Política e politicagem

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby mends » 13 Jul 2005, 10:17

ELIO GASPARI

Há um fino golpe no ar
É golpista a articulação de uma renúncia de Lula à reeleição. Embrulhada numa Sacola da Daslu (o Bolsa-Família dos tucanos), ela funcionaria assim:
1 - Lula vai à televisão e anuncia que não disputará a reeleição.
2 - O Congresso aprova uma emenda constitucional que acaba com a reeleição e aumenta de quatro para cinco anos o mandato dos próximos presidentes da República.
3 - Desmoralizado, o companheiro vai para casa, o PT definha e o PSDB volta ao Planalto.
A idéia é golpista porque coloca a Constituição a reboque de um arranjo. As leis da terra dizem que o mandato de Lula vai até o dia 1º de janeiro de 2007, quando será substituído na Presidência pelo cidadão escolhido em 2006. Essas mesmas leis garantem ao companheiro o direito de disputar a reeleição.
O arranjo embute a cassação dos cidadãos encarregados de eleger o presidente da República. Cassa-lhes o direito de julgar Lula. Se ele quiser disputar a reeleição, duas coisas podem acontecer: ganha ou perde. Nos dois resultados, seu destino será decidido pela patuléia soberana que o pôs no Planalto em 2002.
Os hierarcas de Brasília não têm mandato para fazer um cambalacho que tira dos eleitores o direito de decidir a questão. Tem gente disposta a mostrar que continua confiando no presidente, assim como tem gente que venderia a cueca para ter o gosto de mandá-lo de volta para São Bernardo.
O interesse pela renúncia de Lula reflete dois tipos de receios. A desistência seria conveniente para preservá-lo. Uma espécie de trégua no andar de cima. Esse é o receio bem-intencionado. Maligno é o medo de que, uma vez candidato, Lula se reeleja. Afinal, se esse medo não existisse, a desistência seria desnecessária, por irrelevante.
Medo de voto é coisa perigosa. Não custa lembrar uma brilhante construção do jornalista Carlos Lacerda, em 1950: "O sr. Getúlio Vargas [...] não deve ser candidato à Presidência. Candidato, não deve ser eleito".
Até aí, tudo bem, mas Lacerda continua: "Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar". As desgraças da política nacional na segunda metade do século passado vinham das duas primeiras negativas: "não deve ser candidato" e "não deve ser eleito".
Era o medo da volta de Vargas, que virou medo da chegada de João Goulart e, mais tarde, tornou-se o medo (absolutamente despropositado) da vitória de Lula.
Trata-se de um golpezinho esperto porque seria ratificado pela vítima. Como na mágica de 1961, quando João Goulart conformou-se com o parlamentarismo de mentirinha que salvou a face de uma revolta de generais derrotada nas ruas.
É também um golpe bem-educado, pois assenta-se exclusivamente num conchavo parlamentar. Não rosna a força das armas nem a da rua.
Em 1840, com o Golpe da Maioridade, os mandarins do Império colocaram um garoto de 14 anos no trono do Brasil. Na República, sucederam-se os Golpes da Menoridade, todos destinados a substituir a vontade de um povo considerado incapaz. A idéia é sempre a mesma: em nome de uma conciliação destinada a aplacar as tensões da Guerra Fria (no século 20) ou dos mercados financeiros (no 21) aceita-se qualquer acordo, desde que a escumalha fique de fora.
Se Lula achar que deve disputar a reeleição, não se pode tirar do povo brasileiro o direito de decidir onde o companheiro vai morar.
"I used to be on an endless run.
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Postby mends » 18 Jul 2005, 10:35

2 visões sobre Daslu.
Concordo com o diagnóstico do Gaspari - falta capitalismo no Brasil - nunca vou concordar com Roosevelt ser um campeão do capitalismo, apesar de ter sido um campeão da democracia, e acho sim que foi abuso o que a PF fez, como diz Ivens Gandra, um dos maiores tributaristas brasileiros, logo abaixo.

