VADE RETRO SOCIALISTAS

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby junior » 06 May 2006, 21:01

:unsure: :unsure: :fear: :fear:

Chávez quer plebiscito que permita reeleição até 2031
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da France Presse, em Caracas
da Folha Online

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje que pode decretar um plebiscito que permita sua reeleição por vários períodos até 2031.

"Ainda que me acusem de querer me perpetuar no poder, vou perguntar a vocês: 'Está de acordo que Hugo Chávez seja presidente até o ano de 2031, sim ou não?", disse o mandatário.

"Vamos ver o que acontece. De todos os modos, algum dia eu vou ir embora, mas o mais importante não é que vá ou que não vá, mas que não se vá agora, neste momento que apenas começa", disse ele, durante um ato político no Estado de Lara, no centro-oeste da Venezuela.

A atual Constituição da Venezuela, aprovada em 1999, permite a reeleição apenas uma única vez. Um eventual plebiscito poderia modificar essa condição.

Na sexta-feira, Chávez havia defendido a possibilidade de sucessivas reeleições para presidente caso a oposição boicotasse o pleito marcado para dezembro.

Chávez se elegeu pela primeira vez em 1998. Em 2004, seu mandato foi submetido a um referendo em que os venezuelanos decidiram que ele deveria continuar a ser presidente.

Em 3 de dezembro, o presidente deverá tentar a reeleição para um mandato de mais seis anos, pleito em que aparece como favorito para a vitória. Pela lei atual, entretanto, ele não poderá participar da campanha presidencial em 2012.

Quatro políticos já anunciaram disposição de concorrer contra Chávez, mas nenhum deles concorda em participar de eleições primárias para decidir um candidato único de oposição.

Entre os possíveis concorrentes de Chávez estão Teodoro Petkoff, editor de um jornal crítico ao governo do presidente; William Ojeda, um jornalista e ex-aliado de Chávez; Julio Borges, um promotor; e Roberto Smith, ex-ministro da Infra-Estrutura.
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Postby mends » 08 May 2006, 10:36

Traição anunciada
por Olavo de Carvalho, de Washington DC

Enrique Marcarian/Reuters Os presidentes Lula e Morales, em Puerto Iguazu, na Argentina: "povo sofrido" tem de romper contratos e assaltar seus parceiros de negócios.


Pela primeira vez na História humana, animal, vegetal ou mineral, um presidente, vendo as propriedades nacionais no exterior invadidas e confiscadas manu militari pelo governo local, se abstém por completo de defender os interesses e a honra da nação e, bem ao contrário, sai elogiando os autores da brutalidade. E o detalhe mais extravagante no caso é que o homem tenta dar a impressão de que, ao fazer isso, age como um cristão exemplar, voltando humildemente a outra face em vez de revidar o insulto. Seria assim, de fato, se não houvesse alguma diferença entre oferecer a própria face e a face dos outros – a face de um povo inteiro. A resposta do sr. Luiz Ignácio Lula da Silva à agressão boliviana não é nenhuma efusão de bons sentimentos. É o ato de entreguismo mais explícito, mais descarado, mais cínico e mais subserviente que já se viu neste país ou em qualquer outro.
IMPEACHMENT - Se causas faltassem para um impeachment, só essa conduta, isolada, já bastaria para justificá-lo com sobra de fundamento e razão. Nunca a traição foi tão clara, nunca tão patente a redução do patrimônio comum dos brasileiros a instrumento dócil de objetivos transnacionais sobre os quais os eleitores não foram consultados, aliás nem informados.

Não seria certo, porém, dizer que foi acontecimento desprovido de conseqüências pedagógicas úteis. Numa só alocução, com breves palavras, o sr. presidente rasgou de uma vez a fachada de "nacionalismo" com que a esquerda brasileira vinha enganando aqueles que não conhecem a sua história ou que não conseguem lembrá-la no momento apropriado. Espero que agora pelo menos alguns dos militares com que andei discutindo aqui semanas atrás, tão propensos a acreditar nas afeições patrióticas de quem quer que as proclame do alto de um palanque, entendam onde foi que se meteram ao buscar uma aproximação com a esquerda com base na confusão entre patriotismo e anti-americanismo.

Também seria injusto dizer, no entanto, que foi ato inesperado, de improviso, surgido do nada.

ASSIMETRIAS - Num texto publicado em 2003, bem lembrado pelo articulista Cristiano Romero no jornal Valor, o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, expunha o que tem sido a diretriz básica da política externa do governo Lula. Diz Romero:

"Generosidade’ nas relações com os vizinhos sul-americanos é um conceito caro a Samuel Pinheiro Guimarães. Num texto intitulado ‘O Gato e a Onça: ameaças e estratégia’, ele defende, como ‘objetivo fundamental’ da política externa, a construção do que chama de espaço econômico e político sul-americano. Diz que o Brasil deve fazer isso sem qualquer pretensão hegemônica e com base na generosidade ‘decorrente das extraordinárias assimetrias entre o Brasil e cada um de seus vizinhos’. ‘É necessário praticar o princípio do tratamento especial e diferenciado quase que na proporção das assimetrias reais."

Isso já era, antecipadamente, o nosso presidente defendendo o direito que "um povo sofrido" tem de romper contratos e assaltar seus parceiros de negócios.

Vendo a teoria de Guimarães ser levada à prática de maneira tão literal, o embaixador Rubens Barbosa, lembrando uma frase do ex-secretário de Estado americano John Foster Dulles, declarou que "essa é uma visão ingênua, porque países não têm amigos; têm interesses". Mas o que é ingenuidade à luz dos interesses nacionais manifestos pode ser esperteza desde o ponto de vista de interesses supranacionais ocultos. Quem leu o meu artigo no Diário do Comércio de 26 de setembro de 2005 (http://www.olavodecarvalho.org/semana/050926dc.htm ) já sabia, desde então, que o sr. presidente, eleito em nome da "transparência", tomava decisões de governo em reuniões secretas com ditadores e criminosos estrangeiros, longe dos olhos do povo, do parlamento, da mídia e da justiça. Ele próprio, de porre ou sóbrio, tinha confessado isso no seu discurso de 2 de julho de 2005, pronunciado na celebração dos quinze anos de existência do Foro de São Paulo. Nesse documento fundamental, cujo significado a grande mídia nacional em peso fez questão de amortecer ou omitir completamente, Lula admitia que o Foro de São Paulo, fundado por ele e Fidel Castro, era uma entidade secreta ou pelo menos camuflada ("construída... para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política"), criada para imiscuir-se ativamente na política interna de várias nações latino-americanas, tomando decisões e determinando o rumo dos acontecimentos, à margem de toda fiscalização de governos, parlamentos, justiça e opinião pública. Ele admitia também haver decidido pontos fundamentais da política externa brasileira não enquanto presidente da República em reunião com seu ministério, mas enquanto participante e orientador de reuniões clandestinas com agentes políticos estrangeiros ("foi uma ação política de companheiros, não uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente"). Não seria possível uma confissão mais explícita de que, para esse homem, os interesses nacionais que nominalmente ele estava incumbido de representar deviam submeter-se a considerações mais altas, isto é, à estratégia de dominação continental comunista delineada pelo Foro de São Paulo. O compromisso dele não era para com seus eleitores brasileiros: era para com seus "companheiros" da Venezuela e de Cuba.

