Política e politicagem

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby Aldo » 13 Dec 2005, 11:35

Sem mortes nem processos
Especial "A guerra secreta dos EUA: no rastro da CIA" - parte 5

Manfred Ertel, Erich Follath, Hans Hoyng,
Marion Kraske, Georg Mascolo e Jan Puhl

O fato que os aviões evitam usar espaço aéreo neutro também foi observado pela Suécia. Uma grande desconfiança foi gerada na Suécia em relação aos EUA desde que a CIA levou diante da polícia sueca dois egípcios que pediam asilo em 2001 --apesar de os suecos terem prendido os homens depois de uma pista dos americanos.

Horas depois, os agentes americanos pousaram seu jato Gulfstream V (número de registro N379P) no aeroporto de linhas aéreas econômicas em Bromma, perto de Estocolmo. Oito homens mascarados desceram do jato, pegaram os egípcios e cortaram suas roupas com facas. Eles deram a eles macacões e cobriram suas cabeças com capuzes. Protestos suecos foram negados com gestos secos.

Depois de 10 minutos, os egípcios, que supostamente pertenciam ao grupo Jihad Islâmica, estavam no Gulfstream e foram levados para fora do país. Diplomatas suecos informaram que os dois foram torturados posteriormente.

As linhas aéreas administradas pelo mais poderoso serviço de inteligência americano é o segredo mais mal guardado da indústria. Advogados da CIA e autoridades de transporte internacional aéreo exigiram que a frota de aviões fosse adequadamente registrada. Quando a pessoa conhece os números de identificação desses aviões, fica fácil seguir seus movimentos.

Funcionários da empresa de transporte da CIA têm sempre nomes comuns como Steven Kent ou Audrey Tailor. Eles nunca têm telefones privados ou empregadores prévios. Seus números de previdência são novinhos em folha; seus únicos endereços fixos são caixas postais. Essas são as clássicas "identidades estéreis", como chama a CIA.

O ex-oficial da CIA Robert Baer, um dos mais bem sucedidos especialistas em serviço secreto no Oriente Médio descreveu a política com franqueza assustadora: "Há uma regra dentro da CIA que se você quiser um bom interrogatório e boas informações, deve mandar o suspeito para a Jordânia, se quiser que seja morto ou torturado até a morte, você o envia ao Egito ou Síria e nunca voltará a vê-lo."

Atualmente, quase nenhum país está disposto a receber a sinistra caravana de agentes da CIA e seus prisioneiros. Todos temem retribuição da Al Qaeda.

Mesmo antes do mais recente escândalo da CIA, o novo uso de poder mostrou-se contraproducente de muitas formas. É certo que não houve grandes ataques nos EUA desde 11 de setembro --dez atentados foram impedidos em todo o mundo, alardeou Bush em outubro-- mas as declarações forçadas dos prisioneiros sob maus tratos não ajudam a ninguém, pois nem são admissíveis em um tribunal de justiça americano.

"Mesmo se Adolf Eichmann fosse julgado", adverte McCain. Talvez seja tarde: fica impossível um julgamento justo depois de tortura.

Isso coloca a CIA entre a cruz e a espada. "Você não pode processar essas pessoas, mas também não pode matá-las. O que fizemos foi criar um pesadelo", disse Michael Scheuer, ex-chefe da unidade especial da CIA que, já sob Bill Clinton, recebeu a tarefa de encontrar Bin Laden.

O grau de nocividade do programa de combate ao terror é demonstrado pelo caso do réu Jose Padilla, em Chicago, que foi acusado pelo ex-promotor geral John Ashcroft de querer explodir uma bomba suja. No final, Padilla foi apenas acusado de apoiar e promover uma organização terrorista. As acusações mais sérias foram baseadas em declarações feitas por Khalid Sheikh Mohammed. O governo preferiu omitir o que foi descoberto, por temer que, durante o julgamento, fosse revelado o método sob o qual as declarações foram obtidas.

Não há dúvidas de que o dano político causado pelo abuso dos prisioneiros superou qualquer possível uso para tal prática. O escândalo de tortura da CIA está prestes a se tornar o segundo Abu Ghraib. A tortura nas infames prisões iraquianas prejudicou a imagem dos EUA em torno do mundo e destruiu sua pretensão moral de trazer a liberdade e a democracia ao Oriente Médio.

Por meses, Washington vem travando um amargo debate sobre como pôr fim às incessantes acusações de tortura. O campo de Guantánamo também foi incluído. O assessor de segurança nacional, Stephen Hadley, e a secretária de Estado exigem que os inspetores da ONU tenham o direito de contatar os prisioneiros. No Congresso, políticos dos dois partidos apoiaram a lei proposta pelo veterano do Vietnã McCain, que proíbe a tortura por agentes americanos.

Mas o vice-presidente Cheney e o diretor da CIA, Goss, lutam, com cobertura da Casa Branca, para dar ao serviço secreto isenção dessa proibição de tortura. É possível que estejam travando uma guerra perdida.

Na última quarta-feira, em Kiev, a secretária Rice disse que a proibição da ONU de tortura também se aplicava, naturalmente, aos funcionários do Estado americano. "Sendo uma política dos EUA, estende-se ao pessoal americano onde quer que esteja, seja nos EUA ou no exterior", disse ela na Convenção das Nações Unidas contra a Tortura. Desde então, há especulações em Washington se os radicais vão acatar essa postura ou vão contra-atacar assim que Rice voltar.

Agora veteranos respeitados da comunidade de inteligência estão entrando no debate: Vincent Cannistraro, ex-diretor de combate ao terrorismo da CIA e líder do grupo de trabalho que investigou o acidente do Lockerbie, em 1988, duvida da validade das declarações feitas sob tortura. "Os presos dizem qualquer coisa para acabar com o tormento", diz ele.