ELIO GASPARI

Allons enfants de la Daslu
Na véspera do 206º aniversário da Queda da Bastilha, os com-culote do andar de cima brasileiro foram à luta para defender a casa comercial Daslu. Treze de julho era também o 199º aniversário do dia em que Charlotte Corday, uma maluca mística, meteu uma faca no peito de Jean Paul Marat, o jornalista que se intitulava "o amigo do povo".
Atribui-se ao historiador Fritz Stern, da Universidade Columbia, a observação de que os ricaços brasileiros vivem num mundo anterior à Revolução Francesa. Talvez isso explique a defesa da Daslu. É uma Bastilha que finalmente encontrou quem lute por ela: "Aux armes, citoyens".
Marcharam os marqueses da Fiesp, um punhado de senadores e alguns sibaritas que por cá são denominados "colunáveis". (Pessoas que, por absoluta falta de qualificação, deixam-se apresentar como profissionais da arte de sair em colunas.) Juntaram-se tucanos e pefelês. Todos horrorizados. O grito da Fiesp deu a dimensão do episódio: "Fatos notórios recentes, vivenciados pela sociedade, revelam situação de anormalidade. (...) Não há como se manter alheio ou indiferente a essa realidade".
Uma vizinha da Daslu, moradora da favela Coliseu, quando viu policiais armados de metralhadora achou que a coisa ia ficar feia para sua gente. Surpreendeu-se ao perceber que a tropa foi "para o lado dos bacanas". Contrastes há em muitos lugares. Cinqüenta quarteirões separam a pobreza do Harlem hispânico de Nova York do triângulo celestial formado pelas joalheiras Tiffany, Bulgari e Van Cleef, nas esquinas da Quinta Avenida com a rua 57. Os brasileiros são maiores, mas não é no tamanho do contraste que mora o problema. O que falta a Pindorama é o velho e bom capitalismo, no qual o sonegador é um concorrente desleal.
O capitalismo é um sistema no qual a rainha dos hotéis de Nova York, Leona Helmsley, tomou 18 meses de cadeia mais uma multa de US$ 7 milhões por ter sonegado impostos e dito que pagá-los era coisa de gentinha. No mesmo dia em que se formaram no Brasil os Batalhões Daslu, o ex-gênio da WorldCom, Bernard Ebbers, foi condenado a 25 anos de prisão por ter fraudado o fisco e os acionistas da empresa em US$ 11 bilhões.
É a falta de capitalismo que gera men$alões, Valérios, Delúbios, caixa dois, empregado sem carteira assinada, mala de bispo da Igreja de Deus e cueca infernal de petista. Pode-se dizer o que se queira do deputado Roberto Jefferson, mas jamais um empresário brasileiro denunciou um décimo das malfeitorias que ele levou ao ventilador. Muito menos a Fiesp.
Os Batalhões Daslu poderiam prestar um serviço ao capitalismo, à marca, ao fisco, à patuléia e à representatividade das instituições patronais. Pediriam à Polícia Federal e à Receita que providenciassem uma lista com o preço unitário de cem itens do catálogo Dasluziano.
Não o preço de venda. O preço de importação, aquele das faturas. Nele, uma gravata de Ermenegildo Zegna vale R$ 3 (o estacionamento custa R$ 30). Há vestidos de R$ 30 e camisas de R$ 15. Essa lista seria a base da maior liqüidação de todos os tempos. A loja botaria um lucro de 100% em cima de cada peça e venderia a gravata do Zegna por R$ 8 (admitindo-se R$ 2 de novos impostos). Haveria vestidos Daslu custando menos de R$ 100. Seria o "mensalão" do bem.
Fantasia? Talvez não. Conta a lenda do fisco americano que o núcleo da coleção da National Gallery foi doado à nação depois de um entendimento dos fiscais da Viúva com o banqueiro Andrew Mellon, secretário do Tesouro do presidente Herbert Hoover. Dizem até que foi uma "situação de anormalidade" estimulada pelo presidente Franklin Roosevelt. Este entendia de capitalismo.

"Espetáculo" da PF não combate a sonegação fiscal, diz Ives Gandra
DA REPORTAGEM LOCAL

O "espetáculo" das megaoperações da Polícia Federal, na opinião do advogado Ives Gandra da Silva Martins, 70, não combate a sonegação fiscal e ainda põe em risco a própria democracia.
Mesmo quando feita totalmente dentro da lei, sem excessos, a fiscalização, de acordo com o advogado, não elimina as fraudes à ordem tributária.
Para o tributarista, as ações têm motivação política e são usadas pelo governo petista para mostrar que o partido não rompeu com seus ideais de origem. Leia trechos da entrevista que o advogado concedeu à Folha.(BL)

Folha - Como o sr. analisa essas megaoperações anti-sonegação?
Ives Gandra - Está havendo uma arbitrariedade muito grande. Tenho grande respeito pelas três instituições -Polícia Federal, Ministério Público e Justiça-, mas estou convencido do abuso. A lei diz que, feito o auto de infração, o contribuinte pode pagar em 30 dias, com desconto de 50% na multa. E fica extinta a punibilidade, não há crime. Fazer operações e prender as pessoas sem auto de infração é uma violência. A lei não permite que haja nem condenação penal sem o encerramento do processo administrativo.