Meses depois, em 12 de dezembro de 2005, mais explicitamente ainda, o Plano de Trabalho da Secretaria de Relações Internacionais do PT informava a "linha justa" a ser seguida pelo Partido: "Aprofundar a prática internacionalista do Partido, nos vários sentidos desta palavra: a solidariedade, as relações com organizações comprometidas com o socialismo e com outra ordem internacional, a mobilização interna e externa em torno de temas de nosso interesse, a ação parlamentar e de governos no plano internacional." Para que não pairassem dúvidas quanto ao tipo de ligações aí aludidas, o documento esclarecia: "Este é o motivo principal pelo qual o PT seguirá investindo suas energias na existência e consolidação do Foro de São Paulo, organização criada em 1990."

VÍTIMAS - Sabendo-se que desde os tempos da sua campanha eleitoral o próprio sr. Evo Imorales anunciava seu propósito de estatizar todos os campos de petróleo da Bolívia, as fontes nacionais já forneciam material mais que suficiente para que, delas, qualquer pessoa medianamente acordada concluísse qual seria a reação do nosso governo quando o presidente boliviano transformasse suas palavras em ações: afagar-lhe o ego paternalmente, como há décadas o partido dominante vem fazendo com todos os delinqüentes e transgressores, desculpando-os como vítimas da "desigualdade" e da "exclusão social". O princípio que se aplica aos indivíduos serve, com muito mais razão, a povos inteiros: a "generosidade" do sr. Samuel Pinheiro Guimarães não é senão a "política de direitos humanos" do governo, transposta à escala internacional. A evolução da caridade petista, nesse sentido, é notavelmente coerente: começou defendendo o direito de os trombadinhas da praça da Sé meterem as mãos nos bolsos dos transeuntes, depois foi gradativamente ensinando à nação estupefata que os invasores de terras eram vítimas em vez de agressores, que os únicos grupos criminosos merecedores de punição eram os policiais, os empresários e os políticos ditos conservadores, que o Estado deve indenizar os seqüestradores em vez dos seqüestrados, que os traficantes de cocaína são heróis da liberdade e que o combate ao narcotráfico é terrorismo de Estado. Que mais faltava, senão oferecer as garantias da alta moralidade ao assalto entre nações?

Deixemo-nos, portanto, de nhenhenhém, como diria FHC. Ninguém foi surpreendido pelo imprevisível. Todo mundo sabia o que ia acontecer e como o sr. Lula ia reagir. O único aspecto surpreendente no episódio foi a falta completa do elemento surpresa.

Mas, se foi assim, por que ninguém alertou para o perigo nem fez algo para evitá-lo? E, uma vez consumado o delito, por que tantos ainda hesitam em condená-lo como tal, por que se sentem ainda entorpecidos por dúvidas insanáveis, por que relutam em admitir a evidência da escalada criminosa, protelando por meio de tergiversações sem fim a conclusão de um silogismo incontornável?

A resposta é simples: para apreender o sentido de uma sucessão de acontecimentos, não basta conhecer os fatos. É preciso ter os conceitos, os termos gerais capazes de iluminar o desenho exato dos detalhes e permitir unificá-los num quadro coerente. No caso, o termo geral era "estratégia revolucionária continental", ou, mais sinteticamente, "Foro de São Paulo". Só vista nessa perspectiva a multidão dos detalhes soltos adquiria uma forma, uma direção, um sentido. Ora, esse elemento articulador foi sistematicamente suprimido dos debates nacionais ao longo de dezesseis anos por um decreto unânime dos donos da opinião pública. Quem quer que ousasse falar disso, nos jornais, na TV ou no Parlamento, tornava-se primeiro alvo de chacota, depois era rotulado de louco, depois abertamente difamado, depois boicotado profissionalmente, por fim calado por meio da intimidação direta, como o sr. Lula fez no ar com o âncora da TV Record, Boris Casoy, ou da demissão pura e simples, como veio a acontecer comigo e com o próprio Boris.

SILÊNCIO - Nunca, na história universal da manipulação de notícias, se viu um esforço tão vasto, tão geral, tão uniforme de ocultar o essencial, de desviar as atenções, de paralisar a inteligência da vítima para que não sentisse de onde vinha o ataque.

Todos os chefes de redação e donos de empresas jornalísticas deste país, com raríssimas e louváveis exceções que no conjunto acabaram não fazendo diferença prática, acumpliciaram-se ativamente, persistentemente ao projeto petista de anestesiar e estupidificar a opinião pública, preparando-a para aceitar com apatetada e ignóbil passividade o confisco progressivo dos seus direitos, da sua liberdade e do seu patrimônio.

Sem o silêncio cúmplice da mídia, jamais o projeto continental de poder, urdido por Fidel Castro, Hugo Chávez e Luiz Ignácio Lula da Silva em reuniões que não precisavam nem mesmo ser secretas, já que ninguém queria divulgá-las, poderia ter chegado ao ponto em que chegou.

MONSTRO - Agora, é tarde para revertê-lo. Imaginar que resistências pontuais, que protestos avulsos contra abusos isolados possam deter a marcha do monstro ou aplacar sua voracidade é apegar-se a uma ilusão pateticamente impotente. Uma estratégia abrangente só pode ser combatida por outra estratégia abrangente, e a idéia mesma de conceber uma é coisa que ainda nem passa pela cabeça da maioria dos liberais e conservadores, persistentemente ocupados, depois de tudo o que aconteceu, em ater-se a elegantes declarações doutrinais genéricas e em evitar cuidadosamente o rótulo de "anticomunistas".

Durante uma década e meia tentei fazer com que essa gente acordasse. Agora começo a achar que despertá-la seria uma crueldade, tão feio é o panorama que se abriria ante seus olhos quando isso acontecesse. O melhor mesmo é deixar que durma. O que a aguarda, em qualquer das hipóteses, é o sono eterno. Seu fim está decretado e é quase tão irreversível quanto o giro da Terra em torno do Sol. Uns vinte anos atrás, Roberto Campos perguntado sobre qual seria o destino do Brasil no caso de Lula ser eleito presidente, disse que haveria duas saídas: Galeão e Cumbica. Não sei se a vida imita a arte. Mas no Brasil ela imita cada vez mais o humorismo. Já começo a me abster de ouvir piadas, por medo de que se tornem realidade. Não me acusem, porém, de derrotismo, de matar as esperanças dos brasileiros. Ao contrário: o que tem matado os brasileiros é a esperança. Recusar-se a admitir uma situação desesperadora é recusar-se às ações desesperadas que poderiam, contra toda a esperança, reverter o quadro da tragédia. O Brasil não precisa de esperança. Precisa é de coragem inflexível e lucidez heróica. Não me chamem de derrotista por recusar-me a afagar cabeças moralmente covardes e intelectualmente indolentes.

SEMINÁRIO - Vejo-me no dever de dizer essas coisas principalmente porque se aproxima a data do Seminário "Democracia, Liberdade e o Império das Leis", que a Associação Comercial de São Paulo vai promover no Hotel Cesar Business nos dias 15 e 16 de maio, e porque tenho a certeza de que ali, pela primeira vez, intelectuais liberais e conservadores vão olhar de frente a questão da estratégia comunista continental em vez de refugiar-se nas teorizações usuais, tão corretas no conteúdo geral quanto deslocadas da situação política especial. O Seminário é uma antiga idéia minha que tive a sorte de soprar nos ouvidos certos e, sem grande ajuda da minha parte, frutificou graças à tenacidade do líder empresarial Guilherme Afif Domingos, do economista Marcel Solimeo, do psiquiatra Heitor de Paola e dos combativos redatores do jornal eletrônico Mídia Sem Máscara (Paulo Diniz Zamboni, Edward Wolff, Graça Salgueiro e tantos outros), bem como da colaboração da Atlas Foundation for Economic Studies.

