Americans...

Algo a contar sobre o mundo além da sua janela? Dunas do Nordeste, Floresta Atlântica, Serra Gaúcha, Micronésia...

Postby junior » 16 Apr 2006, 17:51

Cidade nos Estados Unidos divide escolas por raça
da Ansa, em Washington

Uma cidade do Estado de Nebraska, nos Estados Unidos, aprovou uma lei que divide os distritos escolares em Omaha por raça. A decisão provocou várias críticas e advertências sobre a volta da segregação racial no país, seguidas de pronunciamentos segundo os quais a medida se opõe à Constituição federal.

A iniciativa separa o sistema de escolas públicas de Omaha, uma cidade de 400 mil habitantes, em três distritos, um branco, outro de maioria negra e outro predominantemente latino.

A medida foi aprovada por 31 a 16 votos. Aqueles que votaram a favor são 30 parlamentares brancos conservadores e Ernie Chambers, o único representante negro do sistema unicameral de Nebraska, que não representa nenhum partido.

Chambers, que no passado participou de campanhas contra o apartheid na África do Sul, afirmou que a medida permitirá que os grupos minoritários tenham maior autonomia para educar seus filhos.

O senador insistiu que não pretende criar um "sistema de exclusão", mas sim um que dê oportunidade para a comunidade negra decidir sobre a educação de seus filhos.
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Postby Danilo » 16 Apr 2006, 18:14

Sério que é notícia atual? Não achei a fonte da matéria...
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Postby junior » 17 Apr 2006, 09:20

Está AQUI, na Folha Online de ontem. Além disso, se vc der um Google :chair: no nome do senador citado, chega na "Câmara" do Nebraska, onde tem os press-releases... Esse em especial está AQUI. ;)
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Postby telles » 17 Apr 2006, 18:53

Educação....

Telles

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Postby mends » 08 May 2006, 16:59

ESTRANHOS NO PARAÍSO

Tancredo lidera campanha antiimigração nos EUA

Ilegais são criminosos, diz congressista republicano
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Maior defensor da adoção de medidas rigorosas contra a imigração ilegal nos Estados Unidos, o congressista republicano Tom Tancredo, 60, tornou-se uma pedra no sapato do presidente americano, George W. Bush.
Enquanto o Congresso dos EUA discute a nova lei sobre imigração, Bush e os republicanos mais moderados esperam que um tratamento mais brando aos imigrantes -inclusive com a anistia a alguns ilegais- renda frutos na eleição de novembro. Temem, porém, que o discurso radical de Tancredo entregue de bandeja os eleitores imigrantes ao Partido Democrata.
Para Trancredo, estrangeiros ilegais são criminosos. O congressista se refere a eles como "aliens" -termo considerado pejorativo pelos imigrantes porque pode significar "estrangeiros", mas também "alienígenas" e "invasores".
A solução, de acordo com ele, passa pela construção de uma cerca de segurança nos 3.118 km da fronteira dos EUA com o México e por punições severas aos empregadores que contratam ilegais.
Neto de imigrantes italianos, afirma que não há contradições entre sua ascendência e suas opiniões. Católico, representante do Estado do Colorado, ele pratica tiro e tem um blog na internet.
Leia trechos da entrevista.


Folha - Como o sr. avalia os protestos que imigrantes têm feito nos Estados Unidos?
Tom Tancredo - Uma pesquisa recente mostrou que a população não aprova os protestos de imigrantes, com 54% contrários. Os americanos não reagem bem aos ilegais que pedem anistia. Toda vez que um estrangeiro ilegal e aqueles que o apóiam vão às ruas, mais americanos percebem que a imigração ilegal é um problema também em suas cidades.


Folha - Quando a imigração deveria ser permitida?
Tancredo - Quando for boa pra o país.