Burton Gerber, ex-diretor da unidade de Moscou está convencido que a tortura "corrompe toda sociedade que a tolera". Larry Johson, ex-agente da CIA e especialista de combate ao terrorismo do ministério de Relações Exteriores diz que "O que os verdadeiros agentes da CIA sabem é que é melhor construir uma relação de confiança do que extrair confissões rápidas por táticas como as usadas pelos nazistas ou soviéticos".

E o ex-agente Baer, cuja vida serviu de inspiração para o filme de Hollywood "Syriana", acredita que "essa história vai destruir a CIA".

Até os interrogadores têm dúvidas sobre a legalidade de suas ações --apesar de todas as afirmativas feitas pelo governo. Por qual motivo Washington insistiria tanto em manter os prisioneiros fora do solo americano? Tenet exigiu garantias, repetidamente, que seus agentes não seriam apresentados à justiça no futuro.

Isso levou ao infame selo de aprovação da Promotoria Geral e da Casa Branca, no qual o então vice-promotor geral Jay Bybee confirmou que todo método de interrogatório era permitido desde que não levasse a ferimentos sérios, falência dos órgãos ou morte.

O atual secretário de segurança interna Michael Chertoff também aprovou essas ações. E o advogado geral Gonzáles fez um discurso no Senado no qual alegou que maltratar prisioneiros era permissível desde que os afetados não fossem cidadãos americanos e a tortura se desse no exterior. Os três selos de aprovação para tortura foram defendidos por Bush.

Como a incerteza perdura, a CIA exigiu que os próprios políticos assumissem a responsabilidade pelo tratamento dos prisioneiros na guerra mundial ao terror. "Devemos trancar essas pessoas. Elas declararam guerra contra nós, então temos permissão de mantê-las (presas) até o final da guerra", disse o ex-caçador de terroristas à DER SPIEGEL. Ele defendeu o princípio básico de luta contra o terrorismo: "Temos que pegar essas pessoas antes que possam fazer mais matanças."

Entretanto, Scheuer admitiu que o desdém arrogante do s EUA pelos direitos dos prisioneiros foi como "atirar no próprio pé". Ele disse que, na realidade, não havia necessidade de poderes especiais ou novos métodos de interrogatórios. "Toda essa história é um enorme sucesso para a Al Qaeda, porque estamos perdendo o apoio da Europa, nossa principal parceira na luta contra o terror."

Ao mesmo tempo, entretanto, ele entende a definição de tortura como relativa. "Há uma diferença entre tortura e métodos de interrogatório severos. Tortura é arrancar as unhas da pessoa."
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Postby Aldo » 13 Dec 2005, 11:37

Bush mantém oposição a projeto de lei antitortura
Mas o presidente manifesta interesse em acordo sobre o assunto

David E. Sanger e Eric Schmitt*
Em Washington
The New York Times

Nesta segunda-feira (12/12), o presidente Bush disse estar "confiante" de que poderá chegar a um acordo com o senador John McCain, em torno das restrições impostas pelo Legislativo aos interrogatórios americanos de presos na luta contra o terrorismo global. Bush acrescentou que "nós queremos assegurar que estamos em uma posição de poder interrogar sem tortura", porque há "pessoas que ainda querem nos ferir".

McCain, ele próprio o mais famoso ex-prisioneiro de guerra do país, tem pressionado para que as restrições, que foram aprovadas pelo Senado, sejam adotadas em intensas negociações com a Câmara e o governo Bush enquanto o Congresso se prepara para encerrar suas atividades neste ano.

Os comentários de Bush indicaram aqueles que parecem ser os objetivos da Casa Branca nas negociações às vezes tensas, que tiveram início com a exigência do vice-presidente Dick Cheney de que os agentes de inteligência ficassem imunes à medida de McCain. Para Cheney, isto também faz parte de uma luta mais ampla com o Congresso para reafirmar a autoridade presidencial.

Após sofrer uma dura derrota no Senado no projeto de McCain, em outubro, a Casa Branca se voltou para o conselheiro de segurança nacional de Bush, Stephen J. Hadley, para negociar termos mais limitados que dariam alguma proteção legal aos agentes secretos caso fossem pegos ultrapassando os limites obscuros das técnicas de interrogatório aceitáveis.

McCain insiste que os Estados Unidos precisam de um conjunto claro de regras que governem os interrogatórios --apesar de prontamente reconhecer que em casos extremos, o presidente autorizará qualquer técnica que ache necessária.

"Você faz o que precisa ser feito", disse McCain para a revista "Newsweek" no mês passado, quando questionado sobre o que um presidente faria caso tal tratamento fosse necessário para extrair uma informação sobre um ataque iminente. "Mas você assume a responsabilidade por isto", disse ele, citando os exemplos da decisão de Abraham Lincoln de suspender o direito de habeas corpus durante a Guerra Civil, ou a violação de Franklin Roosevelt da Lei de Neutralidade antes da Segunda Guerra Mundial, em preparação ao ataque esperado de Hitler.

Mas McCain e Hadley, que falou novamente por telefone na segunda-feira, não tem exatamente discutido os princípios elevados dos poderes presidenciais. Em vez disso, eles estão envolvidos profundamente nos termos legais sobre o que aconteceria aos agentes da Agência Central de Inteligência (CIA) que violassem a emenda, que proíbe "punição ou tratamento cruel, desumano ou degradante" aos presos sob custódia americana em qualquer parte do mundo.

"Nós temos um problema aqui: como você protege o agente em campo que está tomando uma decisão rápida sob circunstâncias estressantes, para proteger sua própria liberdade?" disse o senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul e um forte aliado de McCain, no domingo no programa "Meet the Press" da "NBC News".

"Eu estou disposto a oferecer uma defesa a um agente que está agindo de forma razoável e responsável, dentro da lei, diante de decisões difíceis", disse Graham. "O que não podemos fazer, o que o senador McCain não pode permitir que aconteça ou o país não pode permitir que aconteça, é a criação de imunidade ou exceções na lei que tem nos protegido há 60 anos."