Voltarei a escrever sobre o assunto durante a semana, mas desde já asseguro que, pelo menos entre os participantes brasileiros do evento, todos estão muito conscientes da urgência desesperadora de uma rejeição firme e inflexível do comunismo continental, quaisquer que sejam as diferentes versões com que ele se apresente, todas forjadas e articuladas no Foro de São Paulo. E não digo isso para criar esperanças, mas para lembrar que o dever está acima da diferença entre esperança e desesperança. Com enorme satisfação vejo que ainda há brasileiros capazes de cumprir o dever.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
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Postby mends » 08 May 2006, 12:56

Os mágicos, os “siqueiras” e os petroleiros
Por Rui Nogueira
A Bolívia, seu presidente, Evo Morales, e a polêmica envolvendo o famoso “Decreto Supremo 28.701” (!), aquele que estatizou os campos de gás e de petróleo e expropriou os bens dos investidores estrangeiros, ressuscitaram em alguns setores da sociedade brasileira uma conversa fiada e mole que pode ser resumida nestas três posições:

1. As medidas de Morales até podem ser um retrocesso, mas a verdade é que “a democracia fez pouco pelos pobres bolivianos”; “o negócio do gás deu lucro para as empresas, mas não serviu para alterar a situação de extrema miséria da maioria dos bolivianos”;
2. Os 21 anos de democracia brasileira, ao fim dos 21 anos de regime militar, também fizeram muito pouco pela população brasileira; é por isso que a população, nas pesquisas de opinião, tem pouco apreço pela democracia;
3. Morales pode estar certo ou pode estar errado, mas está tentando uma alternativa ao “credo” que diz que a “única alternativa” é a dos neoliberais, da manutenção dos contratos, das empresas privadas etc. e tal.

Bordões e ordem unida
Juro que li em jornais e ouvi, no rádio, ao longo desta semana, essas três afirmações. Marotas que só! O típico discurso da dita esquerda, igualmente dita progressista e pensante. Coleção de bordões que essa gente gosta de jogar para a platéia, um discurso rasteiro à procura da adesão fácil.

Não é a democracia que faz pouco pelos pobres; são os governantes, não importa o regime ou o sistema, que não fazem nada por eles. Na democracia, por incompetência para pôr em prática políticas públicas. Nos regimes fechados, autoritários e populistas, porque tudo se esgota, mais tarde ou mais cedo, no personalismo do “guia genial” e na simples falta de liberdade para debater, planejar, montar e escolher as melhores políticas. Não há meio-termo para por em debate com esse tipo de argumento.

Em primeiro lugar, é mentirosa, pura e simplesmente, a afirmação de que a exploração do gás não fez nada pelo povo da Bolívia. Só diz isso quem nunca visitou a Bolívia da região do gás, principalmente as cidades-sede dessa indústria, nas províncias de Santa Cruz, Tarija e Cochabamba. O conjunto todo, sem dúvida, é muito pobre, mas essas regiões (departamentos) exibem de maneira explícita uma Bolívia que se beneficia, sim, dos negócios do gás. A Petrobras botou a Bolívia na era industrial. É fato. Mas Morales não tem tempo para o “processo”, ele precisa atender, urgentemente, às condições ideológicas que o elegeram.

Se os negócios do gás ainda não rendem o que os bolivianos e seus governantes gostariam que rendessem, o que não falta são instrumentos e alternativas de políticas públicas mais do que testados para apressar a coleta dos benefícios. Há dezenas de “credos” econômicos, políticos e administrativos possíveis nas prateleiras da história, e ninguém recomenda que a Bolívia e Morales se pautem pela bíblia neoliberal. Mas essa não é, nem de longe, a questão!

Essa é uma discussão burra, trazida à baila com o intuito de baralhar os cenários. Parece um debate sincero à procura de alternativas e contra uma voz invisível que ditaria só existir um caminho. É, em verdade, a explicitação da crença no nacionalismo estatista, populista por natureza. Mas eles gostam de disfarçar as intenções. Eles não querem avaliar alternativas porque, basicamente, padecem de três problemas: 1) não sabem fazer a avaliação; 2) não sabem escolher, planejar e implementar qualquer outra política que não seja a do nacionalismo estatista; 3) têm predileção pela política do estatismo porque ela é naturalmente autoritária, é o conforto da ordem unida: o Estado manda, e o resto da sociedade obedece.

Comodismo ideológico
O que incomoda os desprovidos de competência para fazer política pública é que não há nem viés sociológico nem números de nenhuma espécie capazes de contradizer o óbvio: não serão a “estatização” e a “expropriação” que darão conta dos desejos dos bolivianos de se beneficiarem mais e melhor dos negócios do gás. Isso não tem nada a ver com economia, com política pública, com administração do Estado em favor dos bolivianos. Esse palavreado velho que só, coisa do tempo pré-Muro de Berlim, tem a ver com o conforto que permite, pelo menos a curto e médio prazos, governar deitado no berço esplêndido da demagogia populista — à esquerda ou à direita, não importa.

Transformar tudo em uma questão entre bons e maus, nativos e estrangeiros, pobres e ricos, moços e bandidos, preto e branco é o sonho de todo o governante. Por esse receituário mental comodista, quem faz críticas ao esquerdismo, ao populismo ou ao nacionalismo estatista seria direitista, por natureza, alinhado com os EUA, inimigo do povo. O importante não é debater, é constranger. O importante é falar por rótulos. Alguns governantes resistem à tentação, outros, como Morales, caem de boca no pecado.

Ninguém e nada proíbem a Bolívia de renegociar os preços do gás, tirar maior proveito dos seus recursos. Ninguém é proibido de botar sobre mesas de negociação fatos e números que exijam adaptações ou mudança pura e simples de leis e princípios consagrados. Foi assim, de resto, que o governo brasileiro mudou as regras de propriedade industrial e impôs ao setor farmacêutico mundial o direito de um governo quebrar patentes de remédios. O interesse público na contenção de epidemias, por meio do acesso facilitado aos remédios, foi posto, sob condições e regras transparentes, sem populismo de nenhuma natureza, sem decretos supremos e medidas de força, acima dos legítimos interesses comerciais das indústrias. Detalhe: um dos homens mais importantes e ativos na construção dessa política atende pelo nome de Celso Amorim. Naquela altura, ele não estava a serviço de bravatas.

Alguém perguntará: mas não é isso tudo o que Morales está fazendo, querendo renegociar os preços?! Não, não é.

“As teses de 1952”
Morales, como dizem os mentores e assessores que o cercam, quer “resgatar as teses da revolução de 1952”. O histórico boliviano de estatizações e expropriações nos anos 30, 50, 60 e 70 do século passado mostra que o discurso, nos governos civis e militares ditos de esquerda e nos governos dos generais que estrelaram os golpes de direita, sempre assentou na denúncia da “exploração estrangeira”. Outro conforto: o do inimigo externo — está aí a excrescência do chavismo bolivariano —, sempre de braço dado com uma boa teoria conspiratória. Os larápios estão dentro do país, mas eles se escondem debaixo da acusação de que a infelicidade do povo é provocada pelos ladrões estrangeiros.