Folha - E quando ela é boa?
Tancredo - É bom receber imigrantes quando um setor de nossa economia precisa de mais empregados ou, por exemplo, quando os estrangeiros que vêm são refugiados que enfrentam grande perigo em seu país de origem.


Folha - Deve haver preferência para alguma nacionalidade?
Tancredo - Não me preocupo tanto com a origem. O que mais importa é saber que habilidades os imigrantes trazem ao país e quantos deles estão vindo para cá. Imigrantes de muitos países são bem-vindos nos EUA, e devemos continuar a recebê-los, desde que possamos controlar a quantidade, que eles possam ser absorvidos na nossa cultura e que sua vinda não reduza a remuneração dos trabalhadores nativos.


Folha - Americanos nativos estariam dispostos a assumir o tipo de trabalho pouco qualificado feito pelos ilegais?
Tancredo - Eles certamente estariam interessados nesses trabalhos se fossem remunerados com salários suficientemente bons.


Folha - Que sentimentos o sr. tem com relação aos ilegais?
Tancredo - Imigrantes ilegais são fora-da-lei. Deveriam deixar o país e vir aos Estados Unidos do jeito certo, de acordo com a lei.


Folha - O sr. vê com preocupação o aumento do número de imigrantes ilegais nos EUA?
Tancredo - Imigrantes ilegais têm um impacto muito negativo no país. Reduzem os ganhos dos trabalhadores nativos. Criam um problema de segurança nacional porque nós não sabemos quem entra e quem sai de nosso país. Eles ofendem e ferem nosso país, já que muitos estrangeiros estão vindo somente para trabalhar ilegalmente e não para se tornar verdadeiros americanos.


Folha - Para ser "americano", como o sr. diz, o imigrante tem de abandonar seus costumes?
Tancredo - Uma das mais importantes falhas de nosso país está no modo como acolhemos os imigrantes legalizados. Quando alguém vem para os EUA, ele tem de abraçar os EUA, nossos costumes, nossas tradições e nossa língua. Nós queremos fazer dos novos imigrantes americanos, e não apenas pessoas de outros países que por acaso vivem nos EUA.


Folha - Que medidas governo e Congresso devem tomar?
Tancredo - Primeiro e acima de tudo, deveríamos proteger nossas fronteiras alocando mais recursos ali. O governo deve ainda processar empregadores que contratam imigrantes ilegais porque, se não existisse demanda por trabalho nos EUA, menos estrangeiros ilegais tentariam vir. Por último, nós deveríamos banir iniciativas que dêem força à cooperação em temas relacionados à imigração.


Folha - O sr. defende que seja colocada uma cerca de 3.118 km ao longo de toda a fronteira com o México. Como isso ajudaria?
Tancredo - Eu propus a instalação de uma cerca de segurança ao longo de toda a fronteira ao sul dos EUA. Lá isso é possível e apropriado. Já foi provado que o cercamento é uma maneira efetiva de controlar a imigração ilegal, apesar de não ser a resposta a todo o problema.


Folha - Qual sua impressão sobre os imigrantes brasileiros nos EUA?
Tancredo - Não tenho muito a dizer sobre os brasileiros, exceto por um comentário. Porque havia uma dispensa de visto de turismo entre Brasil e México, era muito fácil para brasileiros viajar para lá e cruzar a fronteira dos EUA sorrateiramente. Além disso, os Estados Unidos têm uma terrível política de "prender e soltar" pela qual qualquer um que for preso e não for mexicano deve ser solto e se apresentar para julgamento em um ou dois meses. Claro que muito poucos aparecem. Temos relatórios de que alguns terroristas provenientes da área da tríplice fronteira sem-lei brasileira [Brasil, Argentina e Paraguai] obtêm vistos fraudulentos para atravessar a fronteira a partir do México. Como os estrangeiros ilegais são uma ameaça à segurança nacional, são também um motivo especial de preocupação.