Folha - O sr. vê abusos nessas três instituições?
Gandra - Sim. O juiz que autoriza está violentando a legislação e a Constituição. O Ministério Público também está exorbitando, pois não pode pedir a prisão sem que haja uma infração lavrada.
Na Polícia Federal, não entendo a necessidade de ter, para prender uma mulher desarmada, 240 policiais [o número se refere, segundo a PF, a todos os envolvidos na operação contra a Daslu]. Isso é pirotecnia. O que se pretende é o impacto popular, e não a busca da verdade. E o que interessa ao direito é sempre a verdade, não o espetáculo cinematográfico.


Folha - Na Daslu e na Schincariol, foram presas pessoas de alto poder aquisitivo. Há um aspecto político na escolha desses alvos?
Gandra - A opção é ideológica. O governo é de um partido com um discurso que sempre foi contrário às elites. Não vi essas megaoperações para o caso Waldomiro. Há uma seletividade. As operações estão ocorrendo no exato momento em que se contesta a ética do PT. Para tentar mostrar que o partido está voltando à origem, o governo cai sobre as elites. Algemar o [Adriano] Schincariol [dono da cervejaria], prender advogados, isso não faz sentido. Prenderam sem saber qual era o crime, pois não havia auto de infração. Foi só estardalhaço. Sou inteiramente favorável à apuração da verdade, mas isso se faz com auto de infração e direito de defesa. Nas ditaduras, não há direito de defesa. Estamos praticamente entrando em um esquema pior do que o do governo militar.


Folha - O argumento de que a ação rápida e a prisão evitam a destruição de provas não procede?
Gandra - Isso justificaria também Hitler e Stálin, que partiam do princípio de que ações rápidas eliminavam o inimigo. O que se tem de fazer é obedecer à lei. A evasão de divisas, por exemplo, não existe no Brasil [como crime]. O artigo 5º, inciso XV da Constituição, cláusula imodificável, permite que qualquer cidadão mande dinheiro para fora do país na hora que quiser, nos termos da lei. A lei não pode reduzir o que está na Constituição. Quando não se sabe a origem [do dinheiro], o crime é de sonegação.


Folha - Essas operações não são um aperto da fiscalização?
Gandra - Não se pode fazer um aperto fora da lei. Uma de duas: ou estamos em um estado democrático de direito, em que todos nós somos escravos da lei, ou os fins justificam os meios e aceitamos a violência. Mesmo que tudo que a PF está investigando seja rigorosamente a verdade, apesar disso ela não poderia fazer os meios justificarem os fins, sob pena de pôr em risco a democracia. O PT lutou para isso, para restabelecer a democracia, e, de repente, parte para a violação.


Folha - Em tese, o reforço na fiscalização não reduz a sonegação?
Gandra - O que conteria a sonegação seria a redução da carga tributária. O aumento da fiscalização pode reduzir a economia informal e, portanto, a economia. Pode criar sistemas mais sofisticados [de fraude] e pode até afastar investimentos. Estou convencido de que a sonegação no Brasil está vinculada ao alto nível da carga tributária e à complexidade do sistema. A carga maior também auxilia a corrupção. Não há necessidade de [os governos] gastarem fortunas em publicidade, isso é pago com nossos tributos. Quando a carga é menor, a corrupção também é. Essa é uma constante no mundo inteiro.
As autoridades atacam aqueles que geram empregos, sem perceber que a carga tributária que estão defendendo é confiscatória, injusta e não-desenvolvimentista. Muitas vezes a empresa que paga tudo não tem condições de sobrevivência. Grande parte dos nossos sonegadores, não são sonegadores, são inadimplentes.
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Postby mends » 18 Jul 2005, 19:48

