República das Bananas...

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby Wagner » 21 Dec 2006, 23:25

Diogo Mainardi
Porcentagens lulistas

"De acordo com dados do Ibope, 83% dos
brasileiros se consideraram satisfeitos ou
muito satisfeitos com a vida. O número é duas
vezes maior do que o total de pessoas atendidas
pela rede de esgoto – 40%. Há felicidade sem esgoto"

Se Lula é o povo e o povo é Lula, é bom saber como pensa o povo. Alguns dias atrás, o Ibope divulgou que 71% dos brasileiros aprovavam Lula. Os lulistas comemoraram o resultado. Em dezembro de 1998, 58% dos brasileiros aprovavam Fernando Henrique Cardoso. O povo aprova o presidente. Quem quer que ele seja.

Outra pesquisa do Ibope indicou que 75% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos, demonstrando incapacidade para compreender um enunciado simples. Na pesquisa anterior, o porcentual era ligeiramente maior: 76%. A escrita foi introduzida no Brasil há mais de 500 anos. Logo conseguiremos dominá-la.

Ao mesmo tempo em que 75% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos, 84% declararam estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a qualidade do ensino público. 75% dos pais e alunos pediram apenas uma mudança no currículo escolar: o ensinamento do criacionismo no lugar do darwinismo.

O Ibope mostrou também que 96% dos brasileiros desconheciam o significado do termo holocausto. 37% declararam repudiar a idéia de ter um vizinho judeu. O número só foi inferior aos que disseram repudiar a idéia de ter um vizinho cigano – 51%.

Indagados sobre o meio de transporte mais seguro, 51% dos brasileiros escolheram o ônibus. Segundo uma pesquisa do SOS Estradas, os acidentes com ônibus matam cerca de 2.400 pessoas por ano no Brasil.

82% dos eleitores manifestaram seu descontentamento com a democracia. A maior parte deles se encontrava no Nordeste, nas camadas de menor escolaridade e renda.

De acordo com os dados do Ibope, 83% dos brasileiros se consideraram satisfeitos ou muito satisfeitos com a vida. O número é duas vezes maior do que o total de pessoas atendidas pela rede de esgoto – 40%. Há felicidade sem esgoto.

Uma pesquisa realizada entre os leitores de Época elegeu Chico Xavier como o maior brasileiro de todos os tempos.

Pela primeira vez em catorze anos, aumentou o trabalho infantil no Brasil. Segundo a mais recente pesquisa do Pnad, o total de crianças empregadas passou de 7,33% em 2004 para 7,8% em 2005. Ignora-se se elas estavam entre os 89% de brasileiros otimistas ou muito otimistas quanto a 2007.

Lula é o povo. O povo é Lula. Os lulistas recomendam que a imprensa siga o povo. Seguindo o povo, ela seguirá Lula. O lulista Bernardo Kucinski argumentou: "Os colunistas se engajaram ativamente na campanha contra Lula. Isso é um fato. Lula foi eleito por ampla maioria. É outro fato. E os dois fatos apontam para um descolamento dos colunistas em relação ao sentimento da maioria da população".

Nestes tempos de lulismo, estou cada dia mais incapaz de entender um enunciado simples.
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Postby mends » 22 Dec 2006, 08:37

é, meu velho, feliz é vc que logo logo estará longe desta porcaria toda...
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Postby junior » 24 Dec 2006, 08:23

País não tem agenda nem rumo, mas Lula teve sorte

Ex-presidente diz que Brasil cultiva mentalidade avessa ao mercado e defende novo "choque capitalista" contra apego ao estatismo e ao atraso

RENATA LO PRETE
EDITORA DO PAINEL

FERNANDO DE BARROS E SILVA
EDITOR DE BRASIL

Aos 75 anos, o ex-presidente diz que seu sucessor não tinha no primeiro e continua sem agenda para o segundo mandato -tem apenas uma "aspiração geral". Fernando Henrique Cardoso ainda vê Luiz Inácio Lula da Silva como um símbolo das possibilidades democráticas e sociais do país, mas um símbolo hoje maculado por escândalos e diminuído pelo exercício do poder "como fruição". FHC entende os governos do PSDB e do PT como um caso de "concertação por antagonismo", ou seja, de continuidade na economia sob a retórica da ruptura e do confronto. Na entrevista que segue, o sociólogo volta a apontar o apego ao Estado como causa e sintoma do capitalismo atrasado que, segundo ele, precisa ser passado a limpo pelo país.