Graham acrescentou: "Porque se permitirmos tal atividade, o que acontecerá ao piloto que for abatido em um país estrangeiro e o torturarem para saber quando ocorrerá o próximo ataque aéreo? Segundo nossa teoria aqui, o ato deles seria justificado".

A Casa Branca prefere, em conversas nos bastidores, falar sobre o "cenário apocalíptico": o que aconteceria se o presidente acreditasse que um artefato nuclear foi plantado em uma cidade americana, e os interrogadores só tivessem minutos para extrair a informação sobre sua localização de um suspeito de terror?

Funcionários do governo raramente discutem tais possibilidades, apesar de que nas últimas semanas altos funcionários da Casa Branca, Departamento de Energia e Defesa terem debatido se ampliam as equipes que correriam para desarmar um artefato nuclear --caso soubessem sua localização.

Neste ano, em um relatório público sobre as falhas das agências de inteligência americanas, uma comissão presidencial liderada por Charles S. Robb, um ex-senador democrata e governador da Virgínia, e Laurence H. Silberman, um importante juiz federal, discutiram tal crise.

Eles indicaram que o Poder Executivo já dispõe do poder para fazer o que for necessário para extrair a informação que precisa --mesmo o que chamou de "técnicas proibidas"-- mas sugeriram que no final é preciso haver alguma responsabilização.

"Uma fonte de inteligência crítica, particularmente ligada a planos e operações terroristas envolvendo o uso de armas nucleares, químicas ou biológicas, é o interrogatório de suspeitos capturados", disse o relatório. "Nós consideramos essencial, e de fato foi assegurado que este é atualmente o caso, que o secretário de Justiça aprove pessoalmente quaisquer técnicas de interrogatório usadas pelas agências de inteligência que ultrapassem as práticas de interrogatório abertamente divulgadas do governo americano."

Sem causar surpresa, a Casa Branca tem se recusado a discutir tais técnicas ou quem de fato tem o poder para autorizá-las.

Alguns juristas acreditam que, em alguns casos, os poderes do presidente como comandante-em-chefe para proteger as vidas de americanos podem superar os limites impostos por tratados ou acordos internacionais, permitindo-lhe a aprovação de medidas extremas --por exemplo, a tortura de um suspeito que supostamente dispõe de informação sobre onde uma bomba nuclear está escondida. Mas há opiniões profundamente divergentes sobre quão longe vão os poderes do presidente.

William H. Taft IV, que serviu como consultor legal do Departamento de Estado durante o primeiro mandato do governo Bush e agora apóia a emenda de McCain, que enfrenta oposição do governo, disse em uma entrevista, na segunda-feira, que a Casa Branca está cometendo um grande erro ao não aceitar os termos.

"Isto não muda o padrão de conduta dos militares de forma alguma", disse Taft, cujo ex-chefe, o secretário de Estado, Colin L. Powell, também apóia o esforço de McCain. "Ele pede que a conduta seja consistente com o manual de campo do Exército, mas não pressupõe como ela será."

No Capitólio, negociadores da Câmara e do Senado estão em um estágio crítico de vai ou racha. Alguns funcionários do Congresso sugeriram na segunda-feira que o orçamento da defesa e o projeto de política poderiam ruir em um acordo em torno dos termos antitortura.

"Eu preciso fazer com que isto seja concluído de alguma forma", disse o senador John W. Warner, republicano da Virgínia, que chefia o Comitê de Serviços Armados e apóia a medida de McCain.

Enquanto o Senado se reunia na tarde de segunda-feira pela primeira vez desde antes do Dia de Ação de Graças, o senador Bill Frist, republicano do Tennessee e líder da maioria, expressava uma previsão mais otimista, dizendo que o trabalho no orçamento da Defesa e na medida política foi concluído e poderia ser votado na metade da semana.

Mas o senador Carl Levin, democrata de Michigan e líder da bancada democrata no Comitê de Serviços Armados, contestou isto, dizendo: "Eu acho que representa uma declaração de vontade e esperança, e de que estamos perto. Mas até onde sei, não é precisa".

Levin também disse acreditar que a Câmara até o momento tem se recusado a aceitar os termos de McCain. "No meu entendimento, a Câmara não aceitará a emenda de McCain como foi redigida no Senado; ela quer mudá-la de forma significativa. E isto é inaceitável para nós."
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Postby mends » 28 Dec 2005, 08:59