Podem dourar a pílula com a tinta que quiserem, mas a verdade é uma só: o populismo sempre gera crise de investimentos, inflação e estatais que se transformam em monumentais cabides de emprego. Quando elas dão lucro, mesmo inchadas de mão-de-obra e de estratégias políticas de ocasião, os governos sempre dão um jeito de transformá-las em financiadoras dos projetos políticos e sociais delirantes do presidente de plantão. Eles se encarregam de matar a galinha dos ovos de ouro — é uma questão de tempo. Paquidérmicas, essas estatais têm um ciclo de vida econômica rentável curto e logo embicam para o caminho da desgraça, que é uma combinação de baixa capacidade de investir, defasagem tecnológica e capacidade ainda menor de competir no mercado.

Vários países do Leste da Ásia, o Chile, as democracias européias mais novas (Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda) estão aí para demonstrar que não há mesmo um discurso único, que não é preciso ser antiamericano para exercer a soberania e planejar e executar as políticas públicas mais adequadas à história de um povo e que mais dividendos rendam para as respectivas sociedades. Muitas das experiências desses países temperaram ou ainda temperam estatal/público e privado em doses diferentes, mas nenhum deles deixou que um braço estatista/populista impusesse às relações econômicas um perfil antiprodutivo e anticompetitivo.

A propósito, não há nada mais exemplarmente explícito sobre o assunto do que a decisão que o governo Evo Morales adotou na quarta-feira passada, quando mais dois decretos de “refundação do Estado” foram apresentados ao país como novos “pregos no caixão do neoliberalismo”. Um dos decretos reajustou o salário mínimo — em vez do prometido aumento de 100%, Morales concedeu um reajuste de 13,63%. O segundo decreto instituiu a estabilidade no emprego, mesmo em empresas privadas. Cantem as loas que quiserem à estabilidade, mas ela é antiprodutiva. Pode, no curto prazo, ao melhor estilo corporativista, proteger alguns setores, mas prejudica, no curto, no médio, no longo e para o todo sempre, a sociedade por inteiro.

Velhinhas de Taubaté
Eles gostam mesmo é de mágica! E se cercam de analfabetos políticos para se cobrir de aplausos. Circula na internet, por exemplo, um texto intitulado com apenas duas palavras, assim, em maiúsculas: “ANÁLISE DA NOTÍCIA”. Vetusto para passar a idéia de sobriedade, neutralidade. Quer provar que a imprensa inteira está de porre e viu e escreveu sobre o que não existe: “Não há nenhuma desapropriação ou arresto de bens da Petrobras. Existe é uma luta para garantir maiores ganhos ao Estado de um país pobre (...). Um exame detalhado no Decreto Supremo, assinado pelo presidente da Bolívia, nem de longe aponta para algo semelhante”. E vai buscar a opinião do senhor Fernando Siqueira, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet): “O que Evo Morales propõe não é arresto dos bens e ativos da companhia, mas uma repartição mais vantajosa nos royalties do gás”, diz ele.

Siqueira propõe uma leitura atenta para negar o óbvio, mas acaba por admitir: “O ponto central da lei está em seu artigo 4º: ‘Durante o período de transição, para os campos cuja produção (...) de gás natural no ano de 2005 tenha sido superior a 100 milhões de pés cúbicos diários, o valor da produção se distribuirá da seguinte forma: 82% para o Estado (18% de regalias e participações, 32% de imposto direto e 32% através de uma participação adicional para a YPBF) e 18% para as companhias’. A nacionalização – ressalte-se novamente, sem confisco — está no artigo 7º. ‘Se nacionalizam as ações necessárias para que a YPFB controle com o mínimo de 50% mais 1 as empresas Chaco S.A. (British Petroleum), Andina S.A. (Repsol espanhola), Transredes AS (Enron), Petrobrás Bolívia, Refinación AS e Compañía Logística de Hidrocarburos de Bolivia SA. (Oiltanking GmbH/alemã)”.

Ora, se o governo boliviano passa a ser proprietário do que hoje não é dele, e nem diz como é que vai pagar a “compra” do que hoje não lhe pertence, a isso se chama expropriação. O resto é joguinho barato de palavras de velhinhas de Taubaté travestidas de técnicos especialistas em nacionalismo estatista. Faz lembrar aquela história do Conselho Federal de Jornalismo que a dupla Lula-Dirceu quis impor ao Brasil. Em lugar nenhum estava escrito que era para manietar e censurar a imprensa. Mas era uma lei que cheirava a lobo, tinha focinho de lobo, dentes de lobo, olhos de lobo, orelhas de lobo, patas de lobo, pêlo de lobo e propósitos de lobo. Mas era só, diziam, uma pobre vovó que vivia na floresta e, acamada, esperava a chegada do Chapeuzinho Vermelho.

É claro que o decreto de Morales não usa a palavra "expropriar", mas o efeito é rigorasamente esse. Se o governo boliviano de Evo Morales não quer tomar nada, se a posição não é de força, por que usar o Exército para uma “repartição mais vantajosa nos royalties do gás”? Por que é que a bandeira da Petrobras — não era nem a bandeira do Brasil, de outro país — teve de ser retirada dos empreendimentos da empresa?

Os “petroleiros” e os “siqueiras”
De braço dado com a mentira, os “siqueiras” da Aepet e outros internautas que participam de chats na internet e se auto-intitulam “petroleiros” sabedores das coisas borram as telas deste jeito:

. “A reação da imprensa deveria ter ocorrido quando a Petrobrás assinou contratos de gás com a Bolívia (...). Por pressão de FHC, ela assumiu o gasoduto boliviano, quando ainda não existia aqui mercado para o gás. Durante 5 anos, a empresa importou 18 milhões de metros cúbicos do produto e pagou por 25 milhões, pois a atividade era antieconômica”.
. “Não era exatamente à Bolívia que os pagamentos eram feitos. Os destinatários eram as empresas Total (França), Repsol (Espanha), Amaco (EUA) e Enron (EUA). Elas exploravam, em 1998, reservas de 400 milhões de metros cúbicos e pressionaram o Brasil a mudar sua matriz energética hídrica, criando assim mercado para o gás”.
. "Sei muito bem o que foi durante anos aumentar a fórceps o consumo de gás para diminuir o prejuízo com altos investimentos na Bolívia, graças ao Príncipe dos sociólogos que enriqueceu muita gente com a privataria. Para se ter uma idéia, o Gasbol (gasoduto Brasil-Bolívia) que consumiu US$ 1,5 bi, depois de maduro (quando atinge a máxima capacidade) teria sua administração entregue às companhias estrangeiras. E esse é só um dos absurdos assinados pelo governo anterior. E essa entrega do patrimônio nacional parece não comover a mídia”.

Desafiado por um leitor que me enviou essas pérolas, mesmo sabendo que não passavam de parole-parole-e-parole passei boa parte da tarde desta sexta atrás da comprovação de algo que eu, de propósito, tratei como fatos reais. Vou responder apenas à pior das cretinices, a de que o Gasbol, “depois de maduro”, seria vendido aos malvados estrangeiros. Os investimentos na prospecção e produção são da Petrobras pra lá de majoritariamente. A empresa TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil SA) é controlada pela Petrobras (50% mais uma ação), em associação, sim, com outras empresas que exploram gás na Bolívia (British Gas, El Paso e por aí afora). Desafio os senhores aldrabões a provar que havia o predestino da venda!

