Política e politicagem

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby mends » 29 Mar 2006, 21:15

se vc confiar simplesmente na moral como freio, como garanto que funciona (de preferência, sempre  )? Ou tentativa e erro, assim como na ciência, também funciona em economia?


estava no congestionamento pensando em uma resposta melhor para isso. Preciso fazer outra pergunta, antes: por que precisa funcionar sempre? O que quer dizer com tentativa e erro?
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Postby junior » 30 Mar 2006, 09:33

estava no congestionamento pensando em uma resposta melhor para isso. Preciso fazer outra pergunta, antes: por que precisa funcionar sempre? O que quer dizer com tentativa e erro?


Taí uma coisa que não tenho saudades: congestionamento :D ...

Refazendo minha (ingênua) pergunta para responder a sua: suponha que um mano Ford da vida resolva dizer: "OK, foda-se a moral e vamos pagar 10 'real' por mês pros manos trabalharem 23h diárias", e ele tem o monopólio. Segundo eu entendi seu argumento, o que impedia o mano Ford de fazer isso era apenas a moral, e por isso pagava bem e tudo. Digo que pecisa funcionar sempre pq defendo os "pobres trabalhadores" :lol:

Com relação a tentativa e erro, dizia (bem ingenuamente) algo como o que vc me disse do tiozinho da venda: que se o mano Ford for fdp, então as pessoas vão dizer "puxa vida, esse mano é um sacana, e para ele não quero trabalhar", ou coisas do tipo.
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Postby mends » 30 Mar 2006, 10:02

o que impedia o mano Ford de fazer isso era apenas a moral, e por isso pagava bem e tudo. Digo que pecisa funcionar sempre pq defendo os "pobres trabalhadores"


não sei se chego a dizer “só a moral”. Vou tentar ser mais claro: o que existe antes de qualquer explicação econômica é a Moral. Quando vc diz que a Economia e os processos de produção moldam a forma como os seres humanos se relacionam, se preocupam uns com os outros e se organizam, vc está utilizando O argumento marxista – sem nenhum juízo de valor aqui, marxista querendo dizer algo que Marx escreveu. Então, para Marx, o que existe “antes de tudo” é a organização econômica.
Eu acredito, como todo capitalista (e todo “neo-kantiano” pra continuar rotulando facilmente as coisas) que, antes da Organização Econômica vem a Moral. Então, o que quero dier é que o mano Ford talvez nem tenha precisado pensar racionalmente nos “pobres trabalhadores”, e muito provavelmente ele acreditava tão fortemente na economia de mercado que sabia que devia pagar o que o trabalho valia. Especificamente no caso do Ford, o trabalho não é comop imaginamos hoje lá no começo do século XX. As pessoas iam pra porta da Ford e eram contratadas por dia, no número necessário pra produção diária – por isso nos EUA o salário é “por hora”. Então havia muita gente que ia trabalhar “marginalmente”, quando precisava de dinheiro. Sem a repetição vc não tem o desenvolvimento das habilidades específicas necessárias pra produção em massa, vc não tem controle eficiente da “qualidade” do produto, vc tem que dividir o trabalho em unidades trão absurdamente pequenas que qualquer idiota pode fazê-lo, porque, eventualmente, vc terá um idiota fazendo-o. Além disso, se qualquer um pode fazer o que o cara faz, o trabalho do cara vale picas (por isso empregada doméstica ganha mal, office boy ganha mal...não é por “exproração capitalista”). Se Ford quer maior “especialização”, a primeira coisa é selecionar os melhores. A segunda é segurá-los. Eles passam a se diferenciar daquela massa original, passam a valer mais. Então, quando Ford passa a pagar 5 dólares/hora de salário, no início do século (o salário mínimo nos EUA, HOJE, é seis), ele está simplesmente aplicando o que acredita ser o mercado, porque seria no mínimo IMORAL não pagar o que o trabalho de uma pessoa vale...agora, economicamente falando, ele impõe preço e controla os custos, pq é monopolista E verticalmente integrado! Ele não precisaria fazer isso pra maximizar lucro.

Com relação a tentativa e erro, dizia (bem ingenuamente) algo como o que vc me disse do tiozinho da venda: que se o mano Ford for fdp, então as pessoas vão dizer "puxa vida, esse mano é um sacana, e para ele não quero trabalhar", ou coisas do tipo.