FOLHA - O sr. acha que o presidente Lula estava brincando quando disse que quem é de esquerda depois dos 60 "tem problemas"?
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - Não foi brincadeira. Foi uma expressão espontânea para um sentimento que é popular. As pessoas dizem: "quando fica mais velho, toma juízo". O Lula disse o que sente sobre a própria trajetória: ficou mais perto do que ele chama de centro. Mas é curioso que o centro, para ele, seja o Delfim Netto.

FOLHA - Por quê?
FHC - Porque o Delfim, para quem lutou contra o regime militar, é simbólico. Ainda mais simbólico para quem lutou contra o arrocho salarial. Não estou acusando o Delfim. Parece-me apenas que o Lula baixou demais a guarda.

FOLHA - O sr. acha que a política brasileira é definida por acordos entre forças vistas como avançadas e outras vistas como atrasadas?
FHC - Sim. Somos um país desigual do ponto de vista econômico e injusto do ponto de vista social. Isso coloca um desafio para quem governa. O setor mais progressista, sintonizado com as formações democráticas e com os avanços da economia, é geralmente minoritário. Mas o problema é outro. É ter ou não capacidade de, ao fazer a aliança, imprimir um rumo. Lula perdeu o rumo. Antes de os escândalos virem a público, já se via que a agenda no Congresso não era renovadora.

FOLHA - O sr. vê alguma mudança substantiva em relação à montagem do segundo mandato?
FHC - Estamos de novo botando o carro antes dos bois. Qual é a proposta? Qual é a agenda? Não está claro. Sem isso, como é que se faz um acordo? Com cargos, com posições nos ministérios. Mas vai fazer o quê? Não se discutiu até agora. Discutiu-se uma vaga aspiração de 5% de crescimento na economia. Se você quer 5%, melhor querer logo 10%. Isso não é agenda. Isso é aspiração geral.

FOLHA - E o pacote econômico, que teve seu anúncio adiado...
FHC - Pois é. Que pacote é esse? Nem o governo sabe. A aliança não foi feita para esse pacote.

FOLHA - Por que nenhum de seus aliados defendeu na campanha as privatizações de seu governo?
FHC - Durante anos o PT bateu na tecla de que a privatização era contra o interesse nacional e que houve "privataria", bandalheira. Isso foi repetido, e não reagimos corretamente.

FOLHA - Por quê?
FHC - Não fizemos a revisão das nossas posições político-ideológicas. Continuamos funcionando na mentirinha, como se fosse possível ter, no mundo moderno, um Estado que se ocupe de tudo o que é investimento produtivo. Como se bom mesmo fosse o capitalismo estatal ou o socialismo estatizante. Esse modelo de Estado onipresente é ainda a ideologia média. As pessoas preferem o Estado ao mercado. Todos. No fundo, nossa ideologia básica, embora não explicitada, é que bom mesmo é uma sociedade igualitária, sem mercado, bancos, juros, onde só tenha Estado. É não-capitalista.

FOLHA - Isso é mais PT ou PSDB?
FHC - É mais evidente no PT, mas quando o PT critica o PSDB, calamos a boca. É preciso retomar o discurso feito pelo Mário Covas de 1989, o do "choque de capitalismo". As pessoas preferem um capitalismo atrasado a um capitalismo avançado -e pensam que é por serem de esquerda. Não se dão conta de que a esquerda não está em jogo aí.