Folha - Que conselho o sr. daria a um brasileiro que queira viver nos EUA?
Tancredo - Escolha o caminho certo! Venha para os EUA legalmente e o país o receberá de braços abertos.


Folha - O que vai acontecer se os EUA adotarem uma política de imigração mais tolerante?
Tancredo - A questão é quão duros teremos de ser com a imigração ilegal. Se os ilegais forem perdoados, estaremos pemiando pessoas por quebrarem a lei, o que nunca é uma boa política. A anistia é um tapa na cara dos que estão tentando entrar legalmente.


Folha - Sem anistia, o que deve ser feito com os ilegais?
Tancredo - O governo deve endurecer as leis de imigração. Se for mais difícil cruzar a fronteira ilegalmente, menos pessoas virão. Se empregadores tiverem mais dificuldade para admitir ilegais, contratarão menos.


Folha - Alguns republicanos temem que suas opiniões levem o partido a perder votos de imigrantes.
Tancredo - Há muitos imigrantes legais que apóiam meus posicionamentos porque eles esperaram a hora certa para vir para cá, da maneira certa. Imigrantes ilegais provavelmente não gostam do que defendo. Mas eles são ilegais e não podem votar.


Folha - Seus pontos de vista não são contraditórios, considerando que o sr. é neto de imigrantes?
Tancredo - Não. Sua pergunta parece esquecer que falamos de duas coisas diferentes, imigração legal e ilegal. Meus avós eram imigrantes legais, vieram da Itália dentro da lei.
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Postby mends » 08 May 2006, 17:10

enquanto isso, do outro lado do mundo...
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Postby junior » 09 May 2006, 07:58

Só uma coisa que não podia deixar de ressaltar...

Eles ofendem e ferem nosso país, já que muitos estrangeiros estão vindo somente para trabalhar ilegalmente e não para se tornar verdadeiros americanos.


Ninguém imigra para se tornar um verdadeiro americano, ou espanhol ou etc!! Sério, é por imbecis americanos como esses que penso 2x sempre antes de cogitar passar um tempo nos USA... Ridículo...
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Postby mends » 09 May 2006, 09:47

há muita imbecilidade, mas há alguns pontos com os quais concordo: imigração ilegal é crime. Não concordo com isso, acho que não deveria haver nenhum tipo de barreira, mas é crime.
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Postby junior » 09 May 2006, 09:52

Não concordo com isso, acho que não deveria haver nenhum tipo de barreira, mas é crime.

Sim, que é crime é, pois na lei está escrito, mas não quer dizer que é amoral :lol: ;) Ou quer e eu ainda não entendi bem a diferença??
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Postby mends » 09 May 2006, 09:56

não, não é amoral... :P
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Postby mends » 19 Oct 2006, 18:03

Libertarians

The neglected swing voters

Oct 19th 2006 | WASHINGTON, DC
From The Economist print edition


What's a true freedom-lover to do on polling day?

AMERICA may be the land of the free, but Americans who favour both economic and social freedom have no political home. The Republican Party espouses economic freedom—ie, low taxes and minimal regulation—but is less keen on sexual liberation. The Democratic Party champions the right of homosexuals to do their thing without government interference, but not businesspeople. Libertarian voters have an unhappy choice. Assuming they opt for one of the two main parties, they can vote to kick the state out of the bedroom, or the boardroom, but not both.

In a new study from the Cato Institute, a libertarian think-tank, David Boaz and David Kirby argue that libertarians form perhaps the largest block of swing voters. Counting them is hard, since few Americans are familiar with the term “libertarian”. Mr Boaz and Mr Kirby count those who agree that “government is trying to do too many things that should be left to individuals and businesses”, that government, rather than promoting traditional values, “should not favour any particular set of values”, and that “the federal government has too much power”. Using data from Gallup polls, they found that, in 2005, 13% of the voting-age population shared all three views, up from 9% in 2002.