Isso existe, mas não entendi o “tentativa e erro”.
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Postby mends » 31 Mar 2006, 09:31

agora vai pras picas...graças a Deus.

Lula se diz só e vai coordenar a própria campanha


Folha Imagem


Em desabafo feito durante conversa que manteve com um auxiliar, Lula confessou que está se sentindo só. “Vou ter que ser o coordenador de mim mesmo”, disse o presidente, referindo-se ao comando de sua campanha à reeleição.



Três dias depois de ter sido obrigado a entregar a cabeça de Antonio Palocci, um ministro que planejava incorporar ao comitê de campanha, Lula ensaiou um último gesto para segurar em Brasília o coordenador político Jaques Wagner.



Acabou sendo convencido, meio a contragosto, de que Wagner prestará melhor serviço à cruzada da reeleição disputando o governo da Bahia. Lula não dispõe de um bom palanque em solo baiano, onde o governador Paulo Souto, do grupo do adversário Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), desponta como franco favorito à conquista de um segundo mandato.



Na mesma conversa, Lula queixou-se da perda de Ciro Gomes, que deixou a pasta da Integração Nacional para disputar uma vaga de deputado federal pelo PSB. Adversário do PT na campanha presidencial de 2002, Ciro tornou-se um dos principais confidentes do presidente, que se declara “viciado” nos conselhos do “amigo”.



Lula disse ter optado por soluções “técnicas” no preenchimento das oito vagas abertas com a debandada eleitoral de seu ministério porque não enxergou espaço para a nomeação de “nomões”. Lamentou a falta de intimidade com a grossa maioria dos novos ministros, içados das secretarias-executivas dos ministérios.



Considerou indispensável abrir uma exceção no caso do coordenador político. Para esse posto, frustrada a tentativa de segurar Jaques Wagner, nomeou o petista Tarso Genro. Acha que ele pode ajudar na costura de alianças para a reeleição. Mas receia confiar a tarefa integalmente ao novo ministro. Acha que terá de cuidar para que as opiniões pessoais de Genro, algumas delas “controvertidas”, não prevaleçam sobre a conveniência eleitoral.



Um dos setores em que Lula julga estar “a pé” é a tesouraria de campanha. Planejava destacar Antonio Palocci para fazer a ponte com o empresariado. Sem ele, ainda não sabe a quem recorrer. Retomou a antiga idéia de confiar a tarefa a um empresário que tenha afinidades com o PT. Embora traga na cabeça o perfil, não se fixou em nenhum nome que se encaixe no molde.



Outra área que o preocupa é a coordenação política da campanha. Privado da companhia de José Dirceu, comandante do comitê de 2002, Lula acha que será forçado a distribuir atribuições a vários personagens, acomodados num comitê de poderes diluídos. Daí o raciocínio de que, na prática, terá de ser o coordenador de si mesmo.



O presidente planeja incorporar ao time da reeleição, além de Tarso Genro, seu assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia; o presidente do PT, Ricardo Berzoini; e personagens que hoje trafegam pela periferia do petismo, como o governador do Acre, Jorge Viana.



Entre os sobreviventes do ministério, Lula se diz mais próximo de Marcio Thomaz Bastos (Justiça) e de Dilma Rousseff (Casa Civil). Confia cegamente em ambos. Mas acha-os inexperientes nas artes da política. Considera que podem ajudar mais na tarefa de tocar a máquina administrativa até o final do atual mandato.



Receoso das armadilhas que a oposição arma para ele no Congresso, Lula fez um apelo a Aloizio Mercadante para que continue dividindo o seu tempo entre a campanha pelo governo de São Paulo e a liderança do governo no Senado. Mercadante pediu ao presidente que o dispensasse das funções de líder. Refém da própria solidão, Lula disse “não”. E o senador, resignado, assentiu.
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Postby mends » 03 Apr 2006, 09:36

será que agora entendi o "O que garante?" do Jr?