Os pagamentos/investimentos sempre foram feitos à Bolívia. A Petrobras não pode pagar a terceiros pelo trabalho que é só dela, em contrato com o governo de La Paz: que é jogar para o Brasil 75% do gás produzido lá. Ela produz, ela paga.

Como empresa pública e monopolista, o governo FHC usou bem a Petrobras para implantar no continente uma política de integração efetiva de infra-estrutura, aquilo que Luiz Inácio Lula da Silva vive pregando, prometendo, mas sem conseguir passar da conversa vã à ação. Em Puerto Iguazú, na quinta-feira, Lula disse que vai receber de Morales "uma lista de demandas" que o governo brasileiro estudará. Diante de tamanha predisposição recomenda-se que Brasília dê uma resposta, ao menos, à eterna "lista de demandas" da Argentina. O que Lula fez até agora, em relação a Buenos Aires, foi ceder sem estratégia e sempre prejudicando a economia brasileira.

Prejuízo da Petrobras? Não merece resposta! É claro que se tratou de um investimento estratégico de rentabilidade baixa no início. Mas a Petrobras não foi jogada pelo governo FHC, em nome do Estado brasileiro, em uma aventura estatista, ideológica, um compadrio ao jeito Chávez com um vizinho pobrinho. Cabia ao governante sucessor continuar a fazer política pública. Dependência exclusiva? Partindo de gente tola, como os “siqueiras” e os “petroleiros” de miolo mole, esse argumento é pura desinformação. Enunciada por um chefe de Estado revela falta de caráter, ainda mais quando o governante diz que sua prioridade é a integração sul-americana. O governo Lula nunca esvaziou a política de importação do gás boliviano. Pelo contrário, incentivou-a. A ponto de criar uma política especial de preços, que aumentou a demanda por gás nas indústrias, mas sem criar alternativas ao fornecimento boliviano. Tanto que a Petrobras, antes da crise, participava da concorrência para ampliar a capacidade de exportação do Gasbol em 15 milhões de metros cúbicos/dia. Seu presidente, Sérgio Gabrielli, anunciou na quarta-feira o cancelamento da participação na concorrência. Do que falam esses aldrabas.

Quantos centavos investiu o governo Lula no gás nacional da bacia de Santos, por exemplo? Além do mais, por que é que a dependência da Bolívia é ruim e a de Chávez, com seu "Grande Gasoduto do Sul", seria aceitável?! Será que a alternativa à Bolívia não é o gás nacional?! Outra coisa: o Brasil tem dinheiro para investir no delírio chavista, um negócio do tamanho da Muralha da China, mas não tem dinheiro para investir na exploração do gás de Santos?!!!

No mais, trata-se de um festival de palavreado de bons moços nacionalisteiros ancorado na teoria conspiratória de sempre. Aquela conversa de que eles, e só eles, foram ungidos com o dom de saber defender o “verdadeiro interesse nacional”. Eu me pergunto o que seria deste país se um governo FHC tivesse se comportado como Lula se comportou na defesa dos interesses brasileiros na Bolívia! E se Morales não está querendo expropriar nada, como dizem os "siqueiras" de Taubaté, do que falava Lula, nesta sexta-feira, quando disse que a Petrobras "tem o direito de ser indenizada" pelos investimentos que fez na Bolívia?

Nunca antes...
Para terminar, que história é essa de que os 21 anos de democracia também não fizeram nada ou fizeram muito pouco pelo Brasil? Esse tipo de afirmação, de cunho generalista, é frase de efeito. É um dos pilares da reconfortante crítica a “isso tudo que está aí”. No Brasil, o PT usou e abusou do expediente.

Posto no poder e confrontado com a realidade, o “lulismo”, progressivamente impedido de usar a desculpa da “herança maldita”, partiu para a tese do “nunca antes na história”. Tentou fazer discurso de perfil lunático porque os fatos e números cotidianos mostram que o Brasil não avança na velocidade que todos gostariam, mas avança, especialmente do governo FHC para cá. Estão aí os números do IBGE, Ipea e instituições afins para mostrar os efeitos de um “processo”. O que foi mesmo que o governo Lula acrescentou de políticas públicas a esse “processo”?

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Postby mends » 08 May 2006, 16:47

de novo: o cara é presidente da onde mesmo??

Da Folha:

Lula e o gás
Na Band News, um ministro falou por Lula:
- O presidente não admite sacrificar o povo da Bolívia em função de circunstância que está em negociação.
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Postby mends » 08 May 2006, 16:56

ELIO GASPARI

Geisel avisava
De 1957, quando foi nomeado representante do Exército no Conselho Nacional do Petróleo, a 1979, quando deixou a Presidência da República, o general Ernesto Geisel batalhou contra a construção do gasoduto boliviano. Às vezes foi abertamente contra a idéia. Em alguns casos, cozinhou os grupos de interesse. Seu argumento era o seguinte: "E quando aqueles bolivianos fecharem a válvula, o que é que eu faço? Mando o Exército lá abrir?"
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Postby mends » 08 May 2006, 17:02

Bolívia divulga salários das multinacionais
DA ENVIADA ESPECIAL A LA PAZ

DO ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ

A ofensiva para mobilizar a opinião pública contra as petroleiras estrangeiras incluiu a divulgação, por jornais e TVs bolivianos, dos salários dos executivos que trabalham no país, entre os quais o presidente da Petrobras local, José Fernandes Freitas.
O caso apareceu pela primeira vez no dia 28 de abril na capa do "El Mundo", com a manchete "Escândalo" e o texto: "O presidente de Repsol ganha 27 vezes mais que o presidente da República". O dirigente da petroleira espanhola tem salário equivalente a US$ 50 mil, enquanto Evo Morales, presidente boliviano, recebe US$ 1.870 -ele reduziu seus vencimentos em 50% depois que assumiu o cargo, em janeiro deste ano.
O presidente da Petrobras recebe um salário de US$ 17,5 mil por mês, segundo os dados publicados pelo jornal. O jornal não revela a fonte das informações divulgadas no texto publicado, mas todas as empresas que estão instaladas na Bolívia têm a obrigação de informar ao Ministério do Trabalho do país o salário de seus funcionários.

Mal-estar
A divulgação dos dados provocou um clima de mal-estar entre os executivos, que possuem vencimentos bastante superiores à renda per capita dos bolivianos, de US$ 1.050.
"Essa foi uma atitude complicada. A divulgação do meu salário -e não foi só o meu salário, foi de uma parcela significativa de funcionários da Petrobras, da Repsol e da Total- introduz uma insegurança tremenda", declarou o presidente da Petrobras.
Freitas ressaltou que o salário é um dado confidencial, e sua divulgação "gera tensão entre as pessoas", além de acarretar problemas relacionados à segurança pessoal. "É mais ou menos o caminho das pedras. Mas não estamos pensando em ter nenhuma reação com relação a isso", afirmou Freitas.

