do fanatismo, que parece pertencer a uma tribo e que quando rompe sai cuspindo fogo. Eleitoralmente, se eles crescerem, vão crescer para cima do PT e eventualmente ajudar o adversário do Lula. Acompanhei o PT desde a sua fundação e vi de perto muitas dessas discussões. Em 1985, na eleição à prefeitura de São Paulo, eu achava que o Fernando Henrique era o único candidato da esquerda capaz de derrotar o Jânio Quadros. O PT lançou o [atual senador Eduardo] Suplicy. O que eu briguei com gente do PT --e por causa do Fernando Henrique Cardoso (risos). A candidatura do Suplicy no fim ajudou a eleger o Jânio Quadros.

Folha - Como você vê a atuação da mídia no escândalo do mensalão? Tem gente na órbita do PT que ainda diz que a mídia criou ou inventou essa crise.

Chico - Não acho que a mídia tenha inventado a crise. Mas a mídia ecoa muito mais o mensalão do que fazia com aquelas histórias do Fernando Henrique, a compra de votos, as privatizações. O Fernando Henrique sempre teve uma defesa sólida na mídia, colunistas chamados chapa-branca dispostos a defendê-lo a todo custo. O Lula não tem. Pelo contrário, é concurso de porrada para ver quem bate mais.

Folha - O rumo que as coisas tomaram no Brasil e no mundo o faz se sentir historicamente derrotado? A sua geração perdeu?

Chico - Qualquer tipo de frustração histórica que possa existir --e existe-- não me abate enquanto artista. Pessoalmente é outra coisa. É evidente que parte da minha geração que chegou ao poder não lutou a vida inteira para isso. Eu vou dizer: até mesmo pessoas que hoje são execradas publicamente, como o Zé Dirceu...

Não tenho maior simpatia pelo Zé Dirceu, acho que ele errou, que ele tem culpa, sim, por tudo o que aconteceu, mas eu respeito uma pessoa que num determinado momento entregou a sua vida, jogou tudo o que tinha em nome de uma causa coletiva, do país.

Como o Zé Dirceu eu poderia citar outros nomes que chegaram ao poder, mas chegaram despidos daquele sonho em nome do qual eles lutaram a vida toda. Quem sabe para chegar ao poder tiveram justamente que se adequar à realidade, se render ao pragmatismo. A pessoa que chega ao poder é um pouco um fantasma daquela que deu a vida por algo que não se realizou.

Não assinei manifesto pelo Dirceu, não participei de nada disso, mas admiro uma pessoa que num determinado momento entrega sua própria vida por alguma coisa, um sonho coletivo. Isso me toca num ambiente político em que as pessoas se vendem por uma ninharia, defendendo interesses pessoais, pequenos, na maior parte das vezes escusos. É uma pena ver niveladas pessoas com histórias tão díspares.

Falar hoje de socialismo soa inviável e anacrônico. Parece haver uma condenação do país á receita que está aí. Ao mesmo tempo, disso resulta uma certa apatia. Também acho perigoso o discurso de que a política é nojenta, de que os políticos são todos iguais, todos ladrões. Lutamos mais de 20 anos por democracia, saímos nas ruas, cantamos pelas Diretas. Acho muito chata essa conversa de voto nulo.

Folha- Quando pensamos nas mazelas do Rio, a imagem que nos vem à cabeça é a dos morros, das favelas dominadas pelo tráfico, da miséria pendurada na paisagem da zona sul. Sua canção "Subúrbio" desloca nossa atenção para as costas das montanhas, onde o drama social parece condenado ao esquecimento e ao silêncio. É como se a própria miséria tivesse também a sua periferia...

Chico - Existe mesmo na canção a intenção de fazer cantar a periferia --ou antes a periferia da periferia da periferia. O Brasil sempre ocupou uma posição periférica no mundo e o Rio, cada vez mais, está numa situação periférica em relação às decisões nacionais, ao poder, a São Paulo. O subúrbio do Rio é a periferia dessa cidade meio marginalizada e está literalmente fora do mapa.