O que quis dizer com a Moral frear o capitalismo acho que ficou claro. Quis salientar a proeminência da Moral. ENTRETANTO, não dá pra ser a favor de monopólios. Warren Buffett costuma dizer que só investe em empresas que podem ser geridas por um idiota, pois, eventualmente, um idiota vai gerí-la. Milton Friedman tem um argumento parecido, para Governos: o melhor governo é o governo mínimo, porque o Poder que pode desencadear coisas boas também desencadeia coisas más - o Poder é um instrumento - e, eventualmente, teremos uma pessoa má/medíocre/louca no Poder, simplesmente porque essas pessoas fazem parte da população. Então, temos que limitar os danos.

O Poder privado, na sua acepção máxima, é o monopólio: ele tira duas liberdades básicas do mercado, que são a liberdade de comprar de outro, caso o preço esteja caro, e liberdade de trabalhar para outra pessoa, caso o salário não agrade (e vc tenha as habilidades, o que dá margem, inclusive, à discussão da educação como bem público, mas que é outra discussão). Pelos valores da época, tivemos homens donos de monopólio com um sentimento moral forte (mas que não eram santos nem de longe. Ford era anti-semita ao extremo, chegando a simpatizar com quinta-colunas americanos) em relação aos seus, mas a continuidade do monopólio, eventualmente, iria jogá-los no colo de pessoas que não teriam esse freio. Portanto, o sistema capitalista não pode conter monopólios.
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Postby mends » 24 Apr 2006, 14:00

agora é oficial: os imbecis estão reunidos. Carlos Lessa escreveu o programa de Anthony Garotinho.

Garotinho prega fim de superávit primário

Alexandre Campbell - 13.abr.06/Folha Imagem
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, pré-candidato à Presidência pelo PMDB


SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O pré-programa econômico da candidatura do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB-RJ) à Presidência da República prevê a redução e eventual eliminação do superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida), o controle da entrada e saída de capitais, a redução da taxa de juros, a administração do câmbio e um pacto pela estabilidade dos preços.
As propostas econômicas de Garotinho foram elaboradas por uma comissão coordenada pelo economista Carlos Lessa, primeiro presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Filiado ao PMDB desde a sua fundação -antes, já era um histórico do MDB- , o nacionalista Lessa recebeu no ano passado o convite para elaborar o programa de governo do partido. O convite não foi feito por Garotinho, mas pelo deputado federal Michel Temer (SP), presidente do PMDB.
Desde o início de sua pré-campanha, Garotinho assumiu as propostas de Lessa. O ex-governador circulou pelo país defendendo o que o ex-presidente do BNDES propõe no até agora batizado "Pré-Programa de Governo - Para Mudar o Brasil".
O pré-programa só deverá virar oficialmente programa após o PMDB definir se terá candidato próprio à sucessão de Lula. Caso seja escolhido na convenção, marcada para junho, Garotinho já disse que adotará o programa.
O pré-candidato tem repetido em discursos e reuniões políticas as propostas econômicas da equipe sob o comando de Lessa.

Contra o neoliberalismo
Em artigo para a revista "Para Mudar o Brasil", que será lançada ainda neste mês pelo PMDB, Garotinho repudia, a exemplo de Lessa e equipe, o neoliberalismo.
"É preciso repudiar essa tentativa de instituir um só pensamento na economia. É perfeitamente possível romper com o atual modelo e se caminhar para uma alternativa sustentada, que tenha como metas o crescimento econômico e o enfrentamento dos problemas sociais do país", diz.
De acordo com o pré-programa econômico proposto ao PMDB, "a macroeconomia de curto prazo que se nutre do próprio fracasso (...) precisa ser substituída por uma economia do desenvolvimento, com uma combinação de políticas monetária e fiscal que nos coloque no rumo do pleno emprego".
Ainda segundo o pré-programa, o superávit primário, "no nível praticado hoje, significa que o governo retira da economia cerca de R$ 80 bilhões por ano, recolhidos do povo, para pagar parte dos juros da dívida".
"O primeiro efeito é produzir uma transferência de renda dos pobres (os maiores pagadores de impostos) para os ricos (que detêm os títulos da dívida)."
Garotinho assumiu o compromisso de aplicar os R$ 80 bilhões em educação, saúde, habitação popular, reforma agrária, agricultura, saneamento, infra-estrutura, segurança e defesa.
"Milhões de empregos diretos poderão ser criados assim", prevê o pré- programa, que defende que os investimentos não gerarão inflação, "pois não se trata de emissão primária de moeda", mas de "dinheiro que foi retirado da sociedade por meio de impostos".
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Postby mends » 04 May 2006, 11:14