FOLHA - O país pode crescer de forma expressiva com a combinação de juros altos e câmbio apreciado?
FHC - A questão do câmbio é delicada. O governo tem poucos instrumentos. Vai fazer com que o Banco Central compre mais reservas? Aumenta a dívida. Vai fixar o câmbio e ser, de novo, submetido a pressões especulativas? Não vejo como. Seria melhor um câmbio com menos valorização, mas como você chega lá? Aumenta a importação? Afeta a indústria. Talvez pudesse ter sido melhor e não chegar a esse ponto, mas qual é o instrumento que você tem? Tem que aumentar a produtividade. Crescimento é isso: investimento com aumento de produtividade. E essa produtividade tem que ser não só física, mas humana -e aí entra, por exemplo, a educação.

FOLHA - O Lula está num ponto do caminho que o sr. já viveu. Daqui em diante, para onde ele vai?
FHC - Sempre ganhei no primeiro turno, o Lula nunca. Mas o importante é que ganhou. Agora, ninguém sabe o que vai acontecer. O Lula teve mais sorte do que eu. Pegou um vento favorável. Eu peguei contra na situação internacional. E o momento da reeleição foi o pior. Isso não ocorre agora. Não tem problema externo. A questão do segundo mandato é política. Como não tem mais reeleição, a partir do segundo ano todo mundo começa a olhar para a frente.

FOLHA - No petismo, há quem opine reservadamente que não seria absurdo mudar a Constituição para permitir outra reeleição...
FHC - No Brasil isso é inviável. Haveria uma oposição muito forte. É possível que o pensamento não democrático exista em alguns setores, mas não acredito que o Lula entre nisso. Não o vejo dessa maneira. Ele gosta do poder. Tudo bem, eu também gosto. Mas o Lula é conservador. Isso implicaria quebrar lanças.

FOLHA - E o exemplo venezuelano?
FHC - O Chávez é um militar. Ele salta as instituições e vai direto às massas. O Lula é um líder sindical, ele mais negocia do que quebra. Setores do PT podem até sonhar com isso. Mas acho que as instituições brasileiras são mais sólidas do que em outros países. Na Argentina, o Menem tentou, mas não conseguiu. Não é fácil.

FOLHA - Resultados eleitorais recentes na América do Sul vão na contramão da agenda que estava em vigor na região quando o sr. foi presidente. O que que aconteceu?
FHC - No que diz respeito ao modelo econômico, não houve mudança. Houve paralisação, não alteração. Chávez não propõe nenhum modelo. O Peru não mudou nada, Colômbia não mudou nada, Argentina tampouco, Uruguai tampouco.

FOLHA - Houve no mínimo uma mudança no perfil dos governantes.
FHC - Isso sim. O que aconteceu foi o seguinte...

FOLHA - A América profunda...
FHC - É um pouco isso, e um pouco também que esses governos se esgotaram no passado. O governo da Venezuela se esgotou. O Chávez é conseqüência do esgotamento do sistema anterior, um sistema que não produziu resultados para o povo, que se desmoralizou. Na Argentina também. Houve, em larga medida, um cansaço. O Menem, no auge do seu neoliberalismo, era popular. A perda de popularidade veio depois, quando o sistema mostrou sua incompetência para gerenciar as questões sociais. Agora, raciocine pelo outro lado: qual é o país que conseguiu manter um modelo econômico de eficiência e melhorar a situação social? O Chile. A redução da pobreza lá é grande. A melhoria da educação é notável. Mas o Chile é assim fazendo reformas, mantendo uma coerência. Não acho que se deva julgar em bloco um vendaval da América Latina.

FOLHA - Nesse quadro, qual é a especificidade do caso brasileiro?
FHC - É curioso. Houve continuidade no setor econômico, apesar da retórica. É como se tivesse uma concertação por antagonismo. É uma questão política, outra vez. E aí o PT teve a virtude de convencer o país de que precisava mudar tudo. Não mudou nada, mas convenceu de que precisava mudar tudo. A política tem sua autonomia. Ela não depende só dos condicionantes econômicos e sociais.