Fui procurar mapas do Rio quando estava fazendo a canção e não encontrei nenhum incluindo o subúrbio. As pessoas se lembram de Vigário Geral por causa da chacina, sabem que existe Olaria e Madureira por causa do futebol, mas não se vai muito além disso.

Folha - Quando você se refere ao subúrbio, não fala apenas da vida inviável, da violência, da condenação ao esquecimento, mas de um lugar que, para além disso, preserva tradições populares e formas de arte como o samba de roda, as cabrochas e o próprio choro. Isso convive com o rap, o hip-hop, o funk, o rock. Enfim, há vários tempos históricos convivendo na canção.

Chico - Isso existe, esses tempos estão lá. Até mesmo esse subúrbio idílico, que aparece muito nas novelas, isso também existe, mas misturado a outras formas de existência e expressão dessa realidade.

Folha - Um dos achados da canção são os versos "Fala no pé/ Dá uma idéia/ Naquela que te sombreia". A canção mimetiza e estiliza a língua dos "manos" para mandar um recado do subúrbio à cidade maravilhosa que está do lado de cá da montanha.

Chico - É. Dar uma idéia para alguém é português. Agora, dar uma idéia em alguém é outra coisa. Consultei várias pessoas sobre o sentido da expressão, ouvi respostas variadas, mas achei que se encaixava bem na canção.

Folha - Agora está na praça a expressão "Vou dar um psicológico" em fulano.

Chico - Essa não conhecia (risos).

Folha - Você diz, entre sério e irônico, que "Carioca", o título do CD, é uma homenagem a São Paulo, pois era assim que lhe chamavam os amigos paulistanos quando você vivia na cidade. Já foi mais fácil ser carioca?

Chico - "Carioca" é o nome do disco, não sou eu me declarando --não se trata de uma afirmação pessoal. O disco acabou resultando carioca pela temática de várias canções e pelo clima musical, a linguagem musical-- essa, sim, talvez mais acentuadamente do que em outros discos meus, é carioca.

Folha - Você não teme reavivar ou ser vítima de velhos bairrismos?

Chico - Não pensei nisso e não tenho essa intenção, pelo contrário. Talvez também porque tenha morado muito em São Paulo e algum tempo fora do país eu sempre achei qualquer forma de bairrismo uma grande besteira. Enquanto é brincadeira, vá lá, tolera-se, mas quando começa a virar coisa séria não dá. Às vezes eu percebo um tom bairrista muito acentuado em articulistas da imprensa paulista. Não precisaria. São Paulo já é hegemônica. E no Rio, quando vejo uma manifestação bairrista, é um pouco uma reação de defesa, de quem se sente ameaçado.

Folha - Para muita gente você continua sendo um paulista no Rio. É curioso, porque na sua juventude, quando era um carioca em São Paulo, o centro dinâmico da vida nacional também estava do outro lado, no Rio.

Chico - É verdade. Quando fui morar em São Paulo, ainda bem criança, aquilo era para mim uma província. O Rio era uma cidade maior, a capital da República, tinha prédios de apartamentos, Copacabana, Flamengo, Botafogo. Em São Paulo os prédios de apartamentos estavam quase todos concentrados no centro _era uma cidade menor, parecia do interior. Na minha cabeça era. Lembro-me quando, nos anos 50, morando na rua Henrique Schaumann, eu fui até a igreja do calvário, ali atrás da praça Benedito Calixto, e voltei correndo pra dizer à minha irmã: "Descobri onde São Paulo acaba!". Não havia nada além daquele ponto, era um descampado.

São Paulo conheceu não só um crescimento demográfico espantoso, mas passou a rivalizar com Brasília em termos de exercício de poder. Decide-se em restaurantes quem é o melhor candidato à Presidência, ou qual é o paulista mais habilitado para disputar contra o Lula, por sua vez um político paulista também. O Lula fez a carreira dele em São Paulo, no ABC. Essa hegemonia paulista, tão visível na riqueza e na política, não ocorre na cultura, na música em particular. É um mistério para mim.