Depois não fala que não avisei sobre o populismo:

O governo Lula está analisando um “proer” dos velhinhos, alongando na canetada todos os contratos de empréstimo consignados com aposentados em até 2 anos. O pacote viria depois da Copa, pra ficar na boca da eleição.
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Postby mends » 08 May 2006, 17:06

agora já sei em quem não votar

Mercadante vence as prévias do PT e vai disputar o governo de SP
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TATHIANA BARBAR
da Folha Online

O senador Aloizio Mercadante venceu as prévias do PT realizadas ontem para escolher o candidato do partido ao governo de São Paulo. Ele obteve 52,8% (35.626) do total de 67.496 votos contabilizados nas nas eleições prévias.

A ex-prefeita Marta Suplicy perdeu a indicação para a chapa do PT ao governo de São Paulo por 3.757 votos. Ela conseguiu 47,2% (31.869) dos votos.

O quórum da votação ficou abaixo do esperado pelo diretório estadual, que contava com 80 mil votantes. Mais de 190 mil militantes estavam aptos a votar nas prévias de ontem. As prévias do PT foram realizadas em 522 cidades.

Pesquisas de intenção de voto mostram que o senador perderia para o ex-prefeito José Serra (PSDB) no primeiro turno. Na última pesquisa Datafolha, feita entre os dias 6 e 7 de abril, Serra venceria Mercadante por 63% a 16% (num cenário sem a candidatura de Orestes Quércia). Num segundo turno, o tucano teria 69% dos votos na disputa com Mercadante. Mercadante aposta em sua baixa rejeição eleitoral (14%) para crescer.
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Postby mends » 12 Jul 2006, 17:11

começa a acampanha, recomeçam os ataques. alguém ainda duvida da ligação PT-PCC??

Lula questiona se Estado controla violência em SP


Por Marcos de Moura e Souza

SALVADOR (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou em xeque nesta quarta-feira o controle da onda de violência pelo governo do Estado de São Paulo, após o governador Cláudio Lembo (PFL) rechaçar mais uma vez ajuda das forças federais. "Eles dizem que não precisam (de ajuda federal) e eu parto do pressuposto que eles dizem que têm controle. Mas, se têm controle, não poderia estar acontecendo o que está acontecendo", disse ele a jornalistas durante a 2.a Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora realizada em Salvador.

"Enquanto o governador não disser que precisa, nós não podemos fazer nada porque não temos como fazer intervenção e não queremos fazer intervenção", completou Lula.

O presidente comentou sobre a oferta da Força Nacional e do Exército pela manhã, e, em seguida, Lembo, ao recusar a sugestão, disse em nota que o reforço policial "não é oportuno nem necessário".

Lula afirmou ainda que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, vem conversando com Lembo sobre a escalada da violência e que haverá nova reunião na quinta-feira.

"O ministro da Justiça tem tratado isso diretamente com o governador. Na hora em que eles acharem que é oportuno, que nos digam", disse Lula.

O Estado foi alvo, entre a noite de terça-feira e a manhã desta quarta-feira, de novos ataques. Quase 50 ataques criminosos deixaram pelo menos cinco mortos e envolveram prédios públicos e privados. Ônibus foram incendiados e houve ações contra alvos de segurança e civis.

Em maio, na primeira onda de ataques promovidos pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), quando 165 pessoas morreram (entre policiais e suspeitos), Lembo já havia recusado a ajuda federal.

TERROR

O presidente Lula afirmou ainda que São Paulo está "aterrorizado" com a nova onda de ataques cometidos pelo crime organizado. "Os bandidos não estão preocupados se vai ter eleições ou não. Eles estão aterrorizando São Paulo e temos de tomar atitudes", disse.

Ele se mostrou insatisfeito com a possibilidade de a resistência do governador ter razão política em ano eleitoral.

"Então vamos criar um país de mudos, porque não se pode falar nada."

O presidente lembrou que as forças federais já atuam nos Estados do Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.

"Aí quem sabe São Paulo possa querer utilizar (o Exército e a Força Nacional). Se São Paulo continua achando que a situação está normal, que pode dar conta da situação, o governo federal não pode fazer nada", disse Lula.