That is easily enough libertarians to tip an election. And their votes are up for grabs. In 2000 George Bush won 72% of the libertarian vote, to Al Gore's 20%, by repeating the mantra “My opponent trusts government. I trust you.” But in 2004, after Mr Bush increased the size of government and curtailed some civil liberties as part of the war on terror, his margin dropped to 59%-38%. The swing was as sharp in congressional races, too. Going back further, libertarians backed George Bush senior by 74%-26% in 1988. But when he sought re-election in 1992, they split evenly between him, Bill Clinton and Ross Perot. A group that can give the eccentric Mr Perot a third of its support must be really disgruntled.

When Republicans win elections, it is because they manage to pull together an alliance between social conservatives and libertarians. But, as Ryan Sager put it in “The Elephant in the Room: Evangelicals, Libertarians and the Battle to Control the Republican Party”: “[L]ibertarians have always tended to see social conservatives as rubes ready to thump nonbelievers on the head with the Bible first chance they get, and social conservatives have always tended to see libertarians as dope-smoking devil-worshippers.”

Mr Boaz and Mr Kirby argue that wooing the libertarian vote could propel either party to electoral success. Yet with an election only weeks away, neither shows much sign of trying. Republicans are rallying their religious base with jeremiads about stem-cell research and gay marriage. Democrats, on the other hand, would put up taxes, block school choice and lead a witch-hunt against Wal-Mart.

Libertarians are ignored partly because they are hard to find, not least because they just want to be left alone. (There is a Libertarian Party, but it gets hardly any votes.) Politicians can reach social conservatives through churches or union members through their unions, but where do libertarians gather? Parties will always court the votes that are cheapest to court because, for once, they are spending their own money.
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Postby mends » 01 Nov 2006, 12:50

saindo de um conference call com meu ex-chefe e atual career coach, todo último dia de mês...

comentando as eleições, disse a ele (que é americano/texano) que o Bush haveria dito ao Lula que ele deveria aprender com o Lula, ele disse "quem sabe o Lula não aprende com o texas?"

No texas:

-a assembléia legislativa, formada por deputados não remunerados, se reúne apenas uma vez por ano, pra aprovar o orçamento;
-todo ano há o que eles chamam de sunset: agências governamentais são indicadas para FECHAMENTO dali a um ano: têm seis meses pra PROVAR que devem permanecer abertas, convencendo uma assembléia que reúne os Treasurers de cada county, que são, adivinhem, ELEITOS pelo povo de cada cidadezinha, e muito provavelmente é seu vizinho...

inveja? magina... :merda:
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Postby mends » 08 Nov 2006, 14:41

EUA 2 - eles, nós e "A Ideologia Alemã"... dos Irmãos Marx

Aconteceu o que se esperava: os democratas ganharam a maioria da Câmara dos EUA pela primeira vez em 12 anos. E, até quando escrevo, também havia a possibilidade de fazerem a maioria no Senado. A dupla derrota de George W. Bush teria um efeito mais moral do que outra coisa. Mas é claro que se trata do ensaio geral para os democratas tentarem reconquistar a Presidência da República. Se eu votasse nos EUA, seria republicano, mas não vejo com maus olhos um Congresso de oposição. Um Parlamento oposicionista no Brasil conteria os ímpetos dos petistas. Deve fazer bem aos EUA também. Aquele país é sábio. Vejam que eleições parlamentares colhem o presidente no meio do mandato. Vale dizer: o povo tem como mandar seu recado. Não precisa esperar quatro anos.

Segundo pesquisa da CNN, quatro coisas pesam quase igualmente no voto: corrupção (42%), terrorismo (40%), a economia (39%) e a guerra no Iraque (37%). Ah, os americanos... Ô povo severo aquele!!! Vai ver são o que são por isso. Vejam só: há um lobista chamado Jack Abramoff, ligado aos republicanos, que aparece envolvido numa tramóia de construção de cassinos em terras indígenas. Para padrões brasileiros, é um amador. Outro caso momentoso é o do Mark Foley, então deputado republicano, que renunciou depois que se descobriu que enviou mensagens pornográficas a rapagões menores de idade que trabalhavam na Câmara. São os dois casos, digamos, nacionais. No Brasil, aqueles protestante moralistas — os petistas os chamariam de “udenistas” ateariam fogo às vestes.