ELIO GASPARI

O Ano da Pizza começou no Ceará
O ano político de 2006 já começou, e mal. Se a patuléia não cuidar do que é seu, será o ano durante o qual parlamentares, governantes e tesoureiros conseguirão impor à sociedade o escrachamento da moralidade pública. Nessa festa os petistas são os mais estridentes, mas não estão sós. O Réveillon da pizza começou no dia 20 de dezembro, na Assembléia Legislativa do Ceará. Lá, por 23 votos a 16, o deputado José Nobre Guimarães (irmão do comissário José Genoino, ex-presidente do PT) livrou-se da cassação por ofensa ao decoro parlamentar. O doutor sacara R$ 250 mil nas arcas de Delúbio Soares. Disse que usou o dinheiro para pagar dívidas de campanha dos companheiros e ficou combinado que nada fez de reprovável. A pizza foi condimentada com Hino Nacional, militância trazida de ônibus e discurso numa sacada da Assembléia.
José Guimarães tornou-se nacionalmente conhecido em julho passado, quando o chefe de seu gabinete foi detido pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas. Tinha R$ 200 mil na maleta e US$ 100 mil (R$ 230 mil) na cueca. Explicou que o ervanário, suficiente para a compra de 400 toneladas de pepinos, era produto da venda de legumes no mercado paulista. Ao saber do contratempo, José Guimarães perguntou: "Ele falou alguma coisa ao ser preso? (...) Ainda bem".
Guimarães está arrolado no inquérito da cueca. Sua absolvição, contudo, refere-se aos R$ 250 mil do "valerioduto" (suficientes para a compra de mais 250 toneladas de pepinos). Os deputados cearenses decidiram que o decoro parlamentar está acima de bobagens como receber dinheiro que não se sabe de onde veio nem se sabe para onde foi.
A pizza cearense teve três ingredientes que apontam para a transformação da urucubaca de 2005 no escárnio de 2006. O primeiro está no resultado da votação. Seriam necessários 24 votos para cassar Guimarães, mas só apareceram 16. Como os tucanos da Assembléia cearense são 17, pelo menos um deles recusou-se a puni-lo. O segundo está na composição da bancada pizzaiola. Há na política cearense uma corrente denominada "cirista", liderada pelo o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Seu irmão Cid é provável candidato ao governo do Estado e um outro, Ivo, é deputado estadual. Se os oito votos dos "ciristas" fossem somados aos 17 tucanos, José Nobre Guimarães estaria cassado. Deu-se o contrário e, em seu discurso de vitória, o doutor agradeceu a ajuda que acredita ter recebido de Ivo Gomes.
O terceiro ingrediente é, de longe, o mais perturbador. Dois hierarcas federais deram expediente na Assembléia durante o dia da votação: Eudoro Santana, diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, o Dnocs, e Roberto Smith, presidente do Banco do Nordeste. Juntos, cuidam de uma caixa de R$ 3,5 bilhões anuais. Dinheiro da Viúva. Ambos estão na área de influência do ministério de Ciro Gomes. José Guimarães agradeceu nominalmente aos dois "altos companheiros". Santana circulou no plenário e Smith deu-lhe um espalhafatoso abraço. Não há memória de presidente de banco estatal em papel parecido.
Lula diz que foi traído por petistas que fizeram o que não deviam. Resta ao Nosso Guia explicar à choldra o que faziam Santana, do Dnocs, e Smith, do BNB, na Assembléia Legislativa durante a votação e na posterior comemoração do resultado. Lula só teria sido traído se fosse um bobo. Como bobo ele não é, traídos ficam aqueles que acreditam nele.
O que aconteceu em Fortaleza foi mais uma etapa da degenerescência da estratégia petista de banalização de suas malfeitorias. A democracia brasileira não está ameaçada por uma eventual (e fraudulenta) transformação de Lula em Hugo Chávez. A ameaça está no escrachamento da moralidade pública.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
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Postby tgarcia » 28 Dec 2005, 15:45

Status final da "Convocação Extraordinária". O melhor é a lista dos que pediram para não receber o adicional fora do prazo...coitados, terão que receber....



A Câmara informa que mais dois deputados pediram ontem para não receber a ajuda extra de R$ 25 mil da convocação em janeiro. Mas, como os pedidos chegaram fora do prazo, a primeira parcela foi deposita hoje na conta bancária de cada um.

São eles: Fernando Gabeira (PV-RJ) e Michel Temer (PMDB-SP). Eles se encaixam no mesmo grupo de Luciana Genro (PSol-RS) e Raul Jungmann (PPS-PE), que também recusaram o dinheiro, mas fora do prazo final. Eles podem, se quiserem, devolver o dinheiro ou enviar a alguma entidade filantrópica.

Segue abaixo a lista atualizada dos 30 deputados (entre os 513) que abriram mão do dinheiro extra:


Deputados que abriram mão da ajuda de custo:


Orlando Fantazzini (PSol-SP)

Dr. Rosinha (PT-SP)

Walter Pínheiro (PT-BA)

Lincon Portela (PL-MG)

Mauro Passos (PT-SC)

Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ)

Pedro Rubem Santana (PT-PE)

Orlando Desconsi (PT-RS)

Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP)

Nelson Proença (PPS-RS)

Mauricio Rands (PT-PE)

Iris Simões (PTB-PR)

José Múcio (PTB-PE)

Henrique Fontana (PT-RS)

Carlos Sampaio (PSDB-SP)

Armando Monteiro Neto (PTB-PE)

José Chaves (PTB-PE)

Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)

Odílio Balbinoti (PMDB-PR)



Deputados que indicaram entidades para receber o dinheiro:



Luciano Zica (PT-SP) – Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação Craniofacial (Sobrapar)

Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)– Casa dos Velhinhos (Ondina Lobo – SP)

Chico Alencar (PSol-RJ) – entidade a indicar

Gustavo Fruet (PSDB-PR) – Apae de Agudos do Sul (PR)

Tarcísio Zimmerman (PT-RS) – entidade a indicar

Takayama (PMDB-PR) – entidade a indicar

João Alfredo (PSol-CE) – entidade a indicar



<span style='color:red'>Deputados que pediram para não receber, mas cuja solicitação não chegou a tempo à diretoria-geral da Câmara:</span>



Luciana Genro (PSol-RS)

Raul Jungmann (PPS-PE) - indicou as entidades "Em Cena Arte e Cidadania" e "Casa de Pesagem"

Michel Temer (PMDB-SP)

Fernando Gabeira (PV-RJ)

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Postby junior » 29 Dec 2005, 08:14

TIRADO <a href='http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/' target='_blank'>DAQUI</a>

Em 2005, Brasil só cresceu mais do que o Haiti

O Brasil chega ao final de 2005 em posição constrangedora entre os países da América Latina e do Caribe. Levantamento da Cepal informa que o país amargará o segundo pior índice de crescimento econômico da região: 2,5% do PIB. O Brasil só não é o lanterninha porque conseguiu superar o Haiti (1,5%), o país mais pobre do continente.

O desempenho da economia brasileira foi muito inferior ao da Venezuela (9%) e ao da Argentina (8,6%), os dois países que mais cresceram na região em 2005. Ficou abaixo também de nações como Chile, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, que cresceram entre 5,5% e 7%. Perdeu ainda para Bolívia, Colômbia, Honduras e Nicarágua, que registraram crescimento ao redor de 4%.