O presidente afirmou que, de acordo com o que vê na imprensa, a situação não é de normalidade no Estado.

Lula fez um breve discurso na abertura da conferência, onde estavam presentes autoridades, intelectuais e personalidades negras. Entre eles, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, o cantor norte-americano Stevie Wonder e o presidente da comissão da União Africana, Alpha Oumar Konare.
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Postby tgarcia » 13 Jul 2006, 00:16

[quote="mends"]começa a acampanha, recomeçam os ataques. alguém ainda duvida da ligação PT-PCC??
quote]

Eu não tenho nenhuma dúvida! PT=PCC= :devil:
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Postby vitormorg » 13 Jul 2006, 11:01

Bornhausen diz que desconfia de elo entre PT e PCC

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ELIANE CANTANHÊDE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), lançou ontem a suspeita de envolvimento do PT nas ações comandadas pelo PCC contra policiais civis, prédios e veículos em São Paulo. "O PT pode estar manuseando, manipulando essas ações."

Ainda segundo o senador, um dos principais articuladores da candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência, "o PT vive no submundo e nada mais me espanta nesse partido".

E continuou: "O PT vive no submundo de Santo André [onde o prefeito petista Celso Daniel foi assassinado], vive no submundo do mensalão [acusação de pagamento de votos no Congresso] e vive no submundo do MSLT [o movimento de sem-terra que invadiu e depredou o Congresso e cujos líderes estão sendo denunciados]. Então, tudo é possível, nada seria surpresa".

Só depois das declarações tão contundentes o presidente do PFL fez ressalvas. "Não estou acusando, mas mantenho minhas desconfianças", disse primeiro. "São dúvidas, não afirmativas", acrescentou em seguida.

Ele já foi o centro de uma polêmica nacional, ao dizer que queria se ver livre "dessa raça", referindo-se ao PT.

Como comparou, os ataques do PCC recrudesceram justamente na terça-feira, mesmo dia em que uma pesquisa CNT-Sensus foi divulgada, confirmando a subida de intenções de votos de Alckmin. O tucano passou para 27,2%, ante 44,1% do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

Procurados, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e o líder partido na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), não foram localizados ontem.

Bornhausen é do mesmo partido do governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo, mas disse que não tinha conversado com ele até ontem à tarde a respeito da nova onda de atentados, muito menos sobre efeitos políticos.

Apesar das acusações mútuas entre as campanhas e entre os governos estadual e federal, Lembo e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, articulavam um encontro, possivelmente hoje, em São Paulo.

O ministro quer discutir com o governador a situação da segurança em São Paulo, além de lhe entregar um sofisticado equipamento de inteligência para interceptar as conversas dos chefes do PCC.

Maranhão
Bornhausen vai acompanhar o tucano Alckmin em visita ao Maranhão, no próximo dia 25, onde será recebido pela senadora pefelista Roseana Sarney (MA), que apóia extra-oficialmente a reeleição de Lula.

Pressionada por Bornhausen, numa conversa anteontem, no Congresso, Roseana decidiu que não irá ao aeroporto recepcionar Alckmin, mas patrocinará uma reunião dele com a cúpula pefelista na sua casa, a portas fechadas.
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Postby mends » 03 Aug 2006, 11:56

