Biografia do Alan Greenspar pelo cara que derrubou o Nixon, o Robert Redford (companheiro do Dustin Hofman, em TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE)
Vale os primeiros cinco capítulos, com os bastidores da crise de 1987, a primeira crise causada por computadores e instrumentos financeiros exóticos - os "seguros" de posição desenvolvidos por um professor de Stanford, que desfazia as posições da corretora automaticamente, passado um ponto de prejuízo. Só que se esqueceram de um "detalhe": um mercado é um mercado. Só se vende se tem quem quer comprar. Pra se ter uma idéia, IBM, na Terrible Tuesday que seguiu a queda da Segunda feira, chegou a valer menos de 0.5 cent por ação.
E a bolsa se recuperou sozinha, Greenspan pouco fez, liberal e discípulo de grandes liberais de Columbia, como Arthur Burns, que era. As tesourarias das empresas fizeram repurchase, jogaram o futuro pra cima e foi normalizando aos poucos.
E vale os últimos capítulos, com parte da "exuberância irracional", a bolha dos anos 90.
E vale também pra entender a escola monetarista de pensamento macroeconômico, que deposita muitas fichas na credibilidade do banco central e nos movimentos "infinitesimais" nas variáveis de política fiscal, bem como o germe da idéia de inflation target, primeiramente aplicada na Nova Zelânda, que elegia a taxa de juros como variável básica no controle da inflação, e não mais o tamanho da base monetária, da qual não se tem, a partir de um momento de nossa história, visibilidade nenhuma - com tanto dinheiro em fundos, bolso, cuecas, não dá pra saber exatamente quanto dinheiro tem em circulação.
O ruim do livro é a tradução. Tive que ler "Congresso democrático" várias vezes, ao invés de "Congresso DEMOCRATA", e 1/4%, ao invés de 0.25%...