Os dados constam de relatório anual que acaba de ser fechado pela Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), organismo da ONU. O trabalho foi elaborado a partir de informações oficiais dos países. Além de medir o desempenho de 2005, o trabalho fixou as perspectivas para 2006.

Em suas últimas manifestações públicas, Lula e o ministro Antonio Palocci (Fazenda) previram que o Brasil crescerá 5% em 2006. Nesta quarta-feira, o Banco Central projetou crescimento de 4%. Menos otimista, a Cepal avalia que a taxa não vai passar de 3%. Confirmada a previsão, o Brasil terá, de novo, o segundo pior desempenho da região. Superará apenas o índice de crescimento de El Salvador (2,5%).

Brasil (2,5%), El Salvador (também 2,5%) e Haiti (1,5%) puxaram para baixo em 2005 a média anual de crescimento da economia dos países da América Latina e do Caribe: 4,3%. Segundo a Cepal, este é o terceiro ano consecutivo de crescimento da região , beneficiada pelo “entorno favorável da economia mundial, que cresceu 3,3% em 2005”. Para 2006, a Cepal prevê que o crescimento médio da região será ligeiramente inferior: 4,1%.

Considerando-se o período de 2003 a 2006, o desempenho positivo da economia da América Latina e do Caribe se manterá “levemente superior a 4% por ano”. É pouco se for considerada a média registrada no mesmo período no conjunto dos países em desenvolvimento de todo o mundo: 5,7%.

No trecho dedicado especificamente ao Brasil, o documento da Cepal afirma que o crescimento estimado para 2005 (2,5%) é menor que o de 2004 (4,9%) por causa da política econômica restritiva, temperada a altas taxas de juros. O relatório menciona também a austeridade fiscal, que produziu um superávit de 5,9% do PIB entre janeiro e outubro de 2005, acima da meta oficial de 4,25%.

A desaceleração afetou os três grandes setores da economia brasileira, anota o estudo da Cepal. “Até o terceiro trimestre de 2005, o setor agrícola cresceu 1,5% (5,3% em 2004), a indústria 2,9% (6,2% em 2004) e o setor de serviços 2,1% (3,3% em 2004).”

Diante do comportamento da taxa de câmbio –valorização de 18% do real frente ao dólar nos 12 meses até outubro-, o bom desempenho das exportações brasileiras foi considerado “surpreendente”. O impacto do câmbio sobre o saldo da balança comercial, diz o relatório da Cepal, foi contido por dois efeitos que tendem a se esgotar: concessão de créditos que reduzem os riscos dos exportadores e comportamento cauteloso dos importadores.

Para ler a versão integral do documento da Cepal, em espanhol, pressione <a href='http://www.eclac.cl/publicaciones/DesarrolloEconomico/2/LCG2292PE/LCG2292_e_Balance%20preliminar.pdf' target='_blank'>AQUI</a>. Se preferir a versão resumida, em inglês, clique <a href='http://www.asaidera.com.br/forum/index.html?act=Post&CODE=02&f=29&t=122' target='_blank'>AQUI.</a>
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Postby mends » 02 Jan 2006, 11:46

ELIO GASPARI

Voto nulo é coisa séria
Voto nulo . É aí que mora o perigo de 2006. Depois do massacre do "mensalão", das arcas delúbias e das pizzas, o eleitor nutre um desejo secreto de chutar o pau da barraca no dia 1º de outubro. Vai à urna, anula o voto, faz uma careta e usufrui o que sobrar do domingo da desforra. Ninguém tem nada que se meter no voto dos outros, mas a decisão ficará mais rica (ou pobre) medindo-se o alcance desse gesto. Quem anula o voto numa eleição majoritária (presidente, governador e senador) protesta e não beneficia ninguém. Quem anula o voto no pleito proporcional (deputado federal e estadual) pode beneficiar o tipo de político que pretende punir. Se todas as pessoas que ficaram indignadas com o "mensalão" anularem seus votos (ou votarem em branco), o resultado será a eleição de um Congresso mensalista.
Em 2002, "nosso guia" se elegeu com um bonito resultado. A soma dos votos em branco e nulos ficou em 5,5 milhões (6%). Em 1998, quando FFHH venceu, os brancos e nulos chegaram a 15,5 milhões, ou 18,6% do eleitorado, um número feio, prenúncio de um certo horror ao tucanato.
Admita-se que a eleição deste ano fique parecida com a de 1998, com um aumento nos votos nulos de 10,6% para 20%. Para isso seriam necessários mais de 15 milhões de votos. Nesse caso, a soma da abstenção, dos votos em branco e dos nulos passará dos 50%. Número ruim, parecido com o absenteísmo das últimas eleições americanas, nas quais o voto é facultativo. Essas contas são apenas um exercício, pois a Constituição determina que se dê posse ao candidato que tiver metade dos votos válidos, mais um.
É no efeito do voto nulo na eleição proporcional que se esconde o Tinhoso. Na eleição majoritária, o protesto é frontal, efetivo e neutro. Desdenha a opção oferecida pela máquina, mas não favorece outros candidatos. Quem anula o voto majoritário ausenta-se da escolha conhecendo todas as variáveis da questão.
Na eleição para a Câmara, o efeito é muito outro. (Vale lembrar que se pode anular o voto para presidente sem anular o voto para o Congresso.) Quem anula o voto proporcional não tem como saber a conseqüência da sua decisão. Imagine-se um eleitor de 2002. Ele decidiu não votar em Lula nem em Serra. Tudo bem. Anulando o voto proporcional, pode ter favorecido a eleição de um Severino Cavalcanti. Nesse caso, a justificativa do "tanto faz" não funciona com a mesma precisão. Uma coisa é ficar indiferente a uma escolha Lula-Serra. Outra é mostrar a mesma indiferença num dilema imperceptível na hora da eleição. O voto negado a Abraham Lincoln pode contribuir para a eleição de Severino.
Ao contrário do que pode parecer, voto nulo é coisa muito séria. Tão séria que não deve ser considerada estúpida.