Reinaldo Azevedo

Cassandra, Chávez, Evo e Lula

O PT é perigosamente previsível. Ué, se é previsível, então por que é perigoso? Porque quem alerta para as suas artimanhas corre o risco de virar uma Cassandra. A figura quase sempre é evocada de forma equivocada nos discursos. O sujeito diz: “Não quero ser uma Cassandra...” Ou, então, diz-se de um adversário: “As Cassandras do caos etc.” Como se a coitada fosse símbolo de pessimismo ou mau agouro. Ocorre que ela sempre estava certa. Para quem não sabe, a filha de Príamo, o rei de Tróia, tinha o dom da profecia, que lhe foi concedido por Apolo (numa das versões ao menos), a pedido seu. A moça fez troça do presente, e o deus, zangado, aplicou-lhe uma pena terrível: ela anteveria os eventos, mas ninguém acreditaria nela. A pobrezinha opôs-se à entrada do cavalo — aquele — muro adentro na cidade. Não lhe deram ouvidos. Era tida por louca. Entregue ao grego Agamenon como espólio de guerra, pediu-lhe que não voltasse para casa. Não foi ouvida de novo. Resultado: o homem foi morto pela mulher, Clitemnestra. A Mitologia Grega é milhares de vezes mais divertida do que o PT. Mas há o ofício, não é? Fazer o quê? Os que têm advertido para o caráter autoritário, totalitário mesmo, do PT são vistos com certa desconfiança. E os petistas, no entanto, sempre avançam. Agora vem essa conversa de Constituinte. Chávez tornou-se um ditador da Venezuela só dando golpes constitucionais. Tenho vontade de recuperar aqui o texto de certas reputações do jornalismo que diziam não ver nada de errado com o presidente da Venezuela — afinal, diziam eles, ele faz tudo por meio do voto. Como se não fosse possível solapar a democracia seguindo seus rituais. O índio de araque que governa a Bolívia acaba de fazer o mesmo. Ah, mas aí vêm os troianos dizendo que Cassandra tem de ser encarcerada: “Ora, no Brasil temos partidos fortes; não há esse risco”. A questão não é essa. Quem entrega ao Executivo a possibilidade de comandar uma Constituinte com a reputação do Congresso no chão está flertando com o perigo. É bom lembrar que, a despeito de tudo, a de 1988 foi feita por um Congresso que tinha alguns dos símbolos da decência política do país. O máximo de esquisitice que se tinha ali era o tal “Centrão” — quem ainda se lembra? O ápice da estranheza segundo alguns critérios mais rígidos era Roberto Cardozo Alves, o famoso da Lei de São Francisco: “É dando que se recebe”. Hoje, ele seria saudado como um moralista radical. Robertão, perto de Berzoniev, era um monge trapista. Constituinte agora? É preciso matar essa idéia na raiz. A OAB prestaria um excelente serviço de desse um jeito de coibir a atuação de advogados bandidos.
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Postby tgarcia » 03 Aug 2006, 12:31

Curiosidades Eleitorais:

Conheça os 5 candidatos mais ricos do Brasil
Os cinco homens mais ricos que terão seus nomes brilhando na tela da urna eletrônica em 1º de outubro acumulam um patrimônio de R$ 1,1 bilhão. São donos de quase 15% do conjunto de bens dos 19 mil candidatos que disputarão a eleição. Se doassem o que têm aos miseráveis, poderiam sustentar, sozinhos, as dezenas de milhões de inscritos no programa Bolsa Família por pelo menos dois meses. - que comparação nada a ver...
O perfil dos cinco mais ricos é bem balanceado. Há um candidato ao Senado, dois candidatos a governador, um candidato a deputado federal e um a deputado estadual - distribuídos por cinco Estados diferentes, no Nordeste, Sudeste e Sul: Rio de Janeiro, Alagoas, São Paulo, Paraná e Pernambuco. Há self-made man e há herdeiros. Urbanos e rurais.

A lista dos candidatos mais ricos é encabeçada pelo tucano Ronaldo Cézar Coelho, candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro. Com uma fortuna originada no mercado financeiro, o irmão do ex-árbitro de futebol Arnaldo Cézar Coelho foi um dos principais financiadores da campanha do prefeito do Rio, César Maia, de quem se tornou secretário municipal. O candidato do PSDB tem um patrimônio de R$ 493 milhões.

O segundo da lista tem um perfil bastante diferente. O usineiro João Lyra (PTB) saiu dos bastidores da política alagoana para assumir uma posição de protagonista na política do Estado. Herdeiro do poder de uma tradicional família alagoana, alimentou sua fortuna com os rendimentos de antigos engenhos transformados em usinas através de gerações. Com o excedente, investiu em empresas de mídia, jatinhos e transportes. Declarou bens no valor total de R$ 236 milhões.

O deputado federal Odílio Balbinotti, do PMDB do Paraná, também tem sua fortuna baseada em propriedades agrícolas. Mas, diferentemente do usineiro alagoano, o paranaense amealhou seus milhões na fronteira agrícola do Centro-oeste, cultivando grãos no Mato Grosso. É um milionário de nova geração, com R$ 124 milhões declarados à Justiça eleitoral.