Folha - A sua geração escolheu o Rio como casa e isso talvez explique parte do que você está descrevendo.

Chico - Na verdade não é só a minha geração. O próprio Dorival Caymmi. As primeiras canções dele sobre a Bahia ele trouxe de lá, mas chegando aqui, nos anos 40, começou a cantar Copacabana, cantava "ai, que saudades eu tenho da Bahia", mas continuava, como até hoje, morando no Rio (risos). Era aqui que as coisas aconteciam. Vinham todos. O meu pai [o historiador Sérgio Buarque de Holanda] era paulista e veio morar no Rio. Manuel Bandeira era carioca de Pernambuco; Drummond, carioca de Minas; Rubem Braga, capixaba.

Folha - Você acha que o público mais jovem tem interesse pelo que você e sua geração fazem hoje? O que mudou na recepção do seu trabalho?

Chico - Mudou muita coisa. Para as pessoas mais velhas, da minha geração e de gerações mais próximas à minha, as músicas costumam ter história, lastro, estão ligadas à vida de cada um ou relacionadas a momentos do país. É comum ouvir "isso me lembra as Diretas-Já, isso me lembra Geisel, isso me lembra o Festival da Record". Para a garotada não há nada disso. Para eles sou músico de um passado só, de um tempo só. Outro dia um jovem me disse: "Adoro aquela sua música". "Qual?", perguntei: "Com Açúcar, com Afeto" (risos). A música tem 40 anos!.

Folha - É uma jovem senhora, mas ainda chama a atenção dos mais novos.

Chico - Isso na verdade é cíclico. Nos anos 80, em determinado momento que uma parte expressiva da mídia flertou com muito entusiasmo com uma certa idéia de internacionalização da cultura e de desbunde com o mercado, parecia que a música da gente já era. nacional, só rock e olhe lá. Eu fui considerado completamente ultrapassado. Depois voltou. Daqui a pouco pode ser que não interesse mais. A gente continua fazendo --existe uma teimosia aí. E também, a essa altura, uma natural despreocupação com o sucesso imediato. Mesmo porque o sucesso imediato não acontece.

Folha - Você considera que o novo CD exige uma digestão mais lenta?

Chico - Você e outros comentaram que, a exemplo do anterior, o disco não é fácil de se gostar na primeira audição. Talvez não seja mesmo. Eu aposto um pouquinho no fato de que a pessoa vá ouvir várias vezes. Quando se trata de um livro, você tem que gostar da primeira vez. Há até aqueles que gostam da primeira vez e lêem duas, três vezes, grifam frases, anotam coisas. A maioria das pessoas, no entanto, quando muito, lê uma vez. mas disco não. Você ouve várias vezes. Geralmente, gosta de uma ou duas músicas, vai repetindo. Às vezes aquela música que você gosta no começo vai enjoando e você então descobre outra. Eu pelo menos ouço disco assim.

É difícil no meu caso ter uma música que seja um grande sucesso, que toque no rádio --eu não conto com isso. Não estou preocupado em fazer, como diziam os italianos, uma música "orecciabile", "orelhável". No final dos anos 60, quando morei em Roma, eles queriam que eu fizesse outra música como "A Banda", "orecciabile". E eu acabei não fazendo outras músicas "orelháveis", frustrando muitas expectativas (risos).

Hoje não existe nenhuma expectativa, nem minha nem de ninguém, de que eu precise ou vá compor uma música "orecciabile". É natural que haja um tempo maior e um apuro maior, não apenas no processo de composição, mas também no trabalho de estúdio, durante os arranjos, as gravações. É sem dúvida um trabalho mais sério, mais cuidado do que era há anos atrás. Não quero dizer que isso resulte numa música "impopular" de propósito, uma música sofisticada demais --não acho isso--, mas é uma música que não tem compromisso com o sucesso. Isso talvez a torne mais longeva. Algumas canções vão ter maior aceitação, outras ficarão fatalmente esquecidas e talvez sejam recuperadas lá adiante, por algum outro artista.