Bevilaqua foi para a luz do sol

Aconteceu uma coisa boa, o diretor de política econômica do Banco Central, doutor Afonso Bevilaqua, saiu da clandestinidade e apareceu na vitrine de Brasília explicando a ruína que coordena. Ele é, de longe, a personalidade mais forte da mesa do Copom. Discreto, nem biografia na página da instituição tem.
O professor Bevilaqua doutorou-se na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e chegou ao BC depois de uma profícua carreira no Departamento de Economia da PUC do Rio de Janeiro. Desde a fundação da Sorbonne em 1253, nenhuma equipe de professores de instituição de ensino superior produziu tantos banqueiros bem-sucedidos como a PUC carioca.
Como ensinou o juiz Louis Brandeis, "a luz do sol é o melhor desinfetante". Se Bevilaqua sair da sombra, todo mundo ganha.
Em outubro de 2002, quando Lula pedia votos atacando a política de juros do BC, Bevilaqua disse que o companheiro dava "sua contribuição ao festival de disparates econômicos". Em maio de 2003, "nosso guia" colocou-o na diretoria do Banco Central, unificando a produção de disparates.

UniLula 1
Depois de inovar a história ("quando Napoleão foi à China...") e a genética ("minha mãe nasceu analfabeta"), "nosso guia" revolucionou a matemática: "Eu acho que, crescendo o Brasil, crescem os Estados, crescendo os Estados, crescem os municípios". Dentro da Teoria Lulocêntrica do Universo, a ordem do produto altera os fatores. Ele acha que um dia o Brasil crescerá porque ele é presidente. O que aconteceu no terceiro trimestre de 2005 foi uma curva fora do ponto.

UniLula 2
Referindo-se às delinqüências-companheiras, "nosso guia" disse o seguinte ao repórter Pedro Bial: "Não interessa se foi A, B ou C. Todo o episódio foi uma facada nas minhas costas". Há em Pindorama cerca de 350 mil pessoas encarceradas pela prática dos mais diversos delitos. Tudo o que eles querem é usufruir do carinho com que o jurisconsulto Lula protege seus correligionários: "Não interessa se foi A, B ou C".

A marca de Bento
De um observador da cena do Vaticano: o pontificado de Bento 16 poderá ser marcado por uma aproximação com os judeus, com os ortodoxos e com os anglicanos. Acredito que ele reduza o poder da Secretaria de Estado e fortaleça as congregações em que está dividida a Santa Sé. Acima de tudo, poderá ocorrer o fortalecimento da Congregação para a Doutrina da Fé, que ele chefiou durante 23 anos. Ao final do pontificado de João Paulo 2º, a igreja era dirigida pela Secretaria de Estado, uma espécie de Casa Civil do Vaticano. A falta de referência à América Latina não foi esquecimento.

Caixa tucana
O tucanato continua acreditando que o Padre Eterno concedeu-lhe um habeas caixa. Por maiores que sejam os prenúncios de denúncias das malfeitorias cometidas nas campanhas de 2002, 1998 e 1994, os grão-senhores fingem que o problema não existe. O PT, inebriado com a vitória de 2002, teve a mesma ilusão. Quando a panela for destampada, dirão que tudo não passa de denuncismo de ano eleitoral. Mentira.

Nome de 2006
Após as férias, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. À primeira vista, será apenas uma movimentação burocrática. Há fortes indicações de que irá para a cadeira disposto a mudar os co$tume$ das eleições nacionais. Quem sabe ele ajuda a derrubar a tradição dos depósitos de dinheiro, estimulando o povoamento dos depósitos de presos.

Sábio lapso
O senador Tasso Jereissati cometeu um lapso verbal e criou uma expressão típica da época. Referia-se ao rolo compressor usado pelo PT em algumas votações e reclamou da "tropa de cheque". Bons tempos aqueles em que o governo se protegia com uma tropa de choque.

Não confere
Cerca de 50 deputados já anunciaram pelos jornais sua disposição de não embolsar os R$ 25,7 mil da convocação extraordinária do Congresso. Alguns deles se esqueceram de tomar a mesma providência junto à Diretoria Geral da Casa. Enquanto não assinarem o ofício formalizando a devolução, faturam duas vezes. Numa, lesam a Viúva. Noutra, a patuléia crédula.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
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Postby mends » 03 Jan 2006, 09:02

CLÁUDIO HUMBERTO

Noves fora, nada
Lula disse ao “Fantástico” que “no quarto trimestre a economia já está crescendo e ela vai começar crescendo fortemente e nós vamos ter um ano de crescimento acima da média nacional”. Nem ele sabe o que quis dizer.

GIBA UM

Férias na Granja
O presidente Lula deverá trabalhar apenas até amanhã e tirar, pelo menos, uma semana de férias. Se achar que dá, tira até quinze dias e passa mesmo a Presidência para o vice José Alencar. Só que Lula não deixará a Granja do Torto: quer passar suas férias lá mesmo. Será a primeira vez na história do Brasil que um Chefe de Governo tira férias, sem deixar a Capital e nem mesmo a residência oficial. Lula não quer nem mesmo que lhe telefonem.