"À nossa custa"
A mensagem na ofensiva contra as petroleiras estrangeiras é clara: enquanto exploram o gás e o petróleo boliviano, essas empresas pagam salários milionários e "de fantasia" a seus executivos.
"Esses salários são pagos com a riqueza dos hidrocarbonetos do país. Os salários petroleiros também são a expressão da discriminação com os bolivianos, que em sua maioria ganha salários menores em comparação com os recebidos pelos executivos estrangeiros das transnacionais", dizia a reportagem publicada pelo jornal boliviano "El Mundo", que ecoou em programas de rádio e de televisão de todo o país.
(CLÁUDIA TREVISAN E FABIANO MAISONNAVE)
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Postby mends » 08 May 2006, 17:03

Morales corre risco com nacionalização
ÉRICA FRAGA
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LONDRES

Não é de espantar que a nacionalização do setor de gás seja questão de honra para a população boliviana e de sobrevivência política para o presidente Evo Morales. Qualquer análise dos indicadores do país desemboca na importância do produto. O problema é que essa significância pode ser minada de forma drástica caso o gás boliviano perca espaço no Brasil, seu principal mercado de exportação -o que leva à conclusão de que Morales está colocando a economia sob risco.
Com um PIB (Produto Interno Bruto) per capita estimado em US$ 1.000 em 2005, a Bolívia é o país mais pobre da América do Sul. Várias fraquezas seguirão limitando as perspectivas do país. Mas um dos seus principais problemas estruturais -a alta dependência da exportação de poucas commodities- ganhou ares de virtude nos últimos quatro anos graças a uma demanda global aquecida e preços em alta. E representa, no médio prazo, esperança para uma melhora das condições socioeconômicas.
Surfando na mesma onda que beneficiou outros países da América Latina, a Bolívia vem tendo uma melhora significativa em suas contas externas. Sofrendo até o passado recente de problema crônico de déficits em conta corrente (saldo das relações de troca de bens, serviços e renda), a Bolívia passou a registrar superávits desde 2003. No ano passado, o indicador atingiu um recorde de 5% do PIB. A principal razão para a melhora foi uma reversão na balança comercial -ficou positiva.
O volume de exportações também disparou, ao crescer a uma média de 13,3% entre 2003 e 2005. Com isso, as exportações passaram a ser o principal motor da expansão do PIB, que, em 2005, atingiu 4,1% pelo segundo ano seguido, nível ainda baixo, mas duas vezes maior que a média registrada entre 1980 e 2003.
As vendas de gás para o Brasil viraram o principal motor do setor externo. As vendas de hidrocarbonetos (dos quais gás natural é 95% do total) para o Brasil representaram 1% das exportações da Bolívia em 1999, ano de inauguração do gasoduto que liga os países. Em junho de 2005, esse percentual havia saltado a 37%. O Brasil comprava, em meados de 2005, 75% dos hidrocarbonetos bolivianos, e a Argentina, 17%.
A percepção de melhora que a economia tem, no entanto, contrasta com os baixos indicadores sociais do país. Em 2003, 67,3% da população vivia na pobreza.
O problema é que o caminho para melhorar indicadores socioeconômicos tão baixos é longo e a população boliviana perdeu a paciência há quatro anos, passando a exigir, entre outros, a nacionalização do setor de gás. Uma elevação dos impostos de 18% para 50% sobre a produção de gás e petróleo, com a aprovação da Lei de Hidrocarbonetos, em 2005, já tinha garantido melhora substancial nas contas do governo. O déficit fiscal caiu de 5,5%, em 2004, para 2,1%, em 2005.
Com o decreto da última segunda, que elevou impostos novamente, o governo Morales diz pretender aumentar ao máximo possível os retornos que o Estado pode ter com a comercialização do gás para ampliar seus gastos sociais. O canal escolhido foi a imposição de mudança radical nas regras para empresas estrangeiras que operam no país, sendo a Petrobras a principal. Mas o risco da estratégia é enorme, já que são grandes as chances de a Bolívia sair perdendo caso Morales imponha seu decreto de nacionalização ao pé da letra.
Se a Petrobras cumprir seu anúncio de suspender investimentos na Bolívia e buscar fontes alternativas ao gás boliviano, é difícil imaginar para quem o país poderá vender o produto (até porque a Argentina pode seguir o mesmo caminho). Como o mercado da commodity tem um aspecto fortemente regional, em razão da dificuldade de transporte, Morales teria de buscar opções na vizinhança. Mas a Venezuela não precisa de gás, o Peru tem a commodity em abundância e as históricas divergências com o Chile dificultam acordos com o país.

Resistência
A falta de tecnologia e de acesso ao mar limita as chances de a Bolívia partir para a produção de gás natural liquefeito. O risco para as exportações é ressaltado por problemas que ameaçam outros produtos, em conseqüência, entre outras coisas, da resistência de Morales em negociar acordos com os EUA.
Se por um lado as exportações correm riscos, por outro a incerteza gerada pela instabilidade política na Bolívia nos últimos anos levou o país a sofrer, pela primeira vez em 15 anos, saída líquida de investimento estrangeiro direto em 2005. Empresas passaram a reduzir sua exposição ao país por meio de empréstimos dados pelas subsidiárias na Bolívia às matrizes no exterior. Todos os setores -menos mineração- receberam menos recursos de fora em 2005 do que no ano anterior.
Uma redução estimada do ritmo de crescimento do comércio mundial e dos preços de commodities levará a uma desaceleração natural da expansão na Bolívia em 2006 e 2007. Caso a tendência de queda nos fluxos de investimento continue, o crescimento do PIB poderá ser mais afetado. E o impacto poderá ser agravado se essa redução for acompanhada de queda nas exportações.

Jogo político
Os riscos que rondam a Bolívia levam a crer que Morales ainda pode ceder ao pragmatismo e que o tom duro do decreto de nacionalização seja, em parte, jogo político de curto prazo.
Morales, que tomou posse em janeiro, está sob pressão para começar a cumprir suas promessas. O primeiro grande desafio no curto prazo -a eleição da Assembléia Constituinte- está marcado para 2 de julho. A estratégia de Morales com o decreto parece ser manter a popularidade alta o suficiente para que seu partido, o MAS (Movimiento al Socialismo), tenha bom desempenho na eleição.
Passada a eleição da Constituinte, Morales pode ganhar fôlego político para renegociar novos contratos -que têm de ser assinados em seis meses- com as empresas estrangeiras. O governo boliviano não vai abrir mão de aumentar, significativamente, sua participação e ganhos no mercado de gás. Isso ficou claro. Mas, se considerar os riscos que a imposição do decreto ao pé da letra traz para a economia, tende a ser mais moderado em pontos como a renegociação de preços. Caso contrário, Morales poderá até sobreviver politicamente até o fim do mandato, já que os efeitos nocivos da queda de investimentos e de uma possível estagnação (ou redução) das exportações para o Brasil só seriam sentidos em três ou quatro anos. Mas correrá o risco de ficar marcado como um governante que desperdiçou oportunidade histórica para o país.



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Érica Fraga é analista de América Latina da consultoria britânica Economist Intelligence Unit.
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Postby mends » 08 May 2006, 17:21

Humala promete seguir Evo
Se for eleito no Peru, nacionalista quer revisar contratos de transnacionais que atuam no país


O candidato nacionalista à presidência do Peru, Ollanta Humala, defendeu ontem a revisão dos contratos de todas as transnacionais que atuam no país e não pagam royalties ao Estado. Numa entrevista ao diário peruano La República, ele disse ter conversado com dirigentes de empresas brasileiras, espanholas, argentinas e canadenses e nenhuma delas se negou a dialogar com um eventual governo liderado por ele.

O discurso de Humala é parecido com a retórica utilizada pelo atual presidente boliviano, Evo Morales, durante sua campanha para a eleição que venceu em dezembro. Na semana passada, Evo cumpriu a promessa e nacionalizou todo o negócio de gás e petróleo da Bolívia.Outra semelhança: a brasileira Petrobrás - a mais afetada pela decisão boliviana - atua no Peru em associação com o consórcio espanhol-argentino Repsol-YPF na exploração de parte da reserva de gás natural de Camisea, no sul do país.