Folha - Você às vezes transmite a sensação de que gostaria de ver seu trabalho melhor compreendido.

Chico - Sei que é difícil falar do disco. Até para mim é difícil. Em jornal, crítico de música geralmente é crítico de letra. É compreensível que seja assim --a letra vai impressa, o crítico destaca este ou aquele trecho... funciona assim. Eu cada vez mais dou importância à música e tenho vontade de dizer: "Olha, só fiz essa letra porque essa música pedia. Isso não é poesia, é canção". Enfim, fico um pouquinho chateado com essas coisas, mas sei que é difícil mesmo. Como é que vai imprimir uma partitura no jornal e explicar aos leitores? Não dá, eu sei.

Folha - Você volta a fazer shows neste ano?

Chico - Tenho vontade de fazer shows, sim. Depois da gravação, do convívio com os músicos no estúdio essa vontade aparece. É o passo seguinte, de certa forma natural. Vamos ver isso depois da Copa.

Folha - Você acaba de gravar uma série de 12 programas dirigidos por Roberto Oliveira, que mesclam entrevistas inéditas e imagens de arquivo cobrindo praticamente toda a sua carreira. Chamou atenção a maneira desinibida com que você acabou passando a limpo a sua trajetória como artista. O que o levou a fazer esse balanço?

Chico - O Roberto foi me engabelando (risos). A idéia inicial eram dois ou três programas. Achei que a proposta de recuperar imagens de arquivo que de outra forma ficariam perdidas justificava o trabalho. Mas só fazia sentido se isso viesse acompanhado de algo mais.

Folha - Esses documentários que os programas recuperam, principalmente dos anos 70 e 80, chamam atenção pelo despojamento, pelo ambiente caseiro, pelos ensaios descontraídos. Vivia-se em outro planeta, não?

Chico - Esses programas durante alguns anos, sobretudo nos 70, eram um contraponto à programação da Globo. Fiquei muito tempo fora da Globo durante a ditadura, primeiro porque eles me vetaram, depois, quando me chamaram, porque eu não queria. Mas esses programas destoavam mesmo da estética da Globo. Mostravam os artistas gravando, bebendo. Era uma coisa meio mal acabada, meio alternativa. Alguns discos, não apenas os meus, também tinham esse clima. Era uma bagunça. Ouvindo hoje a gente tem a sensação de que o cantor bebeu, o maestro fumou e o produtor cheirou, não necessariamente nessa ordem (risos). Era muita loucura, o estúdio cheio de gente, garrafas pelo chão, uma festa. Hoje você entra num estúdio e é aquela coisa ascética. Parece um hospital. Não se come, não se bebe, não se fuma, não se faz nada ali dentro.

Naquela época havia um certo valor nessa transgressão, nesse desregramento. Você ia gravar daquele jeito, todos no estúdio estavam daquele jeito e provavelmente quem ia ouvir os discos também estava daquele jeito. Não deixava de ser também uma maneira de enfrentar e suportar a repressão. Hoje não faria nenhum sentido gravar naquelas condições.

Folha - Era uma época mais simpática?

Chico - Não acho nada simpática. Não dá para abstrair a ditadura. Uma coisa é Maio de 68 na França. Outra, completamente distinta, o nosso dezembro de 68.
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Postby Aldo » 06 May 2006, 15:44

mends wrote: Integrantes do Pânico são agredidos por militantes de Garotinho
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da Folha Online

Os integrantes do programa "Pânico na TV", exibido pela Rede TV!, foram agredidos na tarde desta quinta-feira por supostos militantes do ex-governador Anthony Garotinho. O episódio ocorreu em frente ao diretório fluminense do PMDB, onde Garotinho realiza desde domingo uma greve de fome em protesto à suposta perseguição promovida pela mídia e adversários políticos.