Virou boneco
Nas compras de Natal na Venezuela, um dos campeões foi o boneco Chavecito , versão do presidente Hugo Chávez: vem com roupa para trocar e tem, entre os modelitos, farda e traje típico do país. Chávez, a propósito, mandou um Chavecito para seu colega brasileiro, o presidente Lula.
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Postby mends » 03 Jan 2006, 18:29

GIBA UM

Homem de fé
No primeiro dia depois de sua cassação, José Dirceu disse que estava sem dinheiro e que não teria como pagar a pensão de suas filhas no mês seguinte; depois, viajou para França de First Class e disse que estava usando milhagem adquirida em seus tempos de Casa Civil; agora, nos Pirineus e na Catedral de Lourdes, diz que tem “dinheiro guardado” e passará mais dez dias em Paris, seguindo para mês e meio em Washington. E virou um homem de fé: rezou lá e carrega no bolso um rosário que ganhou de presente do escritor Paulo Coelho.
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Postby mends » 09 Jan 2006, 08:50

ELIO GASPARI

Mágica besta
Os 36 deputados que surfaram a onda da notoriedade anunciando que devolveriam os R$ 25.694 da convocação extraordinária e não tomaram as providências necessárias para consumar o gesto (28), ou repassaram o dinheiro para entidades de sua escolha (8), poderão ter problemas com o Ministério Público. Quem não devolveu o dinheiro ao Tesouro Nacional usou recursos públicos para fazer propaganda eleitoral imprópria, antecipada e ilegal. Se os doutores não querem o dinheiro, no que fazem muito bem, devem entregá-lo à Viúva. Do contrário agem como o finório que vê uma carteira no chão e, em vez de devolvê-la ao dono, presenteia-a a uma ONG amiga.

Vinheta do Brasil real
Um cidadão que vive no Sul entrou numa farmácia da cidade do Crato, no Ceará, e pediu um sabonete líquido medicinal. O balconista trouxe a caixinha e perguntou: - O preço é R$ 9,50. Em quantas vezes o senhor quer pagar?
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Postby mends » 10 Jan 2006, 09:05

nego é cara de pau, mesmo...

CLÁUDIO HUMBERTO

Berzoini: mansão na Bahia
Se o PT está na pindaíba, não se pode dizer o mesmo de seus dirigentes: o presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), escolheu e negociou a compra de uma mansão no condomínio de luxo Casas de Praia do Forte, a 40 KM de Salvador. Curiosamente, na hora da compra, o negócio foi fechado em nome de um amigo do deputado. A casa, com quatro suítes, custou R$ 385 mil.

Deputado nega
O ex-ministro da Previdência nega, por meio de sua assessoria, ter comprado o imóvel que ele negociou, sábado passado, no lançamento do empreendimento.

Presságio
Haverá eclipse total do Sol, dia 29 de março. Um dos melhores locais de observação será o Brasil, dizem os astrônomos. Lula prometeu anunciar em março se será candidato à reeleição.

<span style='color:red'>**periga ele dizer que "nunca antes na História do Brasil" houve um eclipse tão bonito, longo e visível...</span>
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Postby junior » 21 Jan 2006, 18:25

Só para gerar uma discussãozinha: isso parece manipulação de dados, não??

<a href='http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/' target='_blank'>*Segundo turno omitido*</a>

"E quanto ao segundo turno?", eis a pergunta que se fizeram as pessoas que tomaram conhecimento da última pesquisa Ibope. Na páginas de Veja desta semana (para assinantes), encontra-se a resposta. A notícia diz o seguinte:

“Na noite da última quinta-feira, o Jornal Nacional informou com exclusividade os resultados da mais recente pesquisa do Ibope sobre a eleição presidencial. No dia seguinte, os principais jornais do país também publicaram os números. O quadro eleitoral apresentado não se alterou substancialmente.

O que chamou atenção foi a forma como a pesquisa foi divulgada. Os veículos informaram que o Ibope não pesquisou as intenções de voto para o segundo turno – e isso não é verdade. O Ibope pesquisou, sim, o segundo turno. Está na pergunta número 8 do questionário aplicado pelos pesquisadores e disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde o início da semana passada.

O Ibope constatou, inclusive, que as intenções de voto no presidente Lula no segundo escrutínio aumentaram. Em dezembro, ele tinha 35% dos votos e hoje está com cerca de 42%. Já José Serra, que em dezembro tinha 48%, caiu para algo em torno de 45%. Lula, aliás, ganha de todos os outros candidatos no segundo turno. Menos de Serra. Como a margem de erro foi de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos, estariam num empate técnico.

Os números estarão à disposição de todos no TSE na segunda-feira. Tudo isso, que os leitores e telespectadores adorariam saber, foi omitido. A TV Globo e os jornais foram, portanto, induzidos a erro. A empresa Três Editorial Ltda., mais conhecida como Editora Três, que publica a revista IstoÉ, pagou 126.000 reais pela pesquisa, registrou-a no TSE e intermediou sua divulgação na televisão.
A forma como foi apresentada, só com os cenários relativos ao primeiro turno, beneficia o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que neste momento luta pela indicação de seu nome como o candidato do PMDB nas próximas eleições e cujas ligações com a Editora Três saltam aos olhos (...).

Escrito por Josias de Souza às 09h02
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Postby mends » 22 Jan 2006, 08:49

Daniel Alzugaray - dono da Ed. Três, só não vende a mãe pq ela já deve ter morrido...amas até aí, todos o barões de imprensa.

Não existe imprensa neutra. Ponto. E, sinceramente, é bom que o Garotinho dispute. Vai dividir os votos populistas, porque eu vejo o LUla partindo pra uma campanha abertamente populista, do tipo "arrumamos a casa, agora vai..." O ngrande problema é que não há um único candidato liberal...
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Postby junior » 28 Jan 2006, 10:35

Para criar polêmica: como fica a democracia nisso tudo? Afinal, quem elegeu o Hamas foi o povo...

CHOQUE NO ORIENTE MÉDIO

Após vitória do Hamas, EUA e Israel falam em revisar ajuda; UE definirá posição na segunda-feira

Financiamento a palestinos pode ser cortado

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

Os EUA, Israel e a comunidade internacional ameaçaram ontem sufocar financeiramente os territórios palestinos, como conseqüência da vitória eleitoral do Hamas, que figura como grupo terrorista na lista do Departamento de Estado norte-americano.