GIBA UM

Daslu avisada
Há quase três meses, ainda em seu endereço anterior, na Vila Nova Conceição, a Daslu foi avisada (e até o ministro Antônio Palocci foi consultado) de que Receita Federal e Ministério Público estavam de posse de documentos suficientes para promover uma super-autuação na empresa, o que teria evitado a Operação Narciso . Poderia ter recorrido, através de advogados, ao parcelamento sempre concedido pela Receita Federal para que débitos sejam colocados em dia 60: meses. Os primeiros cálculos, estimando-se que o mesmo esquema estivesse em funcionamento nos últimos cinco anos, apontavam para US$ 10 milhões sonegados. Se tivesse sido feito um acordo, daria pouco mais de R$ 400 mil por mês mas, estava chegando a época da mudança. A Daslu foi protelando, esperando contar com movimento maior no novo prédio, onde paga R$ 570 mil de aluguel. O grampo onde responsáveis diziam que "era preciso sumir com o buraco negro" é que acelerou a Operação Narciso.
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Postby mends » 19 Jul 2005, 15:11

só marxistóides mesmo pra falar uma merda dessas: dívida sem juros...

PT diz que dívida está em R$ 39 milhões sem juros

O PT apresentou hoje em reunião na sede do Diretório Nacional do partido, em São Paulo, o valor total da sua dívida. Segundo o deputado Ivan Valente (SP), o partido informou que tem uma dívida de R$ 39 milhões, sem juros.

A Executiva do partido fez proposta de quitar dívida em 18 parcelas mensais. Essa proposta será colocada em votação no diretório.

Valente afirmou que "causou estranheza" o fato de que os salários de Silvio Pereira e Delúbio Soares, dirigentes afastados do partido, estavam entre R$ 11 mil e R$ 12 mil mensais, valor acima do que ganhava, por exemplo, José Genoino como presidente do partido (R$ 8 mil).
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Postby Aldo » 19 Jul 2005, 15:32

Puta que pariu!!!

Havia um mensalão e derrepentinadamente ele sumiu...
O Prisidente sabia, ou não sabia......nunca gostei do Lula (melhor: nunca gostei do PT) e todos aqui sabem disso....
Duvide-o-dó que o companheiro não soubesse de toda essa maracutaia......uma vez que pelo menos, Jefferson lhe disse....
Ora saideros, se ele sabia nem que fosse tardiamente pelo Jefferson...que atitude tomou???
Acho que ele sabia desde o principio e deixava (incentivava) o mensalão rolar...
Certamente se aproveitou de alguma estrutura semelhante usada por FHC...só que o tucanão amarrou melhor suas pontinhas

O negócio é tão pesado que Valério e Delúbio inventaram um caixadoiszinho básico (não que ele não exista) e o Presidente já confirmou pra gostosa lá na França....pra desviar total a atenção de todo esse cambalacho...
Jefferson, Valério, Delúbio e mais alguns presos... e tudo fica como dantes no reino de abrantes

A dívida do PT...sabe-se lá quanto é....com juros ou sem...certamente é muito mais barata do que o capital político que está em jogo....e olha que os companheiros ainda querem dar um calote....

Há os que digam, o presidente não sabe de tudo...de certo ele não sabe de ladrãozinho de repartição....mas desse esquema?!?! Faça-me o favor

Se o mends vai pros Laitesleites, eu vou e me caso com o cachorro dele pra ter o grincarde

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Postby mends » 19 Jul 2005, 15:40

É lógico que o Lula sabia. É lógico que o FhC tinha a mesma coisa - ou alguém aí acha que a reeleição passou como? Mas, por n motivos - quem qiuiser saber alguns pode ler A MELHOR DEMOCRACIA QUE O DINHEIRO PODE COMPRAR - não deu em nada. Mas, por coerência, o Lula deve sofrer processo de IMPEACHMENT.
:chair:

:mends:
como em 2006, ainda no Brasil, desde já em campanha pelo voto nulo.
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Postby Aldo » 19 Jul 2005, 15:53

Considerando que sua campanha seja vitoriosa e o nulo ganhe....como fica a buzenga???
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Postby mends » 19 Jul 2005, 15:59

o nulo não ganha. o problema é abrir espaço pro populismo, porque o PSDB não ganha também. votar nulo, pra mim, é só uma afirmação política: não vou delegar a nenhum desses féladasputa meu minúsculo quantum de poder.
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Postby Aldo » 19 Jul 2005, 16:04

Pópulismo como o que, bixin???
O PRONA???
Porque depois dele vem o Marronzinho e o Levi Fidelix (idolo do Th)

Ou o bom e velho Salim
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Postby mends » 19 Jul 2005, 16:12

populismo como o garotinho. populismo como alguém mais à esquerda. populismo como César Maia.
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Postby Aldo » 19 Jul 2005, 16:22