O diretor do "Pânico na TV", Ricardo de Barros, disse que a equipe do programa foi "recebida com hostilidade" assim que desceu para gravar em frente ao diretório do PMDB-RJ. "Eles [supostos partidários de Garotinho] disseram que o programa não era sério e que não tinha nada lá para ser gravado."

Segundo ele, esse grupo --de cerca de 100 pessoas-- agrediu o repórter Vesgo (Rodrigo Scarpa), o Ceará (Wellington Muniz), além do câmera, produtor e assistente do programa. A van da equipe também foi destruída. "Eles agiram com muita truculência", disse Barros.

O diretor contou que depois de desferir socos e pontapés na turma do "Pânico", o grupo começou a depredar a van da equipe.

Barros afirmou que o "Pânico" queria gravar duas pautas em frente ao diretório do PMDB-RJ: uma de brincadeira e outra "séria" com Garotinho.

A primeira, que seria gravada na rua, faria uma alusão à greve de fome de Garotinho: os integrantes do "Pânico" fariam de conta que iriam entregar pizza e chocolate para o ex-governador. A pauta séria envolvia a decisão de Garotinho. "Tínhamos feito uma série de perguntas para fazer a ele", disse Barros.

Segundo ele, as imagens do incidente devem ser exibidas no programa de domingo, que vai ao ar a partir das 20h.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a assessoria de Garotinho informou que não tinha conhecimento da agressão.

Eles disseram ainda que não ficaram sabendo da intenção do programa "Pânico na TV" de gravar uma pauta com Garotinho.

Estava na Paulista na quarta feira e os vi fazendo reportagem em uma banca em frente à Gazeta, eu ía entrar na banca, mas os vi e decidi ir a outra...eles seguravam um exemplar da ultima Veja (Garotinho de chifrinhos na capa)...

Não sei se foram 100 pessoas que os agrediram, mas não precisaria de três saideros, os dois são do meu tamanho e o camera man também, só um outro que fica junto é grandão.

Como disse o Casseta e Planeta: "O senhor deixou de comer, mas continua mamando."
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Postby mends » 08 May 2006, 11:37

Para o partido o escândalo é desastroso. O outro lado da moeda é que disso tudo pode surgir um partido mais correto, menos arrogante.


Não importa o que surja!! O partido não é o Estado. Existem leis neste país às quais o Partido deve se submeter. Cana :lol: neles todos!!!!!!!

Pergunte a qualquer pequeno empresário como faz para levar adiante seu negócio. Ele é tentado o tempo todo a molhar a mão do fiscal para não se estrepar. O mesmo vale para o guarda de trânsito. E assim sucessivamente. A gente sabe que a corrupção no Brasil está em toda a parte. E vem agora esse pessoal do PFL, justamente eles, fazer cara de ofendido, de indignado. Não vão me comover. Eles fazem o papel da oposição, está certo. O PT também fez no passado o "Fora FHC", que era uma besteira.


Raciocínio socialista-imbecil-orwelliano: o PT "não fez nada de diferente". E por isso deve ter "espera aí"? Vai catar coquinho na descida, como dizia meu avô!! Não fazer nada de diferente é ÉTICO, mas é IMORAL e ILEGAL, e o Lula está provando que engorda :lol: . Novilingua e duplipensar pouco é bobagem.

as pessoas do atual governo se cercam da aura de esquerda para justificar seus atos e reivindicar para si uma posição superior à dos demais


ah, Freud...o ato falho do esquerdista: ser de esquerda legitima ser Bom, ver A Luz do Mundo..se cercam da aura da esquerda e, CONSEQUENTEMENTE, tomar pra si, reinvidicam, uma posição superior, que é suposta INERENTE à esquerda, senão não seria reivindicada...como é Chico Buarque e linguagem pra ele não é problema, é assumir que as pósições da esquerda são superiores...

É como se estivessem despachando um empregado a quem se permitiu esse luxo de ocupar a Casa Grande. "Agora volta pra senzala!". Eu não gostaria que fosse assim.