Em entevista à rede de TV CBS, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que, se o Hamas não se desarmar, "não haverá pacote de ajuda". Antes, Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado, disse que os EUA "revisarão todos os aspectos" de sua ajuda aos palestinos.
"Nossa política é muito clara: não damos dinheiro a organizações terroristas", disse McCormack em entrevista coletiva em Washington. Recado muito parecido foi dado em Davos por Joseph Bachar, diretor-geral do Ministério de Finanças de Israel, em debate no âmbito do encontro anual de 2006 do Fórum Econômico Mundial: "Enfrentaremos problemas práticos em relação a lidar com gente que clama pela destruição de Israel".

É uma clara referência ao fato de que Israel é responsável por coletar impostos (aduaneiros e sobre o valor agregado, o IVA) que depois repassa para a Autoridade Nacional Palestina. Trata-se da maior fonte de receita do Orçamento da ANP.
São, pelos cálculos do ministro palestino da Economia, Mazen Sinokrot, presente ao mesmo debate, entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões.
"De onde virão os recursos para pagar os salários de 135 mil funcionários [da ANP]"?, perguntou Sinokrot, já prevendo: "Se os salários não chegarem, será uma mensagem para a violência".

De parte da comunidade internacional, outro aviso de sinal negativo veio, em Davos, da boca de James Wolfensohn, ex-presidente do Banco Mundial e, agora, enviado especial das potências ocidentais para o Oriente Médio: "Os doadores internacionais que sustentam a economia palestina não continuarão a despejar dinheiro se houver incertezas políticas".

Como, segundo Wolfensohn, "os palestinos estão, neste momento, basicamente falidos", a interrupção das doações e das remessas devidas por Israel só poderá causar um grande colapso.

Ainda mais que até o palestino Sinokrot admite que a vitória do Hamas provocou as incertezas assinaladas por Wolfensohn. É verdade que Sinokrot é do Fatah, o grupo derrotado pelo Hamas, o que pode enviesar a sua avaliação, mas a mídia européia reagiu com estupor e choque ao resultado de anteontem.

E é justamente a União Européia a principal fonte de doações para os palestinos, com uma ajuda de US$ 612 milhões no ano passado.

Oportunidade

Os europeus têm reunião segunda-feira de seus ministros das Relações Exteriores, na qual a questão das doações estará no topo da agenda. Mas Jan Petersen, parlamentar norueguês, antecipa que, embora ache que se deve dar ao Hamas uma oportunidade para demonstrar sua ação como governo, "ele não terá o luxo de muito tempo para dar provas de que está disposto a fazer as reformas necessárias".
Por reformas necessárias, entenda-se renunciar à violência e reconhecer o direito de Israel de existir.

Além disso, Petersen cobra "uma política fiscal sadia", alusão clara à necessidade de a ANP controlar seus gastos, pensamento que está perfeitamente alinhado com o de Wolfensohn.

"Não acho que a comunidade internacional esteja disposta a continuar por dois ou três anos mais dando dinheiro para algo que eles não sabem para onde está indo", diz. É clara alusão às acusações de corrupção freqüentemente feitas contra os principais líderes da ANP.

Mas hoje eles são todos do Fatah, ao passo que o Hamas é tido como mais rigoroso com os recursos, embora não tenha tido ainda a chance de administrar dinheiro púbico.

Corrupção, mais que ameaças, é a mesma corda que tocam os Estados Unidos, pela palavra do subsecretário de Estado Robert Zoellick: para ele, o resultado de anteontem foi "a rejeição da corrupção, a rejeição da carência de oportunidades econômicas e de esperança".

Zoellick, como fez McCormack durante sua intervenção ocorrida em Washington, fez questão de enfatizar o fato de que o Hamas é um grupo que figura como terrorista na lista do Departamento de Estado.

Além disso, deu a entender, como o norueguês Petersen, que pôr fim ao conflito com Israel é condição essencial para a manutenção da ajuda aos palestinos: "É difícil haver desenvolvimento econômico em uma zona de guerra".

Mesmo o presidente de um país muçulmano, Hamid Karzai (Afeganistão), diz que "o Hamas tem de aceitar Israel como um Estado. Não acho que haja outro caminho, senão a paz com Israel".

Mas Karzai recomenda o diálogo, não punições, tanto aos Estados Unidos como a Israel. "Seria minha recomendação aos Estados Unidos e a Israel: começar a conversar com o Hamas porque agora eles são eleitos pelos palestinos", afirmou em entrevista coletiva, sempre em Davos.
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Postby mends » 30 Jan 2006, 11:18

Sobre o HAMAS: não é antidemocrático!! Não se trata de não reconhecer um governo, ou trabalhar pela sua derubada, mas não dar dinheiro que pode ser usado contra você! Isso é legítimo. O HAMAS é uma organização terrorista, assim como a FATAH era – e assim como a HAGANA era, o embrião do MOSSAD. Membros do HAGANA viraram estadistas, até Ariel Sharon virou estadista – sem falar de Shimon Peres, Itzak Rabin, Menachem Begin, David Ben Gurion – e os membros do HAMAS podem vir a ser também, mas Israel foi dissuadido de guerrear com os vizinhos por ajuda econômica. ISRAEL NUNCA ATACOU SEUS VIZINHOS, SEMPRE RESPONDEU A ATAQUES.

E os EUA estão certíssimos em oferecer grana: grana, SE DISTRIBUÍDA, SEM FICAR NA MÃO DOS DIRIGENTES CORRUPTOS, é a melhor arma contra a pobreza, a ignorância, o fundamentalismo, a violência. Grana, comércio e capitalismo pra região, por favor.
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Postby junior » 30 Jan 2006, 13:28

ISRAEL NUNCA ATACOU SEUS VIZINHOS, SEMPRE RESPONDEU A ATAQUES.


So' para continuar no papel de advogado do diabo e ver o circo pegar fogo: Nunca atacou, mas foi lá e ganhou um país inteiro que era de "outros", e tudo dado pela "ONU" (quer lá como se chamasse na época)...
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