Esses caras aí não ganham...pelo simples fato de serem do RJ
Voltando ao companheiro:

Vc disse impeachment...Não acho que vai chegar nisso...
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Postby mends » 19 Jul 2005, 16:51

não vai, mas por conveniência política: é mais fácil agora derrotar nas urnas que correr o risco de ter 30% da população - os eleitores "firmes" do pt menos eu - gritando e transformando o Lula em mártir. Mas ele deveria sofrer impeachment.
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Postby mends » 19 Jul 2005, 20:08

Documentos do Rural na CPI mostram saques envolvendo petistas
Ricardo Amaral e
Natuza Nery,
em Brasília

A CPI dos Correios recebeu na tarde de terça-feira documentos do Banco Rural comprovando que a empresa DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério de Souza, fez pagamentos em dinheiro a pessoas ligadas a importantes petistas, dentre os quais o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (SP) e o líder do partido na Casa, deputado Paulo Rocha (PA).


João Paulo Cunha, cuja mulher, Marcia Regina, recebeu ao menos R$ 50 mil de da DNA, de Marcos Valério
Três membros titulares da CPI e um assessor parlamentar do governo confirmaram à Reuters que os documentos mostram pagamentos feitos a partir de 2003 até junho de 2005 e contêm comprovantes de retiradas em agência do banco.

Entre as pessoas ligadas a petistas, na primeira leva de documentos já analisados, estão: Marcia Regina Cunha, mulher de João Paulo, pelo menos um saque de R$ 50 mil; Anita Leocádia Costa, assessora de Rocha, R$ 320 mil; Vilmar Lacerda, presidente do PT do Distrito Federal, R$ 50 mil; Raimundo Ferreira da Silva Jr., vice-presidente do PT do Distrito Federal, R$ 100 mil; deputado Josias Gomes da Silva, presidente licenciado do PT da Bahia, dois saques de R$ 50 mil.

Além dos petistas, os parlamentares da CPI identificaram os saques para Paulo Menicucci, auxiliar do ex-ministro Pimenta da Veiga (Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso), R$ 205 mil; Jairo Lamma, ex-tesoureiro do PL, no valor de R$ 200 mil; e J. Cláudio Genu, ex-assessor do PP, pelo menos dois saques de R$ 300 mil.

Entre os documentos que a CPI recebeu, estão cópias de autorizações enviadas pela DNA em Belo Horizonte para realização de pagamentos, a débito da conta da empresa, na agência do Banco Rural.

Além das cópias das autorizações, o banco passou à CPI cópias dos documentos de identidade das pessoas que fizeram essas retiradas. As fontes da Reuters disseram também haver uma autorização no valor de R$ 300 mil em nome de David Rodrigues, mas não souberam identificar as eventuais vinculações políticas desse sacador.

O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) disse a jornalistas que os saques de Rodrigues já chegavam perto de R$ 5 milhões após a análise de mais documentos.

As autorizações incluem também Geiza Dias e Simone Vasconcelos, funcionárias da DNA em Belo Horizonte.

Dirceu sabia de empréstimos

Os documentos recebidos pela CPI coincidem com uma lista de pessoas autorizadas a receber pagamentos no Banco Rural em Brasília, apresentada por Marcos Valério em depoimento ao procurador-geral da República Antonio Fernado de Souza.

Um resumo desse depoimento foi apresentado à Reuters por um membro titular da comissão. A lista apresentada por Valério tem os nomes de Vilmar Lacerda, Anita Leocádia e Raimundo Ferreira, que também é assessor da Executiva Nacional do PT.

A lista de Valério, segundo esse resumo, inclui também: Rui Milan, Áureo Markato, José Luiz Alves, Renata Maciel Resende Costa, Roberto Costa, Solange Pereira de Oliveira, José Nilson dos Santos e Luiz Mazaro.

Ainda segundo esse resumo, Valério disse ao procurador que o ex-ministro José Dirceu tinha conhecimento das operações de empréstimos bancários que ele teria feito a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

Foram dois empréstimos no Banco Rural e quatro no BMG feitos pelas empresas SMPB e Grafitte, entre fevereiro de 2003 e abril de 2004.