Lula não é vagabundo porque veio do povo: Geisel veio do Povo, JK, Castello. É vagabundo porque é sindicalista, parasita por definição.
mas eu respeito uma pessoa que num determinado momento entregou a sua vida, jogou tudo o que tinha em nome de uma causa coletiva, do país


causa coletiva é o cacete!!!! :ranting: :ranting: :ranting: socialista quer dominar, quer poder, quer ditadura, Dirceu sempre foi Direceu, só que antes era maoísta e, como também era castrita e "che-guevariano", era (é) incompetente. Agora, é Gramsciano, mas é um ditadorzinho de meia-pataca do mesmo jeito.

o novo CD exige uma digestão mais lenta?


traduzindo: é ruim que dói e exige que se ouça bastante, pra se acostumar? :lol:

Uma coisa é Maio de 68 na França. Outra, completamente distinta, o nosso dezembro de 68.


Dezembro de 1968 iniciou uma ditadura explícita, que acaba em 1974. Maio de 1968 iniciou a ditadura das idéias que vai atrás das mentes das pessoas pelo apelo do "bonzinho", do "correto", do "impessoal", levando ao pensamento único, à dominação. Dessa ainda não saímos.
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Postby mends » 08 May 2006, 16:58

ELIO GASPARI

Bolsa-Povo
Lula acha que a elite são os outros e diz que o Brasil é um país de todos. Em 1980, "nosso guia" ficou preso 31 dias e perdeu a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Por conta disso recebe uma Bolsa-Ditadura de R$ 4.294 mensais. (Provavelmente será aumentado a partir deste mês.) Isso acontece no andar de cima. No de baixo, o mecânico pernambucano Marcos Mariano da Silva passou 19 dos seus 57 anos na cadeia por um homicídio que não cometeu. Uma bomba da PM cegou-o durante um motim. Abandonado pela família, não teve visitas. Na semana passada, o governador José Mendonça Filho concedeu-lhe uma pensão de R$ 1.200. Se a pensão do brasileiro Mariano tivesse seguido os cálculos do Bolsa-Ditadura de "nosso guia" (R$ 138 por dia de cana), sua pensão seria de R$ 960 mil mensais.
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Postby mends » 12 May 2006, 10:59

The diminishing of Brazil
May 11th 2006 | BRASÍLIA
From The Economist print edition







Brazil's Lula da Silva has been humiliated by Venezuela's Hugo Chávez. But there are limits (see article) to the new giant's clout