FOLHA - O que caracteriza o Lula?
FHC - Primeiro, simbolicamente, o fato de uma pessoa nordestina, pobre, de origem sindical ter chegado à Presidência. Isso é importante para o Brasil. Acho que esse lado simbólico é uma janela de democracia. Em segundo lugar, o que sobreviveu disso foi o sindicalismo. Quem está no governo hoje? Sindicalistas. Não são os ideológicos do PT. Não é a esquerda católica. Uma boa parte, aliás, foi embora do PT. Ficou o sindicalismo. Não é peronismo nem getulismo. Quando Perón e Getúlio puseram para dentro os sindicatos, havia mudanças muito grandes na sociedade, velocidade de mobilidade social, de crescimento. Agora não há nada disso. Os sindicalistas subiram e não carregaram a classe trabalhadora. Não deixa de ser uma democratização social. Pessoas que nunca tiveram nada a ver com o poder estão no poder. Fazendo algumas bobagens, mas estão lá. Não vejo isso com olhos negativos. Sou democrata. O Brasil precisa de mais igualdade. Tem pessoas que são rudes no manejo, mas...

FOLHA - Lula é um democrata?
FHC - Acho que, basicamente, sim. Mais ou menos. Ele não tem muita noção de certas coisas. Fez há pouco uma declaração agradecendo ao povo, que o elegeu "sem intermediários". Essa não é uma frase democrática. Ele nem sabe que não é. Ele pensa que é genuíno, autêntico. Mas ele não é antidemocrático. Ele pode não saber certas coisas, mas não acho que ele seja uma personalidade anti-institucional, digamos assim.

FOLHA - E o PT?
FHC - O PT é mais antidemocrático, na essência, por causa da visão originária, do espírito revolucionário, leninista. Mais importante é o fim do que os meios. Mas também é diluído. Não há PT, existem vários setores. Mas há um núcleo duro que pensa "pode mudar a Constituição, nunca mais alguém tão bom quanto nós vai estar lá". Essa idéia é antidemocrática, é elitista. É a versão popular da visão tradicional do que é o mando arbitrário.

FOLHA - Os escândalos abalaram o símbolo que o sr. descreveu?
FHC - Lamento que o comportamento do Lula na Presidência, a cada momento, jogue para baixo o símbolo. O envolvimento, não dele, direto, mas muito próximo a ele. Essas facilidades, essa visão do poder como fruição. É ruim, porque esse símbolo devia ter força, não devia se permitir frouxidão. Isso de passar a mão na cabeça do pessoal dele: "Ah, os meninos são aloprados". Como aloprados? São criminosos.
Esse espírito de companheirismo, esse é o homem cordial que o Sérgio Buarque de Holanda criticava. É o homem do impulso, não é o homem da regra geral. É contra a democracia.
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Postby mends » 26 Dec 2006, 09:43

é isso aí: capitalismo, pelamordedeus
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Postby mends » 26 Dec 2006, 09:44

Brasileiro precisa de proselitismo ideológico, não de aula de matemática

Em agosto do ano passado, o Conselho Nacional de Educação deu um ano para as escolas de segundo grau de todo o país passarem a ministrar aulas de filosofia e sociologia. Um ano. Reparem que o prazo expira no início do segundo semestre para um curso cujo planejamento é anual. É a dificuldade funcional da decisão dos gênios, onde brilha a inteligência de Marilena Chaui, aquela que acredita que o céu se ilumina quando Lula fala – embora ela já tenha mais de 60 e seja de esquerda...
O segundo grau no Brasil é um lixo. Tanto o público como o privado, com raras exceções nos dois casos. Professores que ganham salários miseráveis, em estruturas fossilizadas, sem chance de ascender profissionalmente, falam a alunos oprimidos ou pela miséria ou pela banalidade. Não é preciso fazer grande esforço para perceber a alfabetização precária mesmo das elites. O brasileiro comum se embasbaca em operações aritméticas simples. A quase totalidade dos universitários é incapaz de se expressar com correção.
Antes que nossos futuros marxistas recitassem a luta de classes, seria conveniente que aprendessem um pouco de matemática e língua portuguesa. O mais notável na decisão é que inexiste mão-de-obra para tanto. Ora, far-se-á como sempre: improvisa-se algum “humanista” na tarefa de desvendar as sombras da caverna de Platão.
A medida tem caráter ideológico. Dia desses, vi o material didático de história de uma renomada escola particular de São Paulo. É lixo submarxista. Os alunos são treinados para ver a história do país como uma seqüência de golpes das elites contra os interesses populares. No que diz respeito à história contemporânea, o imperialismo – americano, é claro – é culpado pelas mazelas do mundo.
Mesmo quando se sabe que há um conteúdo relativamente objetivo a ser ensinado, cobrado em vestibular, a coisa é assim. Imaginem como será quando o “sociólogo” e o “filósofo” estiverem obrigados apenas a “refletir” com os alunos. O único objetivo da medida é estimular o proselitismo e a patrulha.O capitalismo já faz pouco sucesso no Brasil, como vimos na campanha eleitoral. Os bananões preferem o Estado ineficiente a estatais privatizadas que funcionem. Precisamos convencer os nativos de que o mundo tem de ser justo, não eficiente. A boa notícia é que, nas escolas públicas, essa bobagem não vai dar em nada. Ainda que por maus motivos. Mas, nas escolas particulares, pode ser que a medida seja posta em prática. Que bom! O Brasil já tem muitos banqueiros. Precisamos de mais cineastas com bons sentimentos, não é mesmo?