Mesmo com o país vivendo sob a pressão permanente do terror — e a promessa dos terroristas de um grande atentado a qualquer momento — e na vigência de um pós-guerra desastroso no Iraque, os americanos não dão mole para bandidos e hipócritas. Por aqui, Foley arrumaria um adversário que também assedia rapazes para provar que todo mundo é igual. E Bush daria um jeito de arranjar algum pilantra do Partido Democrata que tivesse agido como o tal Abramoff. E o povo, claro, cairia no conto do vigário. Por isso eles são o que são, e o Brasil é o que é.

Mas isso não impediu Lula, anteontem, de se referir de forma deselegante a Bush — tanto mais porque foi oblíquo, sem citar o nome. Como o Apedeuta falava na condição de presidente, representava o povo brasileiro. Era mais uma lição que a democracia brasileira dava ao mundo...

IDEOLOGIA ALEMÃ - Em tempo: os politicamente corretos, por aqui, babam de prazer ao ver Bush derrotado. Para o Brasil, um Congresso democrata é pior. Porque mais protecionista. A burrice me remete a um gracejo de Marx no livro A Ideologia Alemã. Ele é pai original do horror, mas tinha sacadas geniais. Alemanha e França disputavam a região da Alsácia-Lorena. Marx, criticando o “idealismo” da Alemanha, diz que o país, em vez de roubar o Estado francês, preferia roubar a filosofia francesa; em vez de germanizar as províncias francesas, preferia tentar germanizar sua filosofia. Cito de memória, mas é mais ou menos isso. Assim fazem esses gênios no Brasil: em vez de indagarem que governo é melhor para nós, um republicano ou um democrata (já que ambas são saídas democráticas), estão mais preocupados em ver seu suposto humanismo de pé quebrado com maioria no Congresso... dos EUA! Ainda que isso seja pior para o Brasil. Ah, sim... É a nossa "ideologia alemã". A dos irmãos Marx.

PS:Depois de idas e vindas, a Alsácia-Lorena ficou mesmo com os franceses.
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Postby mends » 08 Nov 2006, 14:47

o texto acima é do azevedo
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Postby mends » 10 Nov 2006, 12:24

Os EUA e nossos requebros febris

A democracia americana é o que é porque discute tudo. Vejam o número de referendos estaduais — aquilo é mesmo uma federação! — que se fizeram junto com as eleições. Debate-se qualquer assunto: células embrionárias, aborto, casamento gay... Mesmo que não fizessem referendos (não tenho tanta simpatia assim pelo expediente), o fato é que esses temas estão presentes ao debate eleitoral também dos presidenciáveis. Por aqui, não! Sabem como é... Somos avançados demais para nos fixar em assuntos que só interessam àqueles protestantes atrasados. A verdade é que, ao se reciclarem as indagações morais dos cidadãos, faz-se também uma sociedade mais vigilante. Imaginem só: um escândalo imobiliário e um outro de assédio homossexual de um deputado republicano geraram uma comoção no país e na imprensa. Descobriu-se que os republicanos haviam mentido sobre o seu deputado dado a enviar bilhetes libidinosos a rapazes. Bem, talvez não tenha sido uma mentira, mas uma “verdade não contabilizada...” Lá não cola. É um povo muito atrasado, muito fundamentalista!!! Ainda não descobriu o valor de nossos requebros febris quando se trata de seguir leis e debater princípios. É por isso que Lula puxou outro dia a orelha de Bush numa solenidade com empresários. A gente sabe como fazer!

R. Azevedo
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