IT HAS long been the dream of Brazil's politicians and diplomats to augment their country's stature in the world by positioning it as the undisputed leader of a united South America. But as Latin America's leaders gather this weekend in Vienna for a meeting with their European counterparts, their region has rarely looked so divided. And many Brazilians complain that their president, Luiz Inácio Lula da Silva, is being turned into an irrelevant bystander in his own backyard by Hugo Chávez, Venezuela's oil-rich populist leader.
The immediate uproar was prompted on May 1st by the decision by Evo Morales, Bolivia's socialist president, to order the nationalisation of his country's oil and gas industry. He was fulfilling a campaign promise. But he was advised, and apparently inspired, by Mr Chávez. The chief victim of his decision was Brazil. It is the largest consumer of Bolivian gas. Petrobras, the Brazilian national oil company, was the largest investor there. Brazil may now have to pay up to 60% more for the gas.
Lula's response looked feeble. Instead of asserting Brazil's contractual rights, he held a meeting not just with the Bolivian leader and Argentina's president, Néstor Kirchner, but also with Mr Chávez on May 4th. Lula said that Bolivia was acting within its rights. In return, Mr Morales offered to refrain from cutting off gas supplies and to negotiate their price.
To critics of the Lula government, Brazil's meekness unmasked the confusion at the heart of its foreign policy. In making alliances, they claim, it has put presumed ideological affinity above national interest and a rules-based approach to regional integration. “The entire thrust of Brazilian diplomacy for the past 20 years has been damaged,” wrote Rubens Barbosa, a former ambassador to Washington, in a newspaper column.
Since Lula is likely to seek a second term at an election in October, there is some partisanship in such criticisms. Officials say that Brazil will never use a big stick against its neighbours. But there is also some foundation. Take the United States, Brazil's largest single trading partner. Celso Amorim, the foreign minister, insists that good relations are “essential” for Brazil. But according to his deputy, Samuel Pinheiro Guimarães, who is the foreign ministry's chief ideologue, Brazil must “react to the political initiatives...of the hyperpower” by “promoting political alliances with the states of the periphery.”
That has led Brazil to stress relations with countries in Africa, the Middle East and Asia, with meagre results. For good reasons, Brazil favoured the Doha round of world-trade talks over the 34-country Free Trade Area of the Americas (FTAA), sponsored by the United States. But with the Doha round floundering, Brazil is left with few alternatives.
On taking office in January 2003, Lula proclaimed regional integration to be his top foreign-policy priority. Yet Mercosur, the putative customs union established by Brazil with Argentina, Paraguay and Uruguay in 1994, has never been in greater disarray. “Brazil went for a dream of South American unity before strengthening and deepening Mercosur,” says Alfredo Valladão of Sciences-Po, a French university.
A 12-country South American Community of Nations, launched in 2004, is doomed to irrelevance by internal splits. Colombia and Peru have joined Chile, Mexico and Central America in signing bilateral trade agreements with the United States. Now Uruguay is threatening to follow suit. “Mercosur is more a problem than a solution for Uruguay,” its president, Tabaré Vázquez, said recently. Brazil has done nothing to restrain Argentina's Mr Kirchner from trying to bully Uruguay into halting two big paper mills, which he claims will pollute a shared river.
“We have not done everything we should have done for smaller economies in Mercosur,” admits Mr Amorim. The group needs an “integrated industrial policy” and a common policy on government procurement, things which require “a change in culture, especially in the bigger countries,” he says.
Mr Chávez's project is very different from Brazil's. He has signed up Mr Morales to the “Bolivarian Alternative”, his political alliance with communist Cuba. He wants nothing to do with countries that sign trade agreements with the United States. Where Brazil wants to integrate, Venezuela wants to divide. Under Mr Chávez, an elected autocrat, Venezuela has respected neither contracts nor democratic norms. Yet not only has Brazil remained silent about such conduct, it has encouraged Venezuela to join Mercosur. Such reticence to scold is partly because Brazilian construction firms have big projects in Venezuela, says Rafael Villa, a Venezuelan at the University of São Paulo.
A hard line against Venezuela would backfire, counters Mr Amorim. He says that within the limits of non-intervention Brazil uses whatever influence it has to reinforce democracy in Venezuela. That influence, he claims, is limited by the United States, which has blocked the sale of Brazilian aircraft to Venezuela. The “verbal cold war” between Mr Chávez and George Bush's administration makes it much more difficult to build bridges between Venezuela's government and the opposition, he says.
Maybe so. But Brazil has failed to articulate a clear alternative to chavismo. Not so long ago, its leaders had a vision of regional integration based on the outspoken defence of democracy, respect for treaties and on linking Mercosur to the world through, for example, a free-trade pact with the EU. It is hard not to conclude that this vision is being sacrificed to a puerile impulse to embrace those who peddle the populist rhetoric of “anti-imperialism”. For that, Brazilians may soon pay a price.
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Postby tgarcia » 31 May 2006, 07:42

AGORA O BRASILZÃO VAI PRÁ FRENTE!!!

"O sertanejo Leonardo, que volta às lojas com o CD de inéditas De Corpo e Alma, afirmou na tarde desta terça-feira que pretende sair em carreira política. Mais: ele tem a intenção de começar já concorrendo a uma vaga para governador de Goiás, seu Estado natal." :shock: :shock: :shock:
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Imagina o silvio

Postby telles » 31 May 2006, 09:39

Imagina se o Silvio Santos resolve entao.... A única vez que ele tentou (mas acho que já tinha passado o prazo, e as cédulas já estava até impressas) assustou.....
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