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Postby mends » 28 Dec 2006, 18:45

Povo precisa bater bola e aprender a declamar

Vocês se lembram do imbróglio, né? Empresas que investem em cultura podem deduzir até 4% do Imposto de Renda. Aí a Câmara aprovou o mesmo índice de renúncia fiscal para quem investe em esportes. Os artistas estrilaram. Acharam que as empresas iriam preferir, sei lá, investir em voleibol e salto com vara a financiar a conscientização dos oprimidos praticada nos palcos brasileiros. Já houve uma primeira romaria de famosos a Brasília para cobrar direitos especiais para os artistas mamarem nas tetas do Estado. Hoje, os bizarros estiveram lá de novo.

Lula promete aos artistas uma Medida Provisória preservando os incentivos à cultura. E os esportes? Segundo o acordo que havido sido firmado no Senado, que a Câmara rejeitou (e que pode agora virar MP), o percentual destinado à área seria enquadrado em uma cota que as empresas têm para aplicar em programa de alimentação do trabalhador.

É isso aí. Povo não precisa comer. Precisa é bater bola e aprender a declamar e a fazer malabarismo. Mesmo que esteja de barriga vazia.

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Postby mends » 02 Jan 2007, 08:42

O convidado especial da baderna

A questão é simples, rápida, objetiva. O respeito de Lula pelas instituições se traduz no fato de Bruno Maranhão, o homem que liderou o quebra-quebra no Congresso em junho do ano passado, ter sido um dos convidados especiais para a posse. Estava lá na condição de dirigente do PT. À época, prometeram expulsá-lo, lembram-se disso? Não só ficou no partido como mereceu a deferência presidencial.

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Postby mends » 17 Jan 2007, 09:36

Governo cria quase 100 Grupos de Trabalho que não... trabalham!

Por João Domingos, no Estadão desta quarta:
Rapidez na tomada de decisões não foi o ponto forte do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Muito dessa lentidão pode ser atribuído ao hábito de criar grupo de trabalho, instituição conhecida pela sigla GT. Para qualquer assunto, o governo saca um. Problemas com a pesca da sardinha? Está criado um GT. Com o camarão? Mais um. Há muitos alcoólatras sendo atendidos pelo SUS? Outro. Machado de Assis não é tão lido? Um GT resolve. Os negros não têm empregos? Taí o GT. Pesquisa feita pelo Estado no Diário Oficial da União de 2003 até ontem mostra que no governo Lula foram criados 96 grupos de trabalho, a maioria deles sem grande resultado para mostrar. Os GTs proliferaram principalmente nos 30 primeiros meses do governo Lula, coincidindo justamente com o período em que José Dirceu foi ministro da Casa Civil. Isso pode justificar um pouco a fama de concentrador de poder que Dirceu carrega, porque todo GT envolve um grande número de ministérios sob o comando da Casa Civil. O que cuidou dos problemas da população de Alcântara (MA) tinha 20 ministérios, mais o Comando da Aeronáutica. Na gestão de Dirceu, foram criados 77. Quando Dilma Rousseff assumiu o lugar do ex-ministro, em 22 de junho de 2005, ela acabou com a fúria criadora de grupos de trabalho. Em toda sua gestão, foram abertos 19.
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Postby Danilo » 17 Jan 2007, 09:51