Segundo Valério, os empréstimos totalizaram R$ 69 milhões e teriam um saldo devedor atualizado de R$ 93,4 milhões. O resumo mostra ainda que Valério disse que as campanhas eleitorais que receberam recursos provenientes desses empréstimos foram do atual prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani (PTB), e de outros candidatos indicados pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e pelo deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ).
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Postby mends » 20 Jul 2005, 10:25

ELIO GASPARI

O "Kama Sutra" do PT pede atenção
O "Kama Sutra" da corrupção petista (na cruel definição do semanário inglês "The Economist") deve ser estudado com a mesma atenção que merecem as gravuras da conhecida obra da cultura indiana. Às vezes, a delicadeza de um detalhe distrai a atenção do observador, levando-o a perder o significado da cena.
Esse é o cuidado que se deve tomar com a obra dos companheiros. Quanto mais atenta for a observação do "Kama Sutra" do PT-Federal, mais aguçada será a percepção do que se mostra aos contribuintes. Cor de turbante, intenções de Delúbio, braço da moça ou versão do Marcos Valério são coisas irrelevantes. Assim como as tolices de Lula. Quando ele diz que "as pessoas não pensaram direito no que estavam fazendo" revela apenas que parou de pensar naquilo que está dizendo.
A turma que Lula manteve no governo e na direção do PT produziu dois fenômenos. Um é o "mensalão", pelo qual pagavam-se até R$ 30 mil a deputados da base aliada. Estima-se que sejam cem e admite-se que nem todos os mensalistas receberam seus jabaculês regularmente. Assim, a caixa do "mensalão" pode ter chegado, no máximo a R$ 40 milhões/ano (com 13º). Dando-se um desconto, pode-se dizer que custava ao menos R$ 20 milhões/ano.
A bancada petista ficou fora do "mensalão". Como as investigações e o depoimento do doutor Valério mostraram, inúmeros afortunados companheiros passavam direto no caixa. Um dos guichês ficava no Banco Rural, em Brasília. Esse era um propinoduto ligado diretamente ao orçamento de alguns petistas legislativos e executivos. Um cidadão foi convidado para uma destacada função com o argumento sedutor da complementação permitida pelo "mesadão" , também chamado de "mensalinho".
É coisa que vem de longe. A repórter Renata Lo Prete revelou que uma das primeiras intervenções do doutor Marcos Valério deu-se depois da eleição de 2002, no ocaso do tucanato, antes da posse de Lula. Em apenas 48 horas ele arrumou R$ 4 milhões para custear despesas e mudanças de grão-petistas para Brasília. Nada a ver com caixa de campanha, pois ela tinha terminado.
Delúbio chama esses recursos de "dinheiro não contabilizado". A polícia carioca chama esse tipo de contabilidade de "gibi". Ele pagou mudanças e permanências. Era o dinheiro que assessores, madames e doutores iam buscar no Banco Rural. Disfarçado de ajuda para manutenção de escritórios encheu dispensas, custeou charutos Cohiba e sabe-se lá quantas cuecas encheu. Não tem nada a ver com caixa de campanha. Em Ribeirão Preto, ao tempo em que o doutor Antonio Palocci era prefeito da cidade, ocorreu pelo menos um caso de complementação salarial, com o dinheiro saindo de uma empreiteira. Quem contou foi o cidadão que o recebeu.
Lula e os hierarcas do PT querem reciclar as cloacas das campanhas eleitorais transformando-as num grande Lava-Tudo e, se possível, Lava-Rápido. É o lance do turbante. Olha-se para os braços da moça e perde-se a simplicidade do tema. Lula não percebeu que algo de anormal estava acontecendo com o PT quando, em dezembro de 2003, o TRE paulista rejeitou por unanimidade a prestação de contas de José Genoino, candidato derrotado ao governo paulista. Na melhor das hipóteses, confundiu-se com um turbante e não captou a cena do "Kama Sutra".
É a velha história, nas suas palavras: "A desgraça da mentira é que, ao você contar a primeira, passa a vida inteira contando mentiras para justificar a primeira"."
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Postby Aldo » 20 Jul 2005, 12:25

mends wrote: não vai, mas por conveniência política: é mais fácil agora derrotar nas urnas que correr o risco de ter 30% da população - os eleitores "firmes" do pt menos eu - gritando e transformando o Lula em mártir. Mas ele deveria sofrer impeachment.

Faz bastante sentido...
AF
PS: Qdo vc disse um populista de esquerda, vc queria dizer algo como o PSTU (Contra burguêis vote desecêis) ou o PCO?
PS2: Estava vendo a CPI agora há pouco e o Serraglio citou um discurso de Cicero no Senado Romano em 63 aC, trocando um dos nomes por Delúbio...gué lógura!!! (Como diria o Daniel)
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Aldo
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