Candidato a voltar ao governo do Estado de São Paulo, Orestes Quércia (PMDB) também saiu de uma origem pobre no interior paulista para juntar um patrimônio multimilionário. Seus bens estão distribuídos entre propriedades agrícolas e meios de comunicação. Nos últimos anos, mesmo longe de cargos eletivos, praticamente dobrou sua fortuna ao vender um jornal. Mesmo omitindo o valor de alguns bens em sua declaração, chega a R$ 111 milhões. 8)

O quinto mais rico e o terceiro peemedebista da lista é um candidato a deputado estadual em Pernambuco. Paulo Pereira da Costa também tem sua riqueza baseada em propriedades agrícolas, concentradas na região de São Bento do Una, no interior pernambucano. Ele declarou bens no valor total de R$ 107 milhões.

A lista dos mais ricos tem algumas exclusões, por motivos diversos. Não entraram no ranking candidatos que não receberão votos em 1º de outubro, como vice-governadores e suplentes de senador. Isso exclui Beto Studart, vice na chapa de Lúcio Alcântara (PSDB) no Ceará, com patrimônio de R$ 519 milhões, bem como o vice de José Roberto Arruda no Distrito Federal, o senador Paulo Octavio (PFL), dono de bens no valor de R$ 323 milhões.

Também foram excluídos da lista candidatos cuja declaração de bens apresentam inconsistências. Foi o caso de Israel Cajaí, candidato a deputado federal pelo PTB em São Paulo, que declarou apenas cinco bens à Justiça eleitoral, mas que, somados, chegam a R$ 4,3 bilhões. Entre seus bens bilionários estão títulos centenários de companhias de estradas de ferro que não existem mais. :blink:
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Postby mends » 03 Aug 2006, 14:18

Orestes Quércia (PMDB) ...


pra quem começou a vida como vereador em Pedregulho (SP), nada mal...se aqui fosse os EUA ou se ele fosse homem de negócios desde o princípio, eu até acreditava. Mas pra quem começou como político e se tornou empresário depois, é, no mínimo, esquisito...
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Postby mends » 03 Aug 2006, 18:48

Reinaldo Azevedo

Constituinte: bobagens dos "cientistas políticos"

Leiam no noticiário on line do Estadão o que diz Fernando Abrúcio, cientista político da PUC-SP e da FGV-SP, sobre a convocação de uma Constituinte para fazer a reforma política. Ele é favorável, o que é uma prova evidente de que não sabe o que diz, uma vez que a convocação da Constituinte seria, vejam só, inconstitucional. Abrúcio é uma figura interessante. No auge do mensalão, via uma crise sem precedentes no país. Quando Lula começou a recuperar a sua popularidade, ele passou a ficar muito severo com a oposição. Suas opiniões nos jornais de TV iam variando de acordo com a curva do Ibope. Ele acredita que a Constituinte seria útil para debater também outros temas. Vale dizer: ele não só quer a sua convocação, como gostaria de ver ampliado o seu objeto. Indagado se ela poderia criar um choque com o Congresso, o “cientista político” dá uma resposta que ficaria melhor ao cangaço político. Segundo ele, a resposta seria “muito simples”. Bastaria dizer ao Congresso regular: “Vocês não fizeram nada até agora”. Outro companheiro seu nas duas universidades, Marco Antonio Carvalho, também acha a idéia boa. “Os que alegam risco de quebra das regras constitucionais esquecem que um debate como este envolve entidades e toda a sociedade, não se restringindo apenas aos debates legislativos. A Constituinte devolve o debate para a sociedade, por isso é saudável que se uso este instrumento para executar as reformas que o País tanto aguarda." Não entendi o que ele quis dizer e duvido que ele tenha entendido. Quem disse a ele que o risco parte dos “debates legislativos”? Ele tem origem justamente nas “entidades de toda a sociedade”, que se organizam em corporações para assaltar a institucionalidade. Que diabo esses caras estão ensinando aos alunos? 1) A Constituinte é inconstitucional; 2) Não se convoca uma Constituinte ao sabor da vontade dos mandatários de plantão. Ela supõe sempre o rompimento da ordem vigente. Isto que estou escrevendo é ciência política. Responder ao Congresso “vocês não estão fazendo nada” ou é golpe ou so é bobagem. Ademais, ignorar que Hug Chávez e Evo Morales recorreram a este mesmo expediente na América Latina é ignorância ou má-fé.
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