Humala disputa no dia 4 o segundo turno da eleição presidencial peruana com o ex-presidente Alan García, da Aliança Popular Revolucionária Americana (Apra). "Vamos rever os contratos de todas as empresas estrangeiras, entre elas as mineradoras, que exploram nossos recursos", afirmou Humala. "O justo é que essas empresas nos paguem os royalties, sobretudo porque exploram recursos não renováveis que, de alguma maneira, causam danos ao meio ambiente." Humala disse que se reunirá hoje com Evo Morales em Copacabana, região boliviana perto da fronteira com o Peru. O candidato declarou que aproveitará o encontro com Evo para tentar convencê-lo a não se retirar da Comunidade Andina de Nações (CAN), como deve fazer a Venezuela.

Ele criticou o tratado de livre comércio com os EUA que o presidente peruano, Alejandro Toledo, firmou depois do primeiro turno da eleição presidencial do dia 7. Mas se declarou favorável ao estabelecimento de um acordo com a participação de todos os países da CAN e os EUA.

"Acreditamos que este tratado firmado em Washington não está defendendo os interesses nacionais", disse Humala. "Ele foi feito para permitir que setores minoritários se beneficiem em prejuízo de setores mais importantes, como o agrícola."

Sobre o apoio implícito de Toledo a seu rival García no segundo turno, Humala afirmou "não ter dúvida" da existência de "um pacto de impunidade" entre os dois. "Isso visaria a evitar que a gestão de Toledo seja investigada pelo próximo governo", disse.

Em seus comícios, Humala tem afirmado que uma de suas primeiras medidas, se eleito, será proibir Toledo de deixar o país. "Assim que receber a faixa presidencial de Toledo, direi a ele que não poderá sair do Peru", diz Humala.
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Postby junior » 11 May 2006, 11:28

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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cumprimenta o papa Bento 16 durante encontro no Vaticano
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Postby mends » 11 May 2006, 12:34

Morales acusa Petrobras de operar ilegalmente no país
VIENA (Reuters) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que "não há porque pensar em indenização" para as empresas petrolíferas afetadas por sua decisão de nacionalização. Ele acusou a Petrobras de operar ilegalmente na Bolívia.
"Não há porque pensar em indenização, se expropriamos bens ou tecnologia teríamos que indenizar, mas neste caso não estamos expropriando", disse Morales, em Viena, onde participa de uma cúpula de líderes europeus e latino-americanos.
Em entrevista coletiva, ele disse que a Petrobras, que é a maior investidora estrangeira na Bolívia, estava operando de maneira "ilegal" e "insconstitucional" na Bolívia.
"A Petrobras operava com contratos ilegais, inconstitucionais, sem respeitar as normas bolivianas", afirmou Morales.
Uma porta-voz da Petrobras afirmou à Reuters nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, que a estatal brasileira não vai comentar as declarações de Morales. Ela informou que presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, deverá chegar ao Rio de Janeiro no início da tarde, vindo da Bolívia, mas que provavelmente não comentará o assunto.
"Já falamos com o presidente e ele não vai comentar", afirmou a porta-voz.
Na quarta-feira, a estatal de energia boliviana YPFB afirmou, em uma reunião com Gabrielli e o ministro de Minas e energia brasileiro, Silas Rondeau, que a Bolívia iria indenizar a Petrobras pela expropriação parcial de duas refinarias de petróleo, preferivelmente pagando com gás natural.
DECISÃO
Morales afirmou não haver motivos para a Bolívia ter consultado outros países sobre a nacionalização.
"Não há razão para que eu devesse ter perguntado e consultado sobre as políticas soberanas de um país", afirmou, sobre rumores de que teria consultado o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Ele informou que escreveu ao líder de esquerda da Venezuela pedindo que reconsiderasse sua decisão de deixar a Comunidade Andina (CAN) de países da América do Sul.
Morales, que chegou ao poder apoiado em promessas de usar os recursos naturais da Bolívia para reduzir a pobreza no país, disse ainda que as petrolíferas estrangeiras tinham direito de reaver seus investimentos e lucrar com eles, mas não tinham direito à propriedade.
O presidente boliviano disse que ele tinha escrito ao líder de esquerda da Venezuela, Hugo Chávez, pedindo que reconsiderasse sua decisão de deixar a Comunidade Andina (CAN) de países da América do Sul.
Mas Morales também afirmou que tinha escrito aos outros três membros da CAN, Peru, Equador e Colômbia encorajando eles a reonsiderar seus planos de acordos de livre comércio com os Estados Unidos --a causa da Venezuela estar deixando o grupo.
As esperanças de que o lançamento de negociações de comércio, investimentos e auxílio, há muito esperados, entre a União Européia a CAN pudesse ser acertado em Viena foram abatidas pelo anúncio da Venezuela de retirada da comunidade andina e pela Bolívia afirmar que podia fazer o mesmo.
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Postby telles » 11 May 2006, 12:44

De boa, invade aquela merda e toma tudo.... Aí cria alguma coisa pro exército fazer....
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Postby mends » 12 May 2006, 10:03

:lol: :lol: :lol: :lol:

esse gasoduto do Sul é a maior piada que ouivi nesses últimos dias. Só socialista mesmo pra propor - e considerar como séria - um gasoduto interligando a Venezuela à Argentina, passando por toda a Amazônia, chegando na Bolívia, pra alimentar nossos stados do Sudeste - quando temos os campos de Santos, que se tornam produtivos com quase 1/25 do que custaria o gasoduto...

Bolívia rejeita presença da Petrobras no Gasoduto do Sul
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da Efe, em La Paz

A Bolívia não vai participar do gasoduto do sul se houver uma participação majoritária de capitais "transnacionais", afirmou hoje o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andres Soliz Rada, criticando a presença da Petrobras no projeto.

O ministro fez a afirmação ao apresentar um relatório no Senado sobre o decreto de nacionalização de hidrocarbonetos assinado na semana passada.

"Para que o gasoduto do sul funcione é preciso que seja executado por empresas estatais. Há um grave problema com a Petrobras, porque 60% das suas ações estão nas mãos de transnacionais", disse o ministro. "Vamos investir enormes somas de dinheiro para beneficiar as transnacionais sócias da Petrobras?", perguntou.

Para Rada, "o problema é muito grave, não tanto para a Bolívia, a Venezuela ou a Argentina, mas sim para a Petrobras".

O projeto do gasoduto pretende levar gás boliviano e venezuelano aos mercados argentino e brasileiro. Além da Petrobras, ele envolve as estatais Enarsa, da Argentina, Petróleos de Venezuela (PDVSA) e Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).

"A Petrobras vai ter que se decidir. Enquanto tiver como sócios majoritários as grandes transnacionais, o governo do presidente Evo Morales não vai participar do megaprojeto", disse Rada.

O ministro boliviano garantiu que não vão faltar investidores apesar do recente mudança nas regras do jogo. Ele prevê também que haja um bom mercado para o gás boliviano, considerando a demanda de Brasil, México, Argentina, Paraguai e Uruguai.
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Postby mends » 12 May 2006, 12:00

a segunda maior piada do mundo, o Bono idiota.

Bono viaja à África para avaliar avanços contra pobreza


Por Lesley Wroughton

WASHINGTON (Reuters) - O roqueiro e ativista Bono está levando para a estrada sua cruzada em favor da África.