Muito dessa lentidão pode ser atribuído ao hábito de criar grupo de trabalho, instituição conhecida pela sigla GT. Para qualquer assunto, o governo saca um.


Eu preferia quanto GT era sigla pra Gran Tourism. E por falar em Brasil-sil-sil, saiu no Estadão:

Brasil tem a 70ª economia mais livre do mundo

O Brasil é a 70ª economia mais livre do mundo, de acordo com um estudo elaborado com 157 países pela Fundação Heritage em parceria com o Wall Street Journal. Em relação ao ranking do ano passado, o País caiu duas posições. O trabalho, divulgado ontem, traz na primeira colocação, pelo 13º ano seguido, Hong Kong. Em segundo lugar, ficou Cingapura e em terceiro, a Austrália. Os Estados Unidos situaram-se na quarta posição, seguidos pela Nova Zelândia. O país latino-americano melhor colocado no ranking é o Chile, que aparece no 11º posto.

No Índice de Liberdade Econômica de 2007, Hong Kong teve as notas mais altas na maioria dos dez quesitos estudados: liberdade comercial, fiscal, monetária, financeira, de negócios, de investimento, de trabalho, além de respeito aos direitos de propriedade, independência em relação ao governo e corrupção.
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Postby mends » 17 Jan 2007, 10:28

isso significa que há 69 países com mais chances de ficarem (mais) ricos
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Postby mends » 18 Jan 2007, 10:17

alguém vai ter que explicar pra esses idiotas quem foi Simón Bolívar...

Mercosul-da-Mãe-Joana 1 – Brasileiros fundam um partido bolivariano
Por Mário Magalhães, na Folha desta quinta:
Se há uma onda chavista na América Latina, a marola alcançou a costa carioca. Em dezembro, foi fundado no Rio o Partido da Revolução Bolivariana Nacional, com 109 assinaturas de 11 Estados.Seus integrantes dizem se inspirar em Simón Bolívar (1783-1830), herói da independência de colônias espanholas na América, e no presidente da Venezuela Hugo Chávez, que diz promover uma revolução "bolivariana" e socialista.Os militantes do PRBN vão propor a Chávez, que está no Rio para a cúpula do Mercosul, uma "Internacional Bolivariana", que una organizações de ideários semelhantes.Nacionalista e defensor da economia de mercado com presença forte do Estado, o PRBN "surge no momento de rever a maneira de fazer política", diz seu presidente, Paulo Memória, pequeno empresário que já foi do PMDB e do PT do B.O PRBN apóia o governo federal. Seu modelo, porém, não é Lula, mas Chávez. "O PT já é um condomínio bastante amplo", diz Memória.
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Postby Danilo » 18 Jan 2007, 11:18

Os militantes do PRBN vão propor a Chávez, que está no Rio para a cúpula do Mercosul, uma "Internacional Bolivariana", que una organizações de ideários semelhantes.


Tava demorando...
<-\
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Postby mends » 19 Jan 2007, 09:33

sensacional!! :lol:

Chávez esculhamba Marco Aurélio, que dá razão a seu crítico
Por Wilson Tosata, no Estadão:
Com uma comitiva de cerca de cem pessoas e blindado por rigorosa segurança, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou ontem para a Cúpula do Mercosul. Chávez atribuiu a si mesmo a realização da reunião prévia de ontem de chefes de Estados para discutir a integração sul-americana e, como de costume, provocou polêmica.Ele defendeu a “reforma” do Mercosul, afirmou que está “descontaminando” o bloco do neoliberalismo e bateu duro no assessor especial da Presidência do Brasil para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. Segundo ele, Garcia (um dos integrantes da cúpula petista mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, coordenador da campanha à reeleição e presidente do PT durante o afastamento do deputado Ricardo Berzoini) levou um ano para apresentar um relatório de apenas cinco minutos sobre a integração.“Foi formada uma comissão, coordenada por Marco Aurélio Garcia, em que cada país tinha um representante”, afirmou, pouco depois de chegar ao Hotel Rio Othon Palace, em Copacabana. “Fizeram não sei quantas reuniões. Trabalhou-se muito por um ano. Chegamos a Cochabamba (na Bolívia, onde houve uma reunião anterior de governos sul-americanos). Disseram: ‘Vai ser dado o informe de Marco Aurélio’. E Marco Aurélio falou cinco minutos. Fiquei gelado. E ninguém perguntou nada! E eu disse: ‘É este o informe de Marco Aurélio? Depois de um ano de trabalho?.” Ele contou que queria discutir mais o assunto (que envolve a integração do Mercosul com a Comunidade Andina da Nações numa mesma área de comércio), mas outros chefes de Estado alegaram não haver tempo. “Eu reclamei, e Lula, sempre generoso, ofereceu esta reunião para discutir, um dia antes, os temas da união sul-americana.”

A REAÇÃO – Por Fernando Dantas e Nicola Pamplona, no Estadão:
O assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, deu razão ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que o criticou por fazer uma apresentação de apenas cinco minutos de um relatório sobre a Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) na reunião de cúpula da Casa, em dezembro, em Cochabamba, na Bolívia.“A reclamação do Chávez, independentemente da forma, tem um certo fundo de verdade”, disse Garcia. Ele disse que foi designado como delegado do presidente Lula na Comissão de Alto Nível de Reflexão Estratégica, encarregada de fazer um documento de 14 ou 15 páginas com recomendações práticas para o futuro da integração sul-americana.
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Postby Danilo » 19 Jan 2007, 10:51

Acho que esse Marco Aurélio fez Poli e deixava pra estudar só na P3 e na sub.
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Postby mends » 26 Jan 2007, 09:49

pode contar com a minha assinatura também...

Seguem trechos do Podcast de Diogo Mainardi:
"Os parentes de Magali Faria da Silva foram raptados por dois criminosos, que os conduziram até uma estrada deserta, encharcaram de tinner o carro da família e queimaram vivos seus quatro ocupantes. (...). Magali Faria da Silva deu uma entrevista para O Globo. Foi a matéria mais importante da semana. Foi a única matéria importante da semana.
Magali Faria da Silva defende a prisão perpétua para quem comete crimes bárbaros, como o que dizimou sua família. (...) Magali Faria da Silva está cheia de ódio. O ódio de quem teve um sobrinho de cinco anos queimado vivo. O ódio de quem teve um cunhado queimado vivo. O ódio de quem teve uma irmã estuprada e queimada viva, antes de ser degolada a facadas. É uma tolice acreditar que o ódio confunde o pensamento. (...) Dá para ser perfeitamente racional no ódio, assim como dá para ser perfeitamente irracional na placidez dos sentimentos.
(...) Mas o que irá acontecer. Ela diz: “Eles – os assassinos – tinham de ficar isolados, trabalhando dia e noite, para o resto de suas vidas. Não quero que eles morram. Não defendo a pena de morte. Coloca numa cadeira, dá um choque ou um veneno e pronto, acabou. Não. Eu quero que eles vivam. Sei o que ele – o articulador do crime – pensou: ‘Se não der certo, iremos para a cadeia por um tempo’. Porque lá eles comem, estudam, sem nem precisar trabalhar. Isso traz medo para os criminosos? Não. Olha: as pessoas precisam ter medo da lei”.
(...) É claro que ela está certa no ponto fundamental: as pessoas precisam ter medo da lei. Enquanto isso não acontecer, o Brasil continuará a se esfarelar. Magali Faria da Silva quer recolher um milhão de assinaturas para levar ao Congresso Nacional a discussão sobre a prisão perpétua. Ela pode contar com a minha assinatura. "
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
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