O vocalista do U2 vai percorrer Lesoto, Ruanda, Tanzânia, Nigéria, Mali e Gana em viagem de dez dias começando na próxima terça-feira, para ver como sua campanha para o perdão da dívida pode ajudar a combater a pobreza e as doenças. A informação foi divulgada por seu grupo DATA.

A viagem acontece quatro anos depois de Bono ter chamado a atenção do mundo para a situação da África, quando ele e o então secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, percorreram o continente para destacar a necessidade de os governos ocidentais aumentarem a ajuda que prestam ao continente e cancelarem a dívida dos países pobres.

Bono é visto como ponta de lança da campanha bem-sucedida para cancelar a dívida dos países pobres. Líderes mundiais elogiaram seu esforço para familiarizar-se com os problemas e tornar-se participante construtivo no processo de traçar políticas para esses países.

Em junho passado, o Grupo dos Oito países mais industrializados, reunidos em Gleneagles, Escócia, concordou em cancelar a dívida de 18 países pobres, em sua maioria africanos, para liberar recursos com os quais fazer frente à pobreza.

Os participantes do G-8 também se comprometeram a dobrar a ajuda dada à África, de modo que até 2010 chegue a aproximadamente 47 bilhões de dólares.

Muita coisa mudou desde a viagem de Bono à África em 2002, com O'Neill. O continente vem apresentando seus melhores índices de crescimento em mais de 30 anos, graças não apenas ao boom dos preços mundiais dos commodities, mas também a melhoras na política econômica governamental e à redução do número de conflitos armados.

SAÚDE E EDUCAÇÃO

Mas os críticos dizem que anos de assistência do exterior não ajudou a mudar efetivamente a vida de muitos africanos.

Jamie Drummond, o diretor executivo do DATA (sigla formada pelas iniciais em inglês de dívida-Aids-comércio-África), o grupo co-fundado por Bono, disse que a viagem do roqueiro tem por objetivo avaliar se a atenção aumentada voltada à África está de fato fazendo alguma diferença em áreas como saúde e educação.

Em Washington, o comitê de verbas da Câmara dos Deputados acaba de reduzir em 2,4 bilhões de dólares o montante solicitado pelo presidente Bush para assistência externa.

Drummond disse que atos como esse vão fazer com que sejam descumpridas as promessas feitas aos pobres do mundo e que o objetivo de Bono é manter a atenção dos políticos voltada à África.
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Postby mends » 19 May 2006, 10:16

do PORTAFOLIO, jornal Colombiano

Evo Morales ahora tiene en la mira a las concesiones de los aeropuertos


El presidente boliviano revisará los contratos con empresas españolas que tienen inversión en varios de los terminales aéreos.

El gobierno de Bolivia estudia la posibilidad de recuperar el control de la gestión de los tres principales aeropuertos del país, que en la actualidad está en manos de la empresa Servicios de Aeropuertos de Bolivia (Sabsa), firma controlada por Abertis y Aeropuertos Españoles y Navegación Aéreas (Aena) desde el 2005, tras la adquisición del grupo británico de gestión aeroportuaria TBI.


Fuentes de Abertis aseguraron no tener una notificación oficial a este respecto. No obstante, indicaron que recibirían la noticia con extrañeza dado que, según explicaron, recientemente mantuvieron conversaciones con el gobierno boliviano sobre este respecto y fueron normales.


Por ello, las mismas fuentes apostaron por esperar a contar con una eventual comunicación oficial y, a partir de ese momento, valorar la situación a través de TBI, gestor de aeropuertos británicos del que Abertis compró el pasado año un 90 por ciento y Aeropuertos Españoles y Navegación Aérea el 10 por ciento restante.


No obstante, indicaron que por las noticias recibidas las autoridades bolivianas sólo hablan de momento de evaluación y Abertis está dispuesto a cualquier evaluación por parte del gobierno de Evo Morales.


Según el diario argentino Ámbito Financiero, el director general de la Aeronáutica Civil, Javier García, dijo que la revisión fue solicitada por los trabajadores de la Administración Autónoma de Servicios Auxiliares a la Navegación Aérea (Aasana), que acusan a Sabsa de incumplir su contrato y no hacer las inversiones promeditas.


"Ha sido un criterio del Gobierno, desde el inicio, el revisar el trabajo que habría realizado Sabsa a lo largo de todo el tiempo que tiene el contrato", dijo García.


Agregó, que esta medida está destinada a ver si cumplió con el plan maestro que presento, y en caso de que haya habido incumplimientos exigirá el resarcimiento o, llegado el caso, hipotéticamente podría revertirse el control de los aeropuertos".


El anuncio se produce justo cuando, el fondo de pensiones boliviano AFP Previsión, propiedad del banco español Bbva, ha decidido interponer un recurso indirecto de inconstitucionalidad contra el decreto del gobierno de Evo Morales que ordenó la entrega al Estado de las acciones de las petroleras bolivianas nacionalizadas que actualmente gestionaban dos fondos de pensiones.


Según el Bbva, el decreto del gobierno boliviano podría vulnerar la ley que encomendó a estos fondos de pensiones (tanto el del Bbva como el de la aseguradora Zúrich) la administración del Fondo de Capitalización Colectiva (FCC), en el que se incluía la gestión de las acciones de las petroleras, para cumplir la finalidad de atender el pago del Bono Solidario (Bonosol). No obstante, AFP Previsión ha decidido cumplir con el decreto del Gobierno.

Agencias

REFORMA AGRARIA

El gobierno de Evo Morales decidió postergar la aplicación inmediata de su anunciada reforma agraria hasta lograr acuerdos con las organizaciones empresariales y campesinas, ante el clima de agitación y temor que provocó el sólo anuncio de la medida.


El vicepresidente Alvaro García Linera había anticipado la redistribución de hasta 4,5 millones de hectáreas a campesinos pobres y dijo que los decretos estaban listos para la firma del presidente Morales, pero ayer el ministro del sector, Hugo Salvatierra, declaró que "no se dictarán ni decretos ni leyes si antes no son concertados".

AP
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Postby mends » 19 May 2006, 10:44

esses malditos ladrões agora querem atrair BANDIDOS pro Brasil. Querem apostar que vamos recolher esse pulha, e que o cara COMPROU seu exílio com uma caixinha pro PT???????? :ranting: :ranting: :ranting: :ranting:

do BLOG do Fernando Rodrigues

Berezowski quer viver no Brasil


O milionário russo Bóris Berezowski fez uma consulta ao Comitê Nacional para Refugiados no Brasil, no âmbito do Ministério da Justiça, perguntando se existe a possibilidade de passar a viver por aqui. Ele quer transferir da Grã-Bretanha para o Brasil a sua alegada condição de refugiado --segundo o magnata, em linha com o que determinam convenções da ONU.

Berezowski se diz perseguido pelo governo de Vladimir Putin.

Zé Dirceu e o russo Berezowski


O blog tem informação quente e a repassa do jeito que foi recebida: José Dirceu esteve pessoalmente com o bilionário russo Bóris Berezowski por 3 vezes na mesma semana em que o Corinthians perdeu para o River Plate, em jogo no Pacaembu (a partida foi em 4 de maio). O magnata estrangeiro estava hospedado em uma casa nas imediações do estádio.

Em tempo: Berezowski tem nova viagem marcada para o Brasil. Ele chega na semana que vem. Deve passar uns cinco dias por aqui.

Comentário: esse Zé Dirceu não pára, heim? Assuntos possíveis? Petróleo, energia, Varig. A pauta